Desastre ambiental em Brumadinho
Brumadinho, que está na região metropolitana de Belo Horizonte, enfrentou um grande desastre ambiental no dia 25 de janeiro de 2019. A Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, rompeu-se, desencadeando uma avalanche de lama, a qual destruiu a comunidade próxima e construções da própria Vale. O terrível mar de lama não causou apenas prejuízos financeiros, sendo responsável também pela morte de dezenas de pessoas.
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→ Barragem de Brumadinho
A barragem que se rompeu em Brumadinho tinha como finalidade, de acordo com a Vale, a deposição de rejeitos. Ainda de acordo com a mineradora, a barragem, que foi construída em 1976, estava inativada e, no momento, não havia nenhuma atividade operacional em andamento.
As causas do rompimento da barragem ainda são desconhecidas. De acordo com a Vale, a barragem possuía segurança física e hidráulica. A Polícia Federal e a Polícia Civil de Minas investigam o caso para averiguar se houve alguma irregularidade na elaboração dos documentos técnicos.
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→ Mortes causadas pelo rompimento da barragem em Brumadinho
A barragem em Brumadinho rompeu-se no início da tarde de uma sexta-feira (25 de janeiro de 2019). Como nenhum sinal de alerta foi emitido, muitas pessoas não conseguiram deixar o local a tempo.
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais trabalha em busca de vítimas do rompimento da barragem.
Até a tarde de 1º de fevereiro de 2019, já haviam sido confirmadas 110 mortes, mas apenas 71 pessoas foram identificadas. A primeira pessoa a ter a sua identificação confirmada foi a médica Marcelle Porto Cangussu, de 35 anos de idade.
Além disso, 238 pessoas encontravam-se desaparecidas. Muitas dessas pessoas desaparecidas estavam nas instalações da Vale que foram afetadas. Sabe-se ainda que, em uma pousada local atingida, havia cerca de 35 pessoas. Ajudam nas buscas o Corpo de Bombeiros, a Força Aérea Brasileira e o Exército. Cerca de 130 militares de Israel também participaram das buscas.
→ Impactos ambientais
Segundo a Vale, em Brumadinho, rompeu-se apenas uma barragem, a qual apresentava um volume de 11,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos. A mineradora afirma ainda que a lama que foi liberada não é tóxica. Entretanto, apesar de não ser assim considerada, ela pode desencadear outros problemas ambientais, tais como:
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Em virtude da grande quantidade de rejeitos e da velocidade em que foram liberados, a lama destruiu grande parte da vegetação local e causou a morte de diversas espécies de animais. É importante salientar que a região abrigava uma grande área remanescente da Mata Atlântica, um bioma com grande biodiversidade. Houve, portanto, uma enorme perda. De acordo com o Instituto Estadual de Florestas (IEF) a área da vegetação impactada representa 147,38 hectares.
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Os rejeitos da mineração atingiram ainda o rio Paraopeba, que é um dos afluentes do rio São Francisco. A grande quantidade de lama torna a água imprópria para o consumo, além de reduzir a quantidade de oxigênio disponível, o que desencadeia grande mortandade de animais e plantas aquáticas. Em relação ao rio São Francisco, a expectativa é de que a lama seja diluída antes de atingi-lo.
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Em razão da grande quantidade de lama que foi depositada na região, o solo terá sua composição alterada, o que pode prejudicar o desenvolvimento de algumas espécies vegetais. Além dessa alteração, quando a lama seca, forma uma camada dura e compacta, que também afeta a fertilidade do solo.
Vale salientar ainda que se espera que os impactos ambientais sejam inferiores aos observados em Mariana. Entretanto, ainda não é possível mensurar todos os danos causados. Para saber mais sobre o rompimento da barragem em Mariana, também em Minas Gerais, que ocorreu um pouco mais de três anos antes da tragédia em Brumadinho, leia: Acidente em Mariana e seus impactos ambientais
Na foto, é possível observar um helicóptero sobrevoando a área atingida pelo rompimento da barragem em Brumadinho.
(Foto: Polícia Militar de Minas Gerais)
→ Reações de organizações ligadas ao meio ambiente
Várias organizações ligadas ao meio ambiente emitiram notas solidarizando-se com a situação em Brumadinho e cobrando leis mais severas. Veja a seguir trechos de notas emitidas por algumas dessas organizações.
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WWF-Brasil: “Lamentamos imensamente o rompimento da Barragem I de Mina do Feijão, em Brumadinho (MG), que tirou novamente a vida de pessoas. Nossa solidariedade vai, antes de mais nada, para todos os afetados por essa tragédia.
É importante frisar que esta é de fato uma tragédia, mas não um acidente. Um desastre dessas proporções pode – e deve – ser evitado por meio de leis ambientais que garantam a segurança das comunidades e da natureza.”
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SOS Mata Atlântica: “A Fundação SOS Mata Atlântica se solidariza com todos atingidos e impactados por mais uma grave tragédia no país, dessa vez envolvendo uma ou mais barragens de rejeitos de minério da Barragem Feijão, em Brumadinho (MG), da empresa Vale. Já foram confirmadas 34 mortes, e se estima que ainda existam 300 pessoas desaparecidas – número de vítimas que já supera, infelizmente, o do rompimento de barragem em Mariana, três anos atrás. Trata-se, portanto, de um novo primeiro e vergonhoso lugar no ranking de maiores tragédias socioambientais no Brasil.”
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Greenpeace Brasil: “Este novo desastre com barragem de rejeitos de minérios, desta vez em Brumadinho (MG), é uma triste consequência da lição não aprendida pelo Estado brasileiro e pelas mineradoras com a tragédia da barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana (MG), também controlada pela Vale. Minérios são um recurso finito que devem ser explorados de forma estratégica e com regime de licenciamento e fiscalização rígidos. A reciclagem e reaproveitamento devem ser priorizados.”