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Sofistas

Os sofistas foram filósofos itinerantes da Grécia Antiga que se destacaram no século V a.C. por ensinar habilidades práticas, como retórica e argumentação, em troca de pagamento.
Imagem explicando quem foram os sofistas.
O principal objetivo dos sofistas era formar cidadãos capazes de atuar na vida política e social. (Créditos: Gabriel Franco | Mundo Educação)

Os sofistas foram filósofos itinerantes da Grécia Antiga que, no século V a.C., destacaram-se por ensinar habilidades práticas, como retórica e argumentação, em troca de pagamento. Caracterizavam-se pelo relativismo, defendendo que conceitos como verdade e justiça eram construções culturais e subjetivas. Seu objetivo era preparar cidadãos para a vida pública e política, capacitando-os a persuadir e vencer debates independentemente de verdades absolutas. Entre os principais sofistas, destacam-se Protágoras, Górgias, Hípias, Pródico e Trasímaco, cujas contribuições moldaram o pensamento crítico e a educação ateniense.

Leia também: Filosofia — campo do conhecimento que busca entender questões fundamentais por meio da reflexão e do raciocínio lógico

Resumo sobre os sofistas

  • Os sofistas foram filósofos e professores itinerantes da Grécia Antiga, que se destacaram no século V a.C. por ensinar retórica e argumentação em troca de pagamento.
  • Conhecidos por sua habilidade em persuadir, promoviam uma educação prática e utilitária, preparando os cidadãos para a vida pública e política.
  • Os sofistas valorizavam a retórica, o relativismo e a aprendizagem da virtude como algo prático e útil para a sociedade.
  • Eles também defendiam que a verdade era relativa e moldada pelo contexto cultural, priorizando a habilidade argumentativa e o sucesso pessoal em detrimento da busca por verdades universais.
  • O principal objetivo dos sofistas era formar cidadãos capazes de atuar na vida política e social, ensinando oratória, lógica e argumentação. Preparavam seus alunos para debates e negociações, focando a capacidade de defender ideias e persuadir, independentemente de verdades absolutas.
  • Os sofistas defendiam o relativismo moral e epistemológico, acreditando que conceitos como verdade e justiça eram construções humanas.
  • Eles argumentavam que o conhecimento dependia da experiência individual e rejeitavam a possibilidade de alcançar uma verdade universal.
  • Entre os sofistas mais conhecidos estão Protágoras, famoso pelo relativismo; Górgias, especialista em retórica; Hípias, defensor da lei natural; Pródico, pioneiro na semântica; e Trasímaco, que via a justiça como interesse dos mais fortes.
  • Os sofistas foram fundamentais para o desenvolvimento da retórica, do ceticismo e da pedagogia, além de promoverem o pensamento crítico e a argumentação racional.
  • Platão criticava os sofistas por priorizarem a persuasão em detrimento da busca pela verdade, retratando-os como manipuladores. Apesar disso, sua oposição aos sofistas ajudou a consolidar a Filosofia como disciplina voltada à investigação de verdades universais e à reflexão ética.
  • Sócrates, ao contrário dos sofistas, rejeitava o relativismo e defendia a busca por verdades universais, utilizando o método dialético para promover a reflexão crítica. Além disso, enquanto os sofistas cobravam por seus ensinamentos, Sócrates acreditava que a Filosofia deveria ser gratuita e acessível.
  • Os sofistas surgiram na Grécia durante o período clássico, especialmente em cidades como Atenas, onde o ambiente democrático demandava habilidades de oratória e persuasão. Eles atenderam a essa necessidade, oferecendo educação prática e adaptada às exigências da vida pública.

Quem foram os sofistas?

Os sofistas foram filósofos e professores itinerantes que atuaram na Grécia Antiga, especialmente durante o século V a.C. Eles se destacaram por sua habilidade em argumentação e retórica, oferecendo educação em troca de pagamento, o que os diferenciava dos filósofos tradicionais. O termo "sofista" deriva do grego sophistes, que significa "sábio" ou "especialista".

Contudo, com o tempo, o termo adquiriu uma conotação pejorativa, associada à manipulação argumentativa e à busca de vantagem pessoal.

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Características dos sofistas

Uma das principais características dos sofistas era o uso habilidoso da retórica, a arte de persuadir por meio do discurso. Eles enfatizavam o ensino prático e utilitário, visando preparar seus alunos para atuar na política e na vida pública. Os sofistas acreditavam no relativismo, ou seja, que a verdade podia variar de acordo com o contexto e a perspectiva individual. Essa abordagem os colocava em contraste com filósofos como Sócrates e Platão, que buscavam verdades universais.

