Glicocálice
Todos os organismos vivos são formados por células, estruturas compostas basicamente por membrana plasmática, citoplasma e material genético. A membrana plasmática regula o que entra e sai de uma célula e é constituída de uma bicamada de fosfolipídios com proteínas nela inseridas.
É possível encontrar, além dos fosfolipídios e das proteínas, carboidratos ligados a essas moléculas formando glicolipídios e glicoproteínas. Além desses carboidratos, glicoproteínas e proteoglicanos secretados pela própria célula compõem essa região denominada glicocálice ou glicocálix, que se caracteriza pela sua grande quantidade de carboidratos.
Muitas pessoas acreditam que o glicocálice é uma região à parte da membrana, porém o mais correto é considerar essa porção como uma extensão dessa importante estrutura. Ele varia muito de célula para célula e forma uma espécie de emaranhado, uma vez que os glicídios que formam as glicoproteínas, glicolipídios e proteoglicanos entrelaçam-se e formam uma espécie de camada protetora.
O glicocálice apresenta diversas funções importantes para a célula, sendo uma delas a proteção contra lesões de natureza química e mecânica. Esses carboidratos também evitam ligações indesejáveis com outras células e ajudam na movimentação graças à sua capacidade de adsorver água.
Outra função extremamente importante do glicocálice é o reconhecimento entre células e a adesão celular, que permite que as células unam-se umas às outras e também a outras moléculas. Dentre as glicoproteínas presentes no glicocálice que ajudam na união das células, destacam-se a fibronectina, vinculina e laminina.
Além das funções citadas, devemos lembrar que o glicocálice das hemácias determina os grupos sanguíneos (A, B, AB ou O), uma vez que esses glicídios funcionam como marcadores de determinados tipos de célula. O reconhecimento do tipo sanguíneo é fundamental para a realização de transfusões e para o tratamento de alguns problemas imunológicos.