A robotização na produção industrial
A globalização é responsável por diversas modificações no mundo, influenciando na política, nas relações sociais, no desenvolvimento tecnológico, nas formas de trabalho, etc. Um desses fatores fortemente alterados pelo processo de globalização é a intensa robotização na produção industrial.
As indústrias estão, cada vez mais, introduzindo robôs no processo produtivo. Essas máquinas são programadas para executar movimentos rápidos, padronizados e eficazes, aumentando, assim, a produção final. Porém, as consequências são drásticas para os trabalhadores, pois esse fenômeno agrava o desemprego.
Conforme dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), aproximadamente 85 mil robôs são introduzidos anualmente nas indústrias em todo o mundo. Estima-se que existam mais de 800 mil robôs exercendo o trabalho que poderia empregar aproximadamente dois milhões de pessoas. Esse processo é motivado por diversos fatores, sendo um deles a maximização da produção: a utilização de robôs pode quadruplicar a produção em determinados segmentos industriais.
Para os detentores dos meios de produção, a utilização de máquinas é mais vantajosa, visto que, além da produção ocorrer de forma mais rápida, a folha salarial é reduzida e, consequentemente, a lucratividade é maior. Os robôs, apesar de passarem por manutenções, são mais benéficos para as empresas, pois, diferentemente dos operários, não adoecem, não tiram férias, não engravidam, não necessitam de descanso, não recebem salário, não reclamam da função, entre outros fatores.
Essa introdução em massa de robôs é alicerçada por um discurso ideológico de que eles estão desempenhando apenas as funções alienantes e prejudiciais para a saúde do homem, e que para o seu desenvolvimento e construção ocorre a utilização de mão de obra humana, ou seja, há a criação de novos postos de trabalho. No entanto, essa é uma tentativa de distorcer a verdadeira consequência desse processo.
Essa substituição está aumentando o desemprego estrutural, que irá refletir no poder de consumo da população. Um posto de trabalho está ficando cada dia mais escasso nesse cenário de máquinas. Porém, fica uma pergunta: quem irá comprar essa grande quantidade de produtos fabricados com o auxílio de máquinas? Serão os robôs?