Clorofluorcarbonetos (CFCs)

Os CFCs eram muito usados como propelentes de aerossóis

A sigla CFC é usada para se referir aos clorofluorcarbonetos, que, como o próprio nome indica, são compostos que possuem os átomos de cloro e flúor ligados a cadeias carbônicas, em geral, pequenas, como ao metano e ao etano. Portanto, eles fazem parte do grupo funcional dos haletos orgânicos.

Duas composições mais comuns desses haletos são os freons triclorofluorometano e diclorodifluorometano, mostrados abaixo:

 

 

 

         Cl                                               F
          |                                                |
   Cl - C - F                                    Cl - C - F
          |                                                |
         Cl                                              C
triclorofluorometano            diclorodifluorometano

Os nomes comerciais dos principais CFCs possuem apenas essa sigla seguida de um número, como CFC-12. A nomenclatura técnica para os CFCs é feita da seguinte forma:

CFC-XYZ

Sendo que:

X = quantidade de átomos de carbono menos 1;
Y = quantidade de átomos de hidrogênio mais 1;
Z = quantidade de átomos de flúor.

Exemplos:

Os principais CFCs são CCl3F (CFC-11), CCl2F2 (CFC-12), CClF2CClF2 (CFC-114) e CClF2CF3 (CFC-115).

Até a década de 70, esses gases eram muito usados como propelentes de aerossóis de perfumes e inseticidas, como líquidos refrigerantes em geladeiras e aparelhos de ar-condicionado, e como gases expansores para a produção de polímeros na forma de espumas.

O seu uso tornou-se amplo em virtude das vantagens que esses compostos possuíam, como o fato de não terem cheiro, não serem tóxicos e não serem inflamáveis. Porém, quando um produto em spray que os continha era usado ou quando havia algum vazamento em equipamentos que os possuíam, os CFCs eram lançados na atmosfera e descobriu-se que eles eram os causadores do buraco na camada de ozônio.

Na estratosfera, a luz solar fotoliza esses compostos, que liberam átomos de cloro que reagem com o ozônio, diminuindo a sua concentração na atmosfera e destruindo a camada de ozônio que protege a Terra das radiações ultravioletas do Sol:

CH3Cl(g) → CH3(g) + Cl(g)

Cl(g) + O3(g) → ClO(g) + O2(g)

O oxigênio liberado na última reação também reage com mais ozônios da atmosfera, degradando ainda mais a camada de ozônio e liberando mais oxigênio que continua reagindo. Além disso, o ClO reage com átomos de oxigênio livres, liberando mais átomos de cloro e gás oxigênio para destruir a camada de ozônio:

O2(g) + O3(g) → O2(g) + O2(g)
ClO(g) + O(g) → Cl(g) + O2(g)

Com isso, apenas um átomo de cloro tem a capacidade de destruir 100 moléculas de ozônio!

O buraco na camada de ozônio, principalmente sobre a Antártida, continuou crescendo por cinquenta anos até atingir seu tamanho máximo em 2000: aproximadamente 29 milhões de km2!

Felizmente, o conhecimento sobre isso levou a acordos que diminuíram o uso dos CFCs e, desde então, as concentrações de CFCs têm diminuído quase um por cento ao ano.

Publicado por Jennifer Rocha Vargas Fogaça
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