Que: conjunção integrante e pronome relativo
Em se tratando dos estudos morfossintáticos, uma mesma palavra pode despenhar funções distintas – fato que às vezes causa dúvidas na maioria dos usuários, no que tange à habilidade em saber distingui-las. Como não poderia ser diferente, estamos diante de mais um desses casos – o “que”, ora classificado como conjunção integrante, ora como pronome relativo. Nesse sentido, teria você, caro (a) usuário (a), percepção para tal diferenciação? Se não, não se preocupe, haja vista que a finalidade a que se presta o artigo em pauta é justamente esclarecer tal fato.
Segue um exemplo:
Ela sabia que não era urgente o comparecimento à reunião.
Temos aqui duas orações: a primeira delas, em vermelho, denominada principal – ela sabia.
E a segunda, sublinhada – que não era urgente o comparecimento à reunião. Esta é classificada como uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
No que tange à segunda oração, constatamos que se inicia justamente com a palavra “que”, que, por sua vez, caracteriza-se como uma conjunção integrante, pelo fato de representar o objeto direto de uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
Passemos a outro exemplo:
Os alunos que foram vencedores receberam o prêmio.
Temos também duas orações: a primeira, em vermelho, é considerada como a principal.
E a segunda, sublinhada, representa uma oração subordinada adjetiva restritiva. Iniciada também pelo vocábulo “que”. Mas a pergunta é: estaria ele destinado à mesma classificação anterior (conjunção integrante)?
A resposta é não, haja vista que aqui ele introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva e pode ser substituído pelo pronome “os quais” – razão pela qual se caracteriza como um pronome relativo.
Eis, portanto, a grande diferença que demarca as funções do “que”.