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Reestruturação Produtiva

A reestruturação produtiva é o processo de consolidação do modelo flexível do trabalho industrial.
Com a reestruturação produtiva, praticamente não se vê mais trabalhadores nas linhas de montagem automotivas¹
Com a reestruturação produtiva, praticamente não se vê mais trabalhadores nas linhas de montagem automotivas¹

A Reestruturação Produtiva – também chamada de capitalismo flexível – é um processo que se iniciou na segunda metade do século XX e que correspondeu ao processo de flexibilização do trabalho na cadeia produtiva. Sua inserção no mundo capitalista está diretamente associada à Terceira Revolução Industrial – também chamada de Revolução Técnico-Científica Informacional – e ao processo de implementação do Neoliberalismo enquanto sistema econômico.

Quando se fala em flexibilização do trabalho, fala-se na crise do sistema fordista/taylorista de produção. Assim, onde antes predominava o modo de produção caracterizado pelo trabalho repetitivo executado pelo trabalhador e o processo de produção em massa de mercadorias, agora se pratica a flexibilidade do trabalho, em que o mesmo empregado executa variadas funções no ambiente da empresa. Além disso, o ritmo de produção obedece à demanda do mercado, evitando, assim, a estocagem de mercadorias.

É importante ressaltar que a Reestruturação Produtiva apenas se efetivou em virtude dos avanços proporcionados pelas inovações tecnológicas, que permitiram uma maior eficiência no processo produtivo, minimizando erros e acelerando a produção. Graças à robótica, à nanotecnologia e a várias outras técnicas, o processo produtivo tornou-se mais dinâmico, de modo que uma mesma pessoa agora é capaz de realizar a mesma função de dezenas de trabalhadores.

A consequência foi a elevação do chamado emprego temporário, quando as indústrias contratam funcionários apenas em épocas de grande demanda na produção, demitindo-os quando não houver mais necessidade de se produzir mercadorias em grandes quantidades.

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Além disso, anota-se o processo de desregulamentação do trabalho, instrumentalizado pela total desarticulação do sistema produtivo, acarretando a multiplicação de contratos precários de trabalho e a diminuição média dos salários, gerada pela elevação dos índices de desemprego.

Contribuiu também para a redução média dos ganhos financeiros dos trabalhadores o processo de terceirização da economia. Esse processo ocorreu em razão dos baixos índices de geração de empregos no campo (setor primário) e nas indústrias (setor secundário), resultando no direcionamento da maior parte de trabalhadores para a área comercial e de serviços (setor terciário).

O primeiro país a conseguir, já na década de 1970, incorporar com sucesso a reestruturação produtiva foi o Japão, país onde o modelo ficou conhecido como toyotismo. No Brasil, e na maioria dos demais países, esse sistema consolidou-se na década de 1980. O mundo subdesenvolvido conheceu esse processo com a instalação das multinacionais em seus territórios, que já adotavam a reestruturação produtiva como filosofia de negócios.

Atualmente, esse modelo ainda se encontra predominante no setor industrial em todo mundo. Sua consolidação foi o principal motor para a hegemonia do Neoliberalismo no mundo atual.  

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¹ Créditos da imagem: Pavel L Photo and Video e Shutterstock

Publicado por Rodolfo F. Alves Pena

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