Colocação pronominal em casos de vírgula
Dentre os assuntos relacionados à gramática, os quais provocam questionamentos, está a colocação pronominal. O uso dela encontra-se submetido a critérios específicos – e entre alguns casos a vírgula está presente. Assim sendo, quando ocorrer a vírgula, recorreremos à ênclise ou à próclise? Pois bem, no intuito de sanarmos algumas dúvidas acerca de tal ocorrência, o artigo em questão tem por finalidade abordar alguns pressupostos, entre eles:
A primeira noção que impera nesse caso reside no fato de que a vírgula, denotando uma pausa, predispõe o uso da ênclise, embora não seja algo obrigatório. Assim sendo, é natural que nos deparemos com enunciados assim expressos:
Diante das justificativas apresentadas, desculpo-lhe.
Depois de tudo, obrigo-te a voltar.
Contudo, nos casos em que houver um verbo expresso no futuro, fato que não o permite se apresentar enclítico, recomenda-se que o pronome oblíquo seja colocado anteposto ao verbo. Assim, analisemos:
Não tinha conhecimento das leis, por isso não as colocaria em prática. (em vez de colocaria-as)
Já na oração “Não tardou a se adequar às normas que, embora injustas, se aplicavam (aplicavam-se) a todos”, podemos afirmar que tanto o uso da ênclise (pronome posposto ao verbo, em virtude da presença da vírgula), quanto da próclise (haja vista que o pronome relativo “que”, mesmo estando distante, atrai o pronome oblíquo), é permitido. Assim, vejamos:
Não tardou a se adequar às normas que, embora injustas, se aplicavam a todos.
Não tardou a se adequar às normas que, embora injustas, aplicavam-se a todos.