Soro antipeçonhento

Todos os soros antipeçonhentos são produzidos pelo mesmo processo

O soro antipeçonhento é utilizado no tratamento de pessoas picadas por animais peçonhentos, e ele é obtido a partir do sangue do cavalo. Foi criado por Vital Brazil, médico nascido no ano de 1865, e até hoje não se conhece tratamento melhor para esse tipo de acidente.

Mas, afinal, você sabe como o soro antipeçonhento é produzido?

A produção do soro antipeçonhento começa com a retirada do veneno dos animais peçonhentos, como serpentes, aranhas, escorpiões e taturanas. Depois de retirado, o veneno é liofilizado, ou seja, retira-se toda a água dele, para o seu armazenamento em um freezer. Quando é utilizado para a fabricação do soro antipeçonhento, o veneno liofilizado é reidratado com soro fisiológico. Antes de injetá-lo no cavalo, esse veneno é ainda mais diluído, tornando-se menos forte. Depois de diluído, esse veneno é injetado em pequenas doses em cavalos, mantendo o intervalo de alguns dias entre uma aplicação e outra. A cada aplicação, a diluição dele vai diminuindo, de forma que se tenha uma maior concentração de veneno. É importante lembrar que nunca o veneno é inoculado no cavalo sem diluição, pois pode causar prejuízos e até a morte do animal.           

À medida que o cavalo recebe doses diluídas de veneno, o seu organismo produz anticorpos para combatê-lo. Ao passar de algumas semanas (geralmente seis), o animal já está imune àquele veneno, e então se realiza a sangria, que é a retirada do sangue do animal.

Geralmente são retirados de 6 a 8 litros de sangue do cavalo (quantidade que deixa o animal bem de saúde). Esse sangue passa, então, por um processo de separação do plasma, pois é nele que estão os anticorpos produzidos pelo organismo do cavalo. Os elementos figurados (hemácias, leucócitos e plaquetas) são devolvidos ao corpo do animal, com o intuito de preservar sua saúde.

Quando uma pessoa sofre um acidente com qualquer espécie de animal peçonhento, recebe o soro antipeçonhento, que pode ser dos seguintes tipos:

  • Soro antibotrópico: vítimas de acidentes com jararaca, jararacuçu, urutu e cotiara;
  • Soro anticrotálico: vítimas de acidentes com cascavel;
  • Soro antilaquético: vítimas de acidentes com surucucu;
  • Soro antielapídico: vítimas de acidentes com coral-verdadeira;
  • Soro antibotrópico-laquético: vítimas de acidentes com jararaca, jararacuçu, urutu e cotiara ou surucucu;
  • Soro antiaracnídico: vítimas de acidentes com aranha-armadeira, aranha-marrom e escorpiões brasileiros do gênero Tityus;
  • Soro antiescorpiônico: vítimas de acidentes com escorpiões brasileiros do gênero Tityus;
  • Soro antilonomia: vítimas de acidentes com taturanas do gênero Lonomia.

 

Publicado por Paula Louredo Moraes
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