Síndrome de Li-Fraumeni

A síndrome de Li-Fraumeni é uma síndrome hereditária rara que aumenta a predisposição ao câncer e está associada a mutações no gene TP53. Tem grande incidência no Brasil.
A síndrome de Li-Fraumeni é transmitida geneticamente e pode favorecer o desenvolvimento de cânceres.

A síndrome de Li-Fraumeni é um distúrbio hereditário que se manifesta pelo aumento da incidência de cânceres. Ela ocorre devido a mutações no gene TP53, que atua evitando que células com alterações se proliferem exageradamente e deem origem a tumores.

Mutações nesse gene permitem que células danificadas geneticamente se proliferem, promovendo o aumento de casos de câncer. Essa síndrome possui caráter autossômico dominante e apresenta alta incidência no Brasil. Em nosso país, o grande número de casos está relacionado com uma mutação específica.

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Resumo sobre a síndrome de Li-Fraumeni

  • A síndrome de Li-Fraumeni está relacionada com o risco aumentado de desenvolver diferentes tipos de câncer.

  • A síndrome é transmitida por um padrão autossômico dominante.

  • O gene TP53 é um gene supressor tumoral, e, na síndrome, observam-se mutações nesse gene.

  • O gene mutado aumenta a predisposição ao desenvolvimento de câncer.

  • Essa síndrome está associada ao risco elevado de desenvolver câncer de mama, sarcomas, tumores cerebrais, leucemias e carcinoma adrenocortical.

O que é a síndrome de Li-Fraumeni?

A síndrome de Li-Fraumeni é uma síndrome hereditária que aumenta o risco de um indivíduo desenvolver câncer. Pessoas com a síndrome possuem chance aumentada de desenvolverem tumores antes dos 40 anos de idade.

Essa síndrome possui caráter autossômico dominante e foi descrita em 1969 por Li e Fraumeni. Os pesquisadores avaliaram o prontuário e o atestado de óbito de várias crianças com rabdomiossarcoma. Ao analisar o histórico dos pacientes, perceberam que algumas famílias tinham uma incidência elevada de casos de sarcomas e câncer de mama em indivíduos jovens. Os pesquisadores fizeram algumas comparações e descreveram uma nova síndrome de natureza familiar.

A síndrome é considerada rara, acometendo cerca de um indivíduo a cada 20.000 pessoas. Entretanto, no Brasil observa-se uma maior incidência da síndrome, e esse maior número de casos está relacionado a uma mutação específica que ocorre apenas em nosso país.

Síndrome de Li-Fraumeni e o gene TP53

A síndrome de Li-Fraumeni é causada por mutações germinativas no gene TP53. Esse gene é conhecido por alguns autores como gene “guardião do genoma” e é um supressor de tumor. O gene TP53 atua identificando alterações na célula e, se necessário, levando-a à apoptose (morte celular programada). Portanto, mutações nesse gene favorecem o desenvolvimento de diferentes tipos de câncer, sendo estimado um risco de até 90% para o surgimento de tumores ao longo da vida.

As pessoas que apresentam apenas algumas características dos fenótipos necessários para o diagnóstico clássico da síndrome de Li-Fraumeni, mas que possuem mutações no TP53 possuem o que chamamos de síndrome de Li-Fraumeni-Like.

As famílias brasileiras apresentam com maior frequência essa mutação no gene TP53 conhecida como R337H. De acordo com o A.C.Camargo Cancer Center, pacientes com mutação R337H possuem um risco menor de desenvolver câncer que aqueles portadores de SLF que não são brasileiros, o que leva a comunidade científica a chamá-la de síndrome de Li-Fraumeni-Like.

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Por que no Brasil há alta prevalência da síndrome de Li-Fraumeni?

O Brasil é o lugar do mundo onde observamos a maior prevalência da síndrome. Em nosso país, a maioria das famílias com a síndrome apresenta a mutação R337H, que faz com que os portadores apresentem algumas características distintas quando comparados com pessoas com a síndrome em outros lugares do mundo.

Indivíduos com essa mutação diferenciam-se de outras pessoas com a síndrome devido, por exemplo, à idade do acometimento dos tumores. Nesses indivíduos, pode ocorrer de o câncer nunca se desenvolver ou apenas ocorrer em idade mais avançada, o que não é muito comum na síndrome.

Uma dessas características é a menor chance de desenvolver câncer do que comparado com as pessoas com outras mutações. Além disso, em outras partes do mundo, o câncer costuma surgir mais cedo do que nos brasileiros. Com isso, há uma maior probabilidade de esses indivíduos terem filhos e passarem o gene mutante para as próximas gerações.

A síndrome de Li-Fraumeni pode se manifestar na infância.

Como identificar a síndrome de Li-Fraumeni?

A síndrome de Li-Fraumeni é uma síndrome rara, e, portanto, nem todas as famílias são analisadas para saber se há ou não a mutação do gene. Para que essa análise seja feita, alguns critérios devem ser obedecidos. Os chamados critérios clássicos para identificar a síndrome de Li-Fraumeni são:

  • sarcoma na infância ou em idade jovem (antes dos 45 anos);

  • familiar de primeiro grau com qualquer tipo de câncer em idade jovem;

  • familiar de primeiro ou segundo grau que apresenta o diagnóstico de câncer em idade jovem ou sarcoma em qualquer idade.

Tumores típicos da síndrome de Li-Fraumeni

Os tumores típicos da síndrome de Li-Fraumeni são:

  • sarcomas de partes moles;

  • sarcomas ósseos;

  • tumores do sistema nervoso central;

  • tumores adrenocorticais;

  • tumores de mama;

  • leucemia.

Dentre os tipos de tumores citados, o câncer de mama destaca-se como um dos mais encontrados em pacientes com a síndrome.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos
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