Doação de medula óssea
A medula óssea, localizada na cavidade interna de alguns ossos, é responsável pela fabricação de hemácias, glóbulos brancos e plaquetas de nosso corpo; a partir de células-mães. Assim, pessoas cuja medula está com seu funcionamento comprometido - seja por doenças genéticas hereditárias, autoimunes ou hematológicas, imunodeficiências e tumores – podem necessitar de transplante deste material, quando o tratamento quimio e radioterápico não estão sendo eficazes.
Para o transplante, a medula do paciente recebe altas doses de quimioterapia e/ou radioterapia, a fim de destruí-la, e também para que seu organismo não reconheça a nova medula como um corpo estranho. Neste momento, o indivíduo pode ter como efeitos colaterais: náuseas, vômitos, perda de apetite, surgimento de feridas nas mucosas, mau funcionamento intestinal ou queda de cabelos.
As células da medula sadia são implantadas via transfusão sanguínea, por meio do cateter venoso, instalado em uma veia de grande calibre do paciente. É também por este que o paciente recebe a quimioterapia e medicamentos.
As células sadias se instalam, posteriormente, no interior dos ossos, e lá se multiplicam e se diferenciam em células sanguíneas. Até estabelecer um equilíbrio ótimo destas células, o transplantado deve ingerir antibióticos, para evitar infecções, e receber doações de sangue compatível.
Para o transplante, o doador pode ser o próprio paciente (transplante autólogo), em alguns casos de leucemia, onde a medula é retirada antes da quimioterapia; um irmão gêmeo idêntico (singênico); ou algum doador compatível (alogênico), que pode ser pais, irmãos, ou mesmo doadores voluntários. Para este último caso, há 35% e 0,1% de chances, respectivamente, de se achar doadores nestas condições.
Para ser um doador voluntário, é necessário que tenha entre 18 e 55 anos e bom estado de saúde. Este deverá ser previamente cadastrado, doando uma amostra de sangue para verificação de compatibilidade: informação esta que será disponibilizada em banco de dados. Quando encontrado algum paciente compatível, o doador é solicitado, podendo fornecer a medula em centros de transplante de sua própria cidade.
Para tal, pode ser feita punção de veia periférica, com retirada de algumas células sanguíneas por meio de um aparelho semelhante ao utilizado em hemodiálises; ou punção feita diretamente do osso do quadril, por meio de seringas. Neste segundo caso, o doador recebe anestesia.
Poucos dias após a doação, a medula do voluntário é completamente regenerada. Este procedimento é simples, não oferece riscos de complicações a ele, e pode salvar vidas.
Observação: O presidente Lula sancionou uma lei, publicada no Diário Oficial da União no dia 23.04.09, que institui a Semana de Mobilização Nacional para Doadores de Medula Óssea. Esta ocorrerá todos os anos, entre 14 e 21 de dezembro.
Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia