Colonização holandesa
No século XVI, a região de Flandres era constituída por um grupo de cidades que acumulavam recursos financeiros graças ao desenvolvimento do comércio da região.
Contudo, não havia a presença de um Estado centralizado. Sendo assim, parte integrante dos vários principados e territórios que integravam o Sacro-Império Germânico, o qual acabou sendo desmembrado em diversos países logo que os filhos de Carlos V herdaram seu trono.
Nesta divisão os territórios holandeses acabaram ficando politicamente subjugados ao controle da monarquia espanhola. Tal situação acabou se mostrando insustentável ao longo do tempo, já que os comerciantes holandeses se convertiam massivamente à religião protestante, enquanto o reino espanhol se mostrava fiel ao cristianismo católico. De tal modo, a partir de 1550, observamos que os conflitos entre holandeses e espanhóis se tornavam cada vez mais frequentes.
Na década de 1570, a união das várias regiões que formavam os Países Baixos intensificou significativamente seus esforços destinados ao rompimento definitivo junto aos espanhóis. No ano de 1579, as províncias do Norte se mobilizaram promovendo a realização União de Utrecht, que mais tarde veio a se consolidar com a proclamação da República das Províncias dos Países Baixos – formada pela Holanda, Utrecht, Zelândia, Gueldre, Frísia, Groningue e Overissel.
Tomadas por um governo republicano e com forte tradição nas atividades comerciais, os holandeses assumiram posição de ponta na realização de transportes marítimos, responsáveis pela distribuição de mercadorias em toda Europa. Fundaram duas companhias de comércio: a Companhia Holandesa das Índias Orientais (1602) e a Companhia das Índias Ocidentais (1621), que organizavam a reexportação de mercadorias diversas e promoviam o tráfico de escravos para a América Hispânica.
Realizando a fundação de entrepostos comerciais, os holandeses cravaram sua expansão colonialista em vários continentes. Fixaram-se no Nordeste brasileiro ao longo de um tempo, realizaram a fundação de Nova Amsterdã (atual cidade de Nova York), tomaram posições em pontos do litoral africano (Guiné e Cabo). No mundo oriental, conquistaram Malaca, Java, Ceilão e alguns outros entrepostos da China e do Japão.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Equipe Mundo Educação