Neoplasticismo do De Stijl

O Neoplasticismo do De Stijl foi um seguimento das vanguardas artísticas europeias no âmbito das artes plásticas que vigorou na Holanda entre 1917 e 1919.
Acima, um dos quadros mais famosos de Mondrian, representante do neoplasticismo

Entre as vanguardas artísticas do século XX, uma das mais importantes foi o neoplasticismo, ou arte geométrica, como também ficou conhecido. Seu período de maior atividade, assim como em todo tipo de vanguarda, foi bastante curto, cerca de dois anos: indo de 1917 a 1919. O grupo que representou esse movimento era predominantemente holandês e reunia-se em torno da revista De Stijl (termo que significa “O Estilo”, em holandês).

O grupo De Stijl discutia, sobretudo, as perspectivas de Theo van Doesburg e Piet Mondrian sobre arte. O primeiro era um artista multifacetado que se exprimia principalmente por meio da pintura e da poesia. O segundo se tornou o principal representante do movimento na área da pintura. As ideias desses artistas colocavam radicalmente em questão a forma das artes plásticas. Enquanto outras frentes vanguardistas, como o cubismo e o futurismo, deformavam os objetos representados, o neoplasticismo contestava a própria ideia de forma e de cor em arte.

Tal contestação refletia-se na opção deliberada pelas formas geométricas mais elementares, a saber: as linhas, os pontos, os quadrados e os círculos; e, também, pelas cores primárias (azul, vermelho e amarelo), além do preto, cinza e branco, como acentua o historiador da arte Stephen Farthing:

“O termo 'neoplasticismo' é inseparável do De Stijl, pois definia a abordagem do grupo, segundo a qual a colaboração estava limitada às três cores primárias acrescidas de preto, branco e cinza, e os elementos composicionais se limitavam a linhas horizontais e verticais, bem como superfícies retangulares. Além disso, equilíbrio e harmonia – a essência do desing De Stjil – não deveriam recorrer à simetria. Essas regras nem sempre eram respeitadas, mas os elementos composicionais definiram um estilo que prosseguiu até muito depois da saída de Mondrian do grupo, em 1923.” [1]

As semelhanças entre as pinturas dos artistas neoplasticistas são tão grandes que, em dado período da produção do grupo, a autoria permaneceu quase que indistinguível. O neoplasticismo pode também ser associado ao abstracionismo ou ser encarado como uma de suas variações radicais, tal como o suprematismo soviético, representado sobretudo pelo ucraniano Malevich.

Muitos dos princípios do neoplasticismo foram assimilados da arquitetura modernista da virada do século XIX para o XX, na qual se enquadram os projetos de Le Corbusier e da Escola Bauhaus. Além de Doesburg e Mondrian, outro grande pintor desse seguimento artístico foi Bart van der Leck. Na escultura, o movimento teve o emblemático Georges Vantongeloo, que transpôs para figuras tridimensionais o concento neoplasticista.

NOTAS

[1] FARTHING, Stephen. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: SEXTANTE, 2011. p. 406.

Publicado por Cláudio Fernandes
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