Economia verde
O conceito de economia verde foi desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio ambiente (Pnuma) no ano de 2008 e refere-se ao conjunto de ações que visam à promoção de uma economia com crescimento pleno, que se baseie no bem-estar social e que esteja centrada em reduzir os riscos ambientais e conservar o meio natural. Portanto, a economia verde busca conciliar a noção de produção de baixo carbono, o uso eficiente e sustentável dos recursos naturais e a inclusão social.
De acordo com o Pnuma, a economia verde precisa estar centrada em estimular a geração de empregos e a produção de renda para toda a população, ao mesmo tempo em que devem ser tomadas medidas para a redução dos gases-estufa, a ampliação da eficiência energética (com o uso de fontes de energia alternativas e limpas) e o uso sustentável dos recursos naturais.
A economia verde é também chamada de ecodesenvolvimento e foi criada pelo Pnuma para se opor àquilo que se convencionou chamar por economia marrom, pautada no desenvolvimento não ambientalmente responsável e que não alia bem-estar social com a conservação dos recursos.
Todavia, os debates sobre a economia verde estão longe de um consenso. Na verdade, esse princípio vem recebendo um grande volume de críticas das mais diversas frentes de análises. Movimentos sociais, por exemplo, argumentam que esse conceito é uma roupagem utilizada pelas empresas para trazerem a noção de preservação ao meio ambiente e, com isso, ampliar suas margens de lucro.
Grupos ambientalistas, por outro lado, afirmam que o conceito de economia verde presta um desserviço ao esvaziar o conceito de desenvolvimento sustentável, que é mais abrangente, além de não mudar os princípios fundamentais do capitalismo que geram a desigualdade social, o elevado consumismo e a pressão cada vez maior sobre os recursos naturais.
Soma-se a essas críticas a acusação de que o ecodesenvolvimento representaria uma estratégia para promover novas formas de exploração empresarial por meio da privatização ou terceirização intensiva de serviços, como o fornecimento de água e energia, o que pode levar à restrição no acesso por parte da população mais pobre. Não obstante, também há um temor de uma maior ampliação da atuação da iniciativa privada nos países subdesenvolvidos – onde a conservação ambiental ainda é maior –, de modo que, sob o discurso ambiental, encontrar-se-iam mais brechas para a utilização predatória de áreas de preservação.
No entanto, independentemente dos argumentos e do ponto em que se encontram essas discussões, é preciso considerar que um dos principais desafios do mundo capitalista atual é conciliar o desenvolvimento social e o econômico sem agredir o meio natural. É preciso, pois, gerar condições para a preservação dos recursos naturais às gerações futuras e também promover um desenvolvimento que contemple a inclusão social e a diminuição da dependência econômica dos países periféricos em relação às economias centrais.