Crase antes de pronomes possessivos
O uso da crase representa, sem dúvida, um dos muitos questionamentos acerca dos fatos que norteiam a língua. Diante das muitas regras e das possíveis exceções, inclusive do uso facultativo, o usuário se perde em meio a um aglomerado de informações que porventura tendem a confundi-lo cada vez mais.
Em face dessa realidade, sobretudo de modo a não concebermos a língua portuguesa como um estigma, ocupemo-nos em estabelecer familiaridade com o uso da crase antes de pronomes possessivos. Assim, torna-se correto dizer “à minha” ou “a minha”?
Segundo os preceitos gramaticais, devemos nos ater a duas elucidações:
* O uso da crase antes de pronomes possessivos no singular, desde que antecedam um substantivo (pronome adjetivo), é facultativo. Vejamos o exemplo em questão:
Fiz elogios a (à) sua prima.
Contudo, o aconselhável é fazer o uso deste sinal, de modo a evitar possíveis ambiguidades, o que resulta na incompreensão de sentido, sobretudo depois de verbos. Tudo fica ainda mais claro quando analisamos a regência do verbo em questão, haja vista que quando fazemos elogios o fazemos a uma determinada pessoa.
Outro exemplo de tal ocorrência é com o verbo “anexar”:
Peço que anexe as pontuações obtidas à sua nota.
Ora, trata-se de dois complementos, um objeto direto: as pontuações; e um objeto indireto: à sua nota.
* Em se tratando de casos relativos a pronomes possessivos expressos no plural, um fato é certo: não se trata de mera opção entre as/às, mas sim do uso de uma simples preposição (a) ou da sua combinação com o artigo no plural (às). Entendamos, portanto:
Quis fazer referência as minhas conquistas durante a conversa.
OU
Quis fazer referência às minhas conquistas durante a conversa.