Devemos sempre utilizar a crase na indicação de horas?
Usar ou não a crase sempre evidencia um dos muitos questionamentos feitos pelos usuários do sistema linguístico, principalmente no que tange à modalidade escrita da linguagem. Quando eles se veem frente as tantas regras que a esse assunto pertencem, assim como a muitos outros, sentem-se meio atordoados, simplesmente pensando: “Como vou conseguir memorizar tudo isso?”.
O fato é que a princípio pode parecer um tanto quanto complicado, mas nada que um pouco de prática, mediante a assiduidade da leitura e o exercício da escrita, não possa aperfeiçoar. Sendo assim, tal aspecto decorre do que chamamos de memória visual, ou seja, quanto mais estabelecemos familiaridade com um determinado assunto, mais tendemos a internalizá-lo.
Por esse e outros motivos é que o artigo em questão, no intento de proporcionar a você algumas dicas, que por sinal são sempre bem-vindas, tem por finalidade discorrer acerca do emprego da crase no que tange à indicação de horas. Vamos a elas, portanto:
* Uma das circunstâncias em que a crase se manifesta é antes das locuções femininas, sejam essas prepositivas (à espera de...), conjuntivas (à proporção que, à medida que...) ou adverbiais (às vezes, à noite...). Assim sendo, integrando as adverbiais está a indicação de horas, como podemos constatar por meio dos enunciados subsequentes:
Sairemos às 2h30.
Todos chegaram às 13h.
O que se pode notar é que se trata da indicação exata das horas. Nesse sentido, podemos dizer que o uso da crase é conveniente. Contudo, vale dizer que tal ocorrência nem sempre é manifestada, por isso, vejamos:
* No caso de ocorrer o uso de outras preposições, distintas das já mencionadas, recomenda-se não utilizar a crase. Para tanto, de modo a conferirmos como realmente se efetiva a ocorrência, analisemos alguns casos:
Sairemos após as 18h.
O voo está marcado para as 20h.
Estamos aqui desde as 14h30.
A palestra será realizada entre as 15h e as 17h.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras