Floração de cianobactérias

A floração de cianobactérias pode causar danos à saúde humana.
As florações de cianobactérias representam um risco à saúde humana e de animais

As cianobactérias são organismos extremamente importantes para a vida no planeta. Elas estão relacionadas com alguns ciclos, como o do carbono e nitrogênio. Elas são seres procariontes, autotróficas fotossintetizantes, possuem clorofila, carotenoides e ficobilinas.  As cianobactérias possuem um envoltório ou bainha em seu corpo que apresenta variadas cores, tais como dourado, amarelo, marrom, vermelho, verde, azul, violeta e preto. Antigamente eram chamadas de algas azuis, entretanto, foi notada sua grande variedade de cores.

As cianobactérias vivem em ambientes aquáticos e terrestres, ocupando até regiões consideradas inóspitas como águas termais e lagos gelados na Antártica. As espécies aquáticas fazem parte dos chamados fitoplânctons, uma comunidade de diversos micro-organismos fotossintetizantes que incluem também as algas.

Frequentemente as atividades humanas afetam os ambientes aquáticos e os seres que neles vivem, como os fitoplânctons. O homem, ao jogar nas águas esgotos domésticos, industriais e da agricultura, provoca um fenômeno chamado de eutrofização. A eutrofização é um processo de enriquecimento desses sistemas aquáticos pela grande quantidade de nitrogênio e fósforo disponíveis na água.  A eutrofização leva a problemas como redução do oxigênio e morte de peixes. Esse processo também pode ocorrer lentamente por causas naturais. O fenômeno de eutrofização e o aumento da temperatura têm sido considerados os maiores responsáveis pelo chamado bloom ou floração.

A floração é caracterizada por um aumento descontrolado do fitoplâncton na superfície aquática. Esse aumento do fitoplâncton pode ser observado por mudanças na coloração da água. O Mar Vermelho, por exemplo, possui esse nome graças a florações de cianobactérias de cor vermelha do gênero Trichodesmium. Vale destacar a importância de não tomar banho e não ingerir água de locais com coloração suspeita.

Quando ocorre o aumento do número de cianobactérias na água, temos um grave problema ambiental e de saúde pública. Ao se proliferarem em demasia em rios e lagos, elas impedem a transparência da água, o que leva a um processo de desoxigenação. Além disso, as cianobactérias têm por característica a produção de substâncias altamente tóxicas que alteram a cor e o gosto da água. Essas toxinas podem gerar sérios riscos à saúde humana. Acredita-se que existem cerca de 2000 espécies de cianobactérias, sendo mais de 40 produtoras de toxinas.

As toxinas produzidas pelas cianobactérias recebem o nome de cianotoxinas. As cianotoxinas podem ter efeito neurotóxico, hepatotóxico e dermatotóxico ou citotóxico. Algumas dessas toxinas possuem efeito extremamente rápido e levam à morte por parada respiratória após pouco tempo depois da ingestão. A citotoxina mais comum é a microcistina, que tem efeito hepatotóxico.

Animais como bois, cavalos, porcos e cães morrem frequentemente em razão do envenenamento após ingestão de água com florações. Nos humanos, o primeiro caso confirmado de morte em virtude dessas toxinas aconteceu em 1996, quando 60 pacientes de uma clínica de hemodiálise em Pernambuco morreram após apresentarem um quadro de hepatotoxicose. Após as mortes, observou-se que no sistema de purificação de água da clínica havia a presença de microcistinas e cilindrospermopsina, no sangue dos pacientes foi observada a presença de microcistinas e no reservatório de água da cidade havia a presença de cianobactérias.

A partir daí começaram as preocupações, cada vez mais crescentes, com a observação da qualidade da água dos reservatórios em relação à presença de cianobactérias. Agora, todas as empresas responsáveis pela distribuição de água controlam constantemente os níveis máximos aceitáveis das cianobactérias.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos
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