Helicobacter pylori

A Helicobacter pylori é uma bactéria relacionada com o surgimento de úlceras, gastrite e até mesmo câncer do estômago.
A bactéria Helicobacter pylori apresenta formato de bastonete e de quatro a seis flagelos

Helicobacter pylori é uma bactéria gram-negativa que foi isolada pela primeira vez em 1983, na Austrália. Essa bactéria foi encontrada em material proveniente de uma biópsia do estômago de um paciente com gastrite e úlcera. A partir daí, começou-se a notar a sua importância nesse tipo de patologia.

O H. pylori possui formato de bastonete curvo, parede celular lisa e quatro a seis flagelos. Seu comprimento chega a 5,0 µm e sua largura pode atingir 1,0 µm.

Essa bactéria está relacionada principalmente com a destruição de células gástricas. Elas alojam-se na mucosa do estômago, especificamente nas microvilosidades, e lançam enzimas que desregulam alguns fatores essenciais para a proteção do epitélio. Além disso, produzem uma citotoxina vacuolizante que causa a destruição das células estomacais.

Quando a bactéria se aloja no tecido gástrico, é comum que ocorra algum tipo de resposta inflamatória na região. Ela pode causar úlcera ou gastrite, que podem evoluir para quadros hemorrágicos. Estima-se que mais de 90% dos casos de gastrite crônica tenham como agente causador a bactéria H. pylori.

Algumas pesquisas sugerem que, além da gastrite e úlceras, a H. pylori está relacionada com o surgimento do câncer de estômago. Desde 1994, a bactéria é considerada um agente carcinogênico humano pertencente ao grupo 1.

Estima-se que metade de toda a população mundial esteja infectada por essa bactéria, entretanto, a grande maioria não desenvolve nenhum problema em virtude dessa infecção. A contaminação pode ocorrer por duas vias: fecal-oral ou oral-oral. Vale destacar que a bactéria não é transmitida através de ato sexual nem por picadas de insetos.

A falta de água potável e saneamento básico de qualidade estão entre as principais causas da alta taxa de infecção. Sendo assim, para a prevenção, é importante investir em medidas educativas e em saneamento básico.

O diagnóstico pode ser feito através de métodos invasivos e não invasivos. Os métodos invasivos são aqueles em que se faz necessária a coleta de material para biópsia através de endoscopia. As técnicas de sorologia e teste respiratório com ureia marcada com isótopos de carbono são dois métodos não invasivos.

Para o tratamento desse tipo de infecção, é usada uma variedade de medicamentos. Geralmente, faz-se uso de uma grande quantidade de drogas combinadas, que podem ocasionar efeitos colaterais no paciente, tais como náuseas e diarreia. Os efeitos adversos são fatores que contribuem para que muitas pessoas parem o tratamento, ocasionando a formação de cepas resistentes.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos
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