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Mikhail Bakunin

Mikhail Bakunin foi um filósofo e revolucionário russo, um dos principais teóricos do anarquismo, conhecido por sua crítica ao Estado, à religião e ao capitalismo.
Mikhail Bakunin, um dos fundadores do anarquismo moderno.
Mikhail Bakunin, um dos fundadores do anarquismo moderno.

Mikhail Bakunin foi um dos principais teóricos do anarquismo. Defensor de uma sociedade sem Estado, Bakunin propunha a liberdade individual, a autogestão e o mutualismo, rejeitando tanto o capitalismo quanto o centralismo marxista, os quais considerava formas de opressão.

Bakunin nasceu em 30 de maio de 1814, na Rússia, em uma família nobre de origens modestas, e destacou-se por sua personalidade questionadora desde a infância. Bakunin abandonou a carreira militar aos 22 anos para seguir o caminho da filosofia e da política. Casou-se em 1857 com Antonia Kwiatkowska, mas sua vida revolucionária e intensa dedicação ao anarquismo o afastaram da ideia de uma família tradicional, sendo os jovens revolucionários sua família ideológica.

Suas obras, como Deus e o Estado e Estatismo e anarquia, consolidaram sua crítica ao autoritarismo e sua visão anarquista, deixando um legado que influenciou movimentos antiautoritários e debates socialistas. Apesar de ser alvo de críticas por seu idealismo e rejeição ao Estado, suas frases, como “A liberdade de cada um é condicionada pela liberdade de todos”, permanecem símbolos de sua luta por uma liberdade coletiva genuína.

Leia também: O que Karl Mark defendia?

Resumo sobre Mikhail Bakunin

  • Mikhail Bakunin foi um filósofo e revolucionário russo e um dos principais teóricos do anarquismo.
  • Bakunin defendia uma sociedade sem Estado, baseada na liberdade individual, na autogestão e no mutualismo.
  • É considerado um dos fundadores do anarquismo moderno.
  • Ele combatia tanto a opressão capitalista quanto as propostas marxistas de centralização do poder.
  • Bakunin foi casado com Antonia Kwiatkowska.
  • Ele não teve filhos biológicos conhecidos, mas via os jovens revolucionários ao seu redor como uma família ideológica.
  • Para Bakunin, a verdadeira liberdade dependia da ausência de hierarquias e da igualdade entre todos.
  • Entre suas principais obras estão Deus e o Estado, Estatismo e anarquia e O Império Celta-Slavo.
  • Suas obras criticam o autoritarismo religioso e político e propõem alternativas anarquistas.
  • Suas ideias inspiraram movimentos antiautoritários, anarcossindicalistas e ecológicos, além de contribuir para debates dentro do socialismo.

Biografia de Mikhail Bakunin

→ Nascimento de Mikhail Bakunin

Mikhail Aleksandrovich Bakunin nasceu em 30 de maio de 1814, na aldeia de Pryamukhino, localizada na província de Tver, na Rússia. Ele era descendente de uma família nobre russa de origem modesta. Seu pai, Alexander Bakunin, era um diplomata aposentado e proprietário de terras, enquanto sua mãe, Varvara Muravyova, vinha de uma linhagem aristocrática. Esse contexto familiar influenciaria sua visão crítica das estruturas sociais e políticas.

→ Infância de Mikhail Bakunin

Bakunin cresceu em uma grande família com vários irmãos. Desde cedo, demonstrou uma personalidade questionadora e indisciplinada, características que moldariam sua trajetória intelectual e política. Ele foi enviado para a escola de artilharia em São Petersburgo aos 14 anos, com a expectativa de seguir uma carreira militar, mas não se adaptou à rigidez do ambiente militar. Aos 22 anos, deixou o exército, desencantado com a hierarquia e a opressão, e começou a buscar uma formação em filosofia e política.

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→ Casamento de Mikhail Bakunin

Apesar de sua intensa vida intelectual e ativista, Bakunin se casou em 1857 com Antonia Kwiatkowska, uma polonesa que conheceu durante seu exílio na Sibéria. O casamento foi marcado por desafios devido às constantes viagens e compromissos revolucionários de Bakunin, mas Antonia permaneceu ao seu lado em momentos cruciais de sua vida.

Mikhail Bakunin e sua esposa, Antonia.
Mikhail Bakunin e sua esposa, Antonia.

→ Filhos de Mikhail Bakunin

Alguns relatos históricos mencionam Maria Bakunin e Giulia Sofia Bakunin como filhas de Mikhail Bakunin, no entanto, as informações sobre elas são bastante limitadas. Alguns textos indicam que Bakunin, apesar de não ter tido filhos biológicos conhecidos, teve uma vida pessoal conturbada e, em algumas ocasiões, pode ter se envolvido com relações que resultaram em filhos, mas os registros históricos não são claros ou amplamente documentados. Pode haver confusão com o nome Giulia Sofia Bakunin se referindo à mesma pessoa em alguns contextos.

Veja também: O que é o anarcocapitalismo?

O que Mikhail Bakunin defendia?

Bakunin foi um dos principais teóricos do anarquismo e defensor de uma sociedade baseada na liberdade individual e na abolição do Estado. Ele rejeitava a autoridade centralizada e propunha uma organização social baseada na autogestão, no mutualismo e na solidariedade entre as pessoas. Para Bakunin, o Estado e a religião eram os principais instrumentos de opressão. Ele acreditava que a emancipação humana só seria possível com a destruição dessas instituições.

Ele também era um crítico feroz do capitalismo e da exploração econômica, propondo uma sociedade em que os meios de produção fossem coletivizados e administrados pelas comunidades locais. Sua visão incluía a ideia de que a revolução deveria ser liderada pelas massas, em contraste com a visão marxista de uma ditadura do proletariado.

Pensamento de Mikhail Bakunin sobre a liberdade

A liberdade era o valor central da filosofia de Bakunin. Ele acreditava que a verdadeira liberdade só poderia ser alcançada em uma sociedade sem hierarquias e sem coerção. Em suas palavras, “a liberdade de cada um é condicionada pela liberdade de todos”. Essa visão enfatizava que a liberdade individual não poderia ser completa se outras pessoas permanecessem oprimidas.

Bakunin rejeitava a ideia de liberdade oferecida pelo liberalismo burguês, que, segundo ele, perpetuava as desigualdades econômicas e sociais. Ele também criticava a proposta marxista de um Estado revolucionário, argumentando que isso inevitavelmente levaria à criação de uma nova classe dominante. Em vez disso, propunha uma sociedade organizada de baixo para cima, com base no princípio do federalismo.

Principais obras de Mikhail Bakunin

Bakunin foi um escritor prolífico, embora muitas de suas obras tenham sido escritas em condições de exílio ou perseguição. Algumas de suas principais obras são:

  • Deus e o Estado: nesta obra, Bakunin critica a religião como uma ferramenta de dominação e explora a relação entre autoridade divina e autoridade política. Ele argumenta que a crença em um Deus leva à submissão e à negação da liberdade humana.
Capa do livro Deus e o Estado, de Mikhail Bakunin, publicado pela editora Hedra.
Capa do livro Deus e o Estado, de Mikhail Bakunin, publicado pela editora Hedra.[1]
  • O Império Celta-Slavo: neste texto, ele discute a organização das comunidades eslavas e defende o federalismo como alternativa ao centralismo imperialista.
  • Estatismo e anarquia: publicado em 1873, este livro é uma crítica ao marxismo e ao socialismo autoritário. Nele, Bakunin reafirma sua visão de uma sociedade anarquista e critica a ideia de um Estado proletário.
  • A Comuna de Paris e a noção de Estado: este texto analisa a experiência revolucionária da Comuna de Paris, elogiando sua tentativa de autogoverno e apontando os erros que levaram à sua derrota.

Legado de Mikhail Bakunin

Bakunin é considerado um dos fundadores do anarquismo moderno e uma inspiração para movimentos antiautoritários em todo o mundo. Suas ideias ajudaram a moldar correntes como o anarcossindicalismo e o mutualismo, que continuam a ser relevantes no debate político contemporâneo. Além disso, Bakunin desempenhou um papel importante na Primeira Internacional dos Trabalhadores, embora tenha rompido com Karl Marx devido a divergências ideológicas.

Suas críticas ao autoritarismo marxista influenciaram a construção de uma alternativa anarquista ao socialismo tradicional. No entanto, seu impacto vai além do movimento anarquista. Sua defesa intransigente da liberdade e da igualdade inspirou movimentos anticoloniais, feministas e ecológicos ao longo dos séculos XX e XXI.

Críticas a Mikhail Bakunin

Embora amplamente admirado, Bakunin também foi alvo de críticas. Seus detratores apontam que suas ideias sobre revolução eram muitas vezes idealistas e pouco práticas. Alguns o acusam de ser excessivamente radical, com uma visão utópica de uma sociedade sem Estado.

Marxistas, em particular, criticam Bakunin por sua rejeição ao papel do Estado na transição para o socialismo, argumentando que sua visão anarquista não levava em conta as realidades da organização social e econômica. Além disso, suas críticas ao centralismo marxista foram interpretadas como uma tentativa de dividir o movimento socialista.

Outros críticos destacam sua vida pessoal conturbada, incluindo momentos em que Bakunin foi acusado de comportamento impulsivo ou contraditório, o que, segundo alguns, enfraqueceu sua credibilidade como líder revolucionário.

Saiba mais: Qual a diferença entre comunismo e socialismo?

Frases de Mikhail Bakunin

Bakunin é conhecido por suas frases que sintetizam seu pensamento revolucionário. Algumas de suas mais famosas incluem:

  • “A liberdade de cada um é condicionada pela liberdade de todos.” Essa frase resume sua visão de liberdade como um bem coletivo, em oposição ao individualismo liberal.
  • “A paixão pela destruição é também uma paixão criativa.” Aqui, Bakunin reflete sobre a necessidade de destruir as estruturas opressivas para construir algo novo.
  • “Se Deus existisse, seria necessário aboli-lo.” Essa frase destaca sua rejeição à religião como um obstáculo à emancipação humana.
  • “A política é a ciência da escravidão permanente.” Essa citação expressa sua crítica ao Estado e à política tradicional como instrumentos de opressão.

Créditos da imagem

[1] Editora Hedra (reprodução)

Fontes

BAKUNIN, Mikhail. Deus e o Estado. São Paulo: Imaginário, 2003.

GUERIN, Daniel. O Anarquismo: da doutrina à ação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.

LEIER, Mark. Bakunin: The Creative Passion. New York: Seven Stories Press, 2006.

NETTLAU, Max. A Vida de Bakunin. São Paulo: Hedra, 2001.

SHATZ, Marshall S. Bakunin: Statism and Anarchy. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.

Publicado por Tiago Soares Campos

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