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Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI)

Na ICSI, um espermatozoide é injetado diretamente em um ovócito.
Na ICSI, um espermatozoide é injetado diretamente em um ovócito.

A injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) é um procedimento de reprodução assistida indicado, principalmente, em situações nas quais o homem possui um número nulo ou pequeno de espermatozoides no sêmen e/ou tais gametas se apresentam com pouca mobilidade.

Descrita pela primeira vez na década de 90, essa técnica é muito parecida com a fertilização in vitro tradicional, já que em ambos os processos a fecundação ocorre fora do corpo feminino e – caso os resultados sejam favoráveis – alguns embriões são transferidos para o referido local, no máximo até 5 dias após a coleta dos gametas.

A principal diferença é que, na inseminação artificial, cerca de 100 mil espermatozoides, para cada gameta feminino, são colocados em uma placa de petri, tubo de ensaio ou proveta; e depois são direcionados para uma estufa, onde possivelmente ocorrerá a fecundação. Já na ICSI, um único espermatozoide é introduzido diretamente no ovócito, com auxílio de instrumentais específicos, para atingir esse objetivo.

Um dos primeiros passos, comum a ambos os processos, consiste na estimulação dos ovários, com a finalidade de provocar o desenvolvimento dos folículos. Para tal, a mulher fará o uso de alguns hormônios, durante um período de aproximadamente duas semanas. Com bastante frequência, ela se submeterá a exames de ultrassom, a fim de precisar, com exatidão, o momento da ovulação.

Ocorrendo tal evento, e sob sedação leve, a paciente terá seus folículos ovarianos aspirados, utilizando-se de uma agulha e um aparelho especial de sucção. Como é um procedimento simples, quase indolor, cerca de uma hora depois ela poderá deixar a clínica.

Quanto aos espermatozoides, geralmente é feita a coleta do sêmen do companheiro nesse mesmo dia. No caso de homens que não lançam esperma com espermatozoides, como os vasectomizados, tais gametas podem ser obtidos diretamente do epidídimo ou do testículo, por meio de procedimento também relativamente simples.

Em laboratório, os espermatozoides, em meio de cultura especial, serão selecionados e, depois, passarão pela capacitação (processo que ocorre naturalmente no muco cervical feminino, promovendo o amadurecimento desses gametas). Por outro lado serão separados os ovócitos mais maduros. Depois, as células que os circundam serão removidas, em um processo denominado desnudação.

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Após tais procedimentos, utilizando-se de pipeta de sucção, agulha especial, microscópio e micromanipuladores; cada espermatozoide será injetado diretamente em um ovócito (veja neste vídeo). Depois, os zigotos serão colocados em meio de cultura em uma placa de petri, tubo de ensaio ou proveta; e depois direcionados a uma incubadora, ficando ali por cerca de dezoito horas.

Caso ocorra o desenvolvimento de embriões, alguns deles serão transferidos para o útero materno, utilizando um cateter especial que os direcionará até a cavidade uterina. Tal procedimento também é relativamente simples, requerendo somente aproximados sessenta minutos de repouso. Provavelmente a possível futura gestante fará uso de alguns fármacos, com a finalidade de reduzir as chances de inviabilização da gravidez.

A taxa de sucesso da ICSI é bastante variável, embora se apresente, geralmente, mais eficaz que a fertilização in vitro comum. A habilidade da equipe médica, qualidade dos gametas, idade da mulher e número de embriões transferidos são alguns fatores que interferem em seus resultados.


Importante:

Em nosso país, é permitido que no máximo quatro embriões sejam implantados no útero da possível futura gestante; sendo recomendado o congelamento dos embriões excedentes e, caso os pais autorizem, depois de três anos, tais embriões podem ser utilizados na pesquisa.

Apesar de esses procedimentos serem contemplados na Lei de Biossegurança; o destino de tais embriões é assunto que levanta muitos questionamentos, como: o que fazer com os embriões congelados a longo prazo? O descarte deles poderia ser considerado uma forma de aborto? E como proceder quando se trata de casais que se separaram?


Por Mariana Araguaia
Bióloga, especialista em Educação Ambiental

Publicado por Mariana Araguaia de Castro Sá Lima

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