O (s) e a (s) como demonstrativos
Os pronomes o (s) e a (s) integram a classe dos pronomes oblíquos. Contudo, indo além dos fatos gramaticais, constatamos que esses mesmos pronomes, na qualidade de pronomes substantivos, podem, também, ocupar o lugar de demonstrativos. Assim, para que possamos nos inteirar acerca das peculiaridades que norteiam o assunto em questão, relembremos, pois, o conceito de pronomes substantivos.
Tais pronomes representam aqueles que substituem o substantivo, de modo a fazer com que o discurso não se torne repetitivo. Assim sendo, certifiquemo-nos de algumas situações nas quais se evidencia a ocorrência linguística posta em discussão:
* Nos casos em que eles aparecem determinados por uma oração ou, em casos raros, por uma expressão adjetiva, denotando o sentido de “aquele (s), aquela (s) e aquilo”. Analisemos o seguinte enunciado:
O bom filho obedece aos pais. O que não possui uma estrutura familiar fica à mercê do próprio destino.
Há de se constatar que o pronome “o”, que se encontra em destaque, além de poder ser substituído por “aquele”, ainda apresenta uma função substantiva, substituindo o vocábulo “filho” –classificado como um substantivo.
* Nos casos em que os pronomes o (s) e a (s), podendo ser substituídos por “isto, isso e aquilo”, exercem as funções sintáticas de objeto direto ou predicativo, fazendo referência a um substantivo, adjetivo, ao sentido geral de uma frase ou a um termo dela. Vejamos outros exemplos:
Não pense que o anúncio não era importante, pois o era.
A ideia que tinhas a meu respeito, conhecia-a de longos tempos.