Além disso, os sofistas valorizavam o ensino da virtude (areté), que para eles era algo que podia ser aprendido. Essa virtude não estava ligada apenas à moralidade, mas também à habilidade prática de alcançar sucesso na vida.

Objetivos dos sofistas

Os sofistas tinham como principal objetivo formar cidadãos capazes de atuar na vida política e social das cidades-estado gregas. Para isso, ensinavam habilidades como oratória, lógica e argumentação, ferramentas essenciais para o exercício da política na Grécia Antiga. Eles buscavam capacitar seus alunos a vencer debates, independentemente da verdade objetiva, e a defender suas posições de maneira eficaz.

  • Ensinar a persuasão: os sofistas acreditavam que a habilidade de persuadir era fundamental para o sucesso político e social, especialmente em democracias como a de Atenas, onde os discursos públicos tinham grande influência.
  • Relativizar a verdade: para muitos sofistas, como Protágoras, a verdade era relativa e dependia da perspectiva do indivíduo. Sua famosa máxima, "O homem é a medida de todas as coisas", reflete essa visão, incentivando o pensamento crítico sobre o que era considerado verdadeiro ou justo.
  • Educar para a vida prática: em contraste com os filósofos que buscavam a verdade universal (como Sócrates), os sofistas focavam o conhecimento útil para o dia a dia, como argumentação, política e ética prática.
  • Promover o debate: os sofistas ensinavam que todo argumento pode ser questionado e que diferentes pontos de vista merecem ser ouvidos, o que estimulava debates e discussões na polis.
  • Preparar líderes e políticos: seus ensinamentos eram direcionados à elite ateniense, formando jovens para desempenhar papéis de liderança na sociedade.

O que os sofistas defendiam?

Os sofistas defendiam o relativismo moral e epistemológico. Para eles, conceitos como verdade, justiça e virtude eram construções humanas, e não valores absolutos. Protágoras, um dos mais famosos sofistas, sintetizou essa visão ao afirmar: "O homem é a medida de todas as coisas". Essa frase ilustra a crença de que o conhecimento e a percepção dependem da experiência individual.

Os sofistas também eram céticos quanto à possibilidade de alcançar uma verdade universal, argumentando que as opiniões humanas eram inevitavelmente influenciadas por contextos culturais e subjetivos.

Principais sofistas

Desenho de Górgias de Leontinos, um dos sofistas mais renomados.
Górgias de Leontinos foi um dos sofistas mais renomados.

Entre os sofistas mais renomados, destacam-se:

  • Protágoras de Abdera: conhecido por sua afirmação sobre o relativismo, ele também escreveu sobre a natureza da justiça e a linguagem.
  • Górgias de Leontinos: especialista em retórica, Górgias é famoso por seu tratado "Sobre o Não-Ser", no qual explorou questões de existência e percepção.
  • Hípias de Élis: reconhecido por seus amplos conhecimentos em diversas áreas, defendia a importância da lei natural sobre as convenções humanas.
  • Pródico de Ceos: contribuiu para o estudo da semântica e foi conhecido por suas distinções precisas entre palavras com significados semelhantes.
  • Trasímaco de Calcedônia: apareceu na obra A República, de Platão, defendendo a ideia de que a justiça é a vantagem do mais forte.

Importância dos sofistas

Os sofistas desempenharam um papel crucial na transição da Grécia de uma sociedade dominada pela tradição para uma sociedade orientada pelo pensamento crítico e pela argumentação racional. Eles contribuíram significativamente para o desenvolvimento da retórica, da pedagogia e do ceticismo filosófico. Embora muitas de suas ideias fossem criticadas por filósofos posteriores, os sofistas abriram caminho para debates fundamentais sobre moralidade, conhecimento e linguagem.

Além disso, seu enfoque na educação e na formação de cidadãos com habilidades práticas influenciou profundamente a democracia ateniense, ajudando a moldar o discurso político e a estrutura social da época.

Platão e os sofistas

Busto de Platão, um dos principais críticos dos sofistas.
Principal crítico dos sofistas, para Platão, eles eram manipuladores que se preocupavam mais com a vitória nos debates do que com a busca pela verdade. [1]

Platão foi um dos principais críticos dos sofistas. Em seus diálogos, ele frequentemente os retratava como manipuladores que se preocupavam mais com a vitória nos debates do que com a busca pela verdade. Para Platão, a prática dos sofistas corrompia a juventude ao valorizar o poder da persuasão acima da justiça e da moralidade.

No entanto, é importante notar que a crítica de Platão foi, em parte, influenciada por suas próprias ideias filosóficas e seu método dialético. Ele contrastava a busca dos sofistas por opiniões com sua própria busca por verdades eternas e universais.

Para saber mais sobre Platão, clique aqui.

Diferenças entre os sofistas e Sócrates

Busto de Sócrates, um dos principais críticos dos sofistas.
Sócrates criticava os sofistas por ensinarem a arte de vencer argumentos em vez de buscar a verdade genuína. [2]

Sócrates, contemporâneo dos sofistas, tinha abordagens filosóficas significativamente diferentes. Enquanto os sofistas cobravam por seus ensinamentos, Sócrates acreditava que a Filosofia deveria ser acessível a todos e nunca recebeu pagamento por suas discussões. Ele utilizava o método dialético, baseado em perguntas e respostas, para desafiar crenças e promover a reflexão crítica.

Além disso, Sócrates rejeitava o relativismo dos sofistas, acreditando que a virtude e a verdade eram universais e podiam ser alcançadas por meio da razão. Ele criticava os sofistas por ensinarem a "arte de vencer argumentos" em vez de buscar a verdade genuína.

Para saber mais sobre Sócrates, clique aqui.

Origem dos sofistas

Os sofistas surgiram na Grécia durante o Período Clássico, um momento de grande florescimento cultural, político e intelectual. Eles se destacaram em cidades como Atenas, que ofereciam um ambiente propício para o ensino e a prática da retórica.

O aumento da participação popular nas decisões políticas, especialmente nas democracias, criou uma demanda por habilidades de argumentação e persuasão, que os sofistas se prontificaram a atender.

Frases dos sofistas

Os sofistas legaram frases emblemáticas que encapsulam sua visão de mundo e sua abordagem filosófica. Algumas das mais notáveis incluem:

  • Protágoras: "O homem é a medida de todas as coisas, das que são, enquanto são, e das que não são, enquanto não são."
  • Górgias: "Nada existe; mesmo que algo existisse, não poderíamos conhecê-lo; e, mesmo que o conhecêssemos, não poderíamos comunicá-lo."
  • Hípias: "As leis são convenções humanas e, portanto, artificiais."
  • Trasímaco: "A justiça é o interesse do mais forte."

Exercícios resolvidos sobre os sofistas

Questão 1

Na Grécia Antiga, os sofistas foram professores itinerantes que transformaram a educação ao priorizar a habilidade de argumentar e persuadir, especialmente em um contexto de democracia direta como o de Atenas. A partir da visão dos sofistas, qual seria a abordagem em relação à definição de justiça em uma sociedade multicultural e pluralista, como as democracias modernas?

A) Definir a justiça com base em princípios imutáveis e universais, válidos para todas as culturas.

B) Buscar a interpretação de justiça que melhor atenda às necessidades práticas de cada contexto social.

C) Ignorar as diferenças culturais e aplicar apenas as normas legais vigentes.

D) Adotar a ideia de justiça como um conceito exclusivo de uma classe social dominante

E) Aplicar conceitos religiosos de justiça como referência comum para todas as sociedades.

Resolução:

Alternativa B.

A visão relativista dos sofistas enfatiza que justiça é uma construção humana e deve ser adaptada ao contexto e às necessidades específicas de cada sociedade, rejeitando princípios absolutos e universais.

Questão 2

Os sofistas e Sócrates viveram no mesmo período histórico, mas apresentaram abordagens opostas em relação à Filosofia e ao ensino. Como Sócrates diferia dos sofistas em sua visão sobre a relação entre conhecimento e moralidade?

A) Sócrates via a moralidade como uma construção prática para facilitar a vida em sociedade, como os sofistas.

B) Sócrates considerava que o conhecimento verdadeiro era inatingível, enquanto os sofistas acreditavam na verdade universal.

C) Sócrates defendia que a virtude estava ligada ao conhecimento objetivo e à razão, enquanto os sofistas adotavam o relativismo moral.

D) Sócrates acreditava na persuasão como o principal objetivo do conhecimento, como os sofistas.

E) Sócrates rejeitava a necessidade de vincular o conhecimento a qualquer questão moral ou ética.

Resolução:

Alternativa C.

Sócrates se opunha ao relativismo dos sofistas, defendendo que a virtude e a moralidade eram universais e podiam ser alcançadas por meio da razão e do questionamento crítico, o que contrastava com a visão prática e relativista dos sofistas.

Créditos de imagem

[1] Marie-Lan Nguyen / Wikimedia Commons (reprodução)

[2] Eric Gaba / Wikimedia Commons (reprodução)

Fontes

GUTHRIE, W. K. C. The Sophists. Cambridge: Cambridge University Press, 1971.

KERFERD, George B. The Sophistic Movement. Cambridge: Cambridge University Press, 1981.

RUSSELL, Bertrand. História da Filosofia Ocidental: Livro 1 - A Filosofia Antiga. Tradução de Hugo Langone. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.

Publicado por Tiago Soares Campos
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