Fernando Collor
Fernando Collor é um político brasileiro que desenvolveu sua carreira política pelo estado de Alagoas, elegendo-se deputado federal, senador e governador. Collor construiu sua imagem em torno da alcunha “caçador de marajá”, e com ela construiu sua candidatura à presidência em 1989, saindo como vencedor e derrotando Lula no segundo turno.
No seu governo, Collor ficou marcado por um plano econômico que traumatizou a população brasileira, pois valores das contas-correntes e poupanças foram confiscados pelo governo por 18 meses. Além disso, sofreu impeachment após ser denunciado por um esquema milionário de corrupção.
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Resumo sobre Fernando Collor
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Fernando Collor nasceu no Rio de Janeiro, mas passou parte da sua juventude indo e vindo de três cidades: Maceió, Rio de Janeiro e Brasília.
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Ingressou na política no final da década de 1970, sendo nomeado prefeito de Maceió, capital do Alagoas.
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Foi deputado federal e governador de Alagoas durante a década de 1980.
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Candidatou-se à presidência na eleição de 1989, vencendo Lula no segundo turno.
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Sofreu impeachment em 1991 ao ser denunciado como parte de um esquema de corrupção.
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Foi eleito senador de Alagoas em 2006 e em 2014.
Nascimento e juventude de Fernando Collor
Fernando Afonso Collor de Melo nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 12 de agosto de 1949, pertencente a uma família de influência na política e de posses. Seu pai era Arnon de Melo, conhecido por ter sido governador e senador pelo estado de Alagoas; já sua mãe era Leda Collor, filha de um ex-deputado federal pelo estado de Rio Grande do Sul.
A juventude de Fernando Collor se deu em três importantes cidades brasileiras, sendo elas as seguintes:
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Rio de Janeiro (onde ele nasceu);
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Maceió (onde sua família possuía negócios);
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Brasília (onde seu pai atuou como senador).
Ele também estudou em boas escolas, afinal sua família tinha boa condição financeira, e concluiu seu Ensino Superior no curso de Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Alagoas. Os primeiros anos da vida profissional de Fernando Collor se deram graças à ajuda de sua família, uma vez que ele trabalhou em duas empresas que pertenciam a seu pai.
Ingresso de Fernando Collor na política
Em 1979, um acordo político realizado pela família de Collor permitiu que ele entrasse para a política como prefeito de Maceió. Collor foi nomeado para essa função como filiado da Aliança Renovadora Nacional, o partido que dava suporte aos militares no período da Ditadura Militar. Ficou marcado em sua gestão por contratar milhares de funcionários públicos, e foi denunciado pela imprensa, na época, por contratar familiares para cargos públicos.
Em 1982, candidatou-se e se elegeu como deputado federal por Alagoas e pelo Partido Democrático Social (PDS). Participou de momentos importantes da história brasileira, como a votação da Emenda Dante de Oliveira, apoiando-a, e na eleição presidencial de 1985, votando pelo candidato dos militares, Paulo Maluf.
Durante seu mandato como deputado federal, apresentou 11 projetos de lei e não conseguiu a aprovação de nenhum deles. Mudou-se para o Partido do Movimento Democrático Brasileiro e concorreu ao cargo de governador de Alagoas em 1985. Foi beneficiado pela fortíssima popularidade do PMDB naquele ano e foi eleito com quase 53% dos votos válidos.
Como governador de Alagoas, procurou estabelecer uma imagem de “caçador de marajás”. Usou de uma intensa propaganda para tal, e iniciou uma campanha para combater os salários mais altos dos servidores públicos. O caso parou na Justiça, e o governo de Alagoas foi obrigado por ela a continuar pagando os salários do funcionalismo público normalmente.
Como não pode reduzir o salário do funcionalismo, Collor decidiu demitir parte do funcionalismo público de Alagoas, além de reduzir as secretarias estaduais, mas foi impedido pelo Legislativo alagoano de fazê-lo. Além disso, colocou-se como oposição ao governo do presidente José Sarney.
Fernando Collor na presidência
No final da década de 1980, Fernando Collor decidiu candidatar-se à presidência da república e explorou sua imagem como o “caçador de marajás” para conquistar apoio entre os eleitores. Procurou também explorar sua imagem como um político jovem e atlético para conquistar o eleitorado.
Por fins de estratégia política, convidou Itamar Franco para ser o seu candidato a vice-presidente, pois procurava atrair o voto dos eleitores de Minas Gerais, um dos principais colégios eleitorais do Brasil. Entretanto, a relação de Collor e Itamar Franco nunca foi boa. Durante a campanha eleitoral, Collor conseguiu ter bastante sucesso e foi o candidato mais votado do primeiro turno.
Candidato pelo Partido da Reconstrução Nacional (PRN), Collor disputou o segundo turno com Lula, candidato pelo Partido dos Trabalhadores. Collor venceu Lula com 53% dos votos válidos, tornando-se no primeiro presidente eleito pela população brasileira desde a eleição de Jânio Quadros, em 1960.
→ Plano Collor
Um dos grandes destaques do governo de Fernando Collor foi o Plano Collor, que procurava resolver o problema da alta inflação que atingia a economia brasileira havia anos. O Plano Collor ficou marcado por determinar o confisco da poupança e contas-correntes da população brasileira por 18 meses.
O plano conseguiu conter a inflação nos primeiros meses, mas rapidamente ela voltou a subir. O confisco dos valores da população, por sua vez, teve um impacto profundamente negativo, pois afetou o consumo, fazendo com que uma série de negócios entrassem em uma situação crítica.
→ Impeachment de Fernando Collor
O governo Collor foi abalado por uma denúncia de que o presidente e seu tesoureiro operavam um esquema de corrupção responsável por arrecadar 60 milhões de dólares. Seu tesoureiro era Paulo César Farias, mais conhecido como PC Farias.
Uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) foi aberta para investigar o escândalo, a população brasileira se mobilizou contra o presidente, e diversos protestos gigantescos foram realizados em diferentes cidades brasileiras.
Em setembro de 1992, Collor foi afastado da presidência por conta das investigações, e, em dezembro de 1992, seu impeachment foi confirmado pelo Senado (já havia sido aprovado na Câmara dos Deputados). Com isso, ele foi deposto da posição de presidente e o cargo foi transmitido para o vice-presidente, Itamar Franco, que governou o país até o fim de 1994.
Fernando Collor ainda perdeu os seus direitos políticos por oito anos, ficando inelegível durante todo esse período.
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Fernando Collor após o impeachment
Nos 10 anos seguintes após sua condenação, Collor ficou tentando na Justiça a possibilidade de reaver os seus direitos políticos para que ele pudesse retomar sua carreira política. Ele, no entanto, não conseguiu isso, e só pôde concorrer novamente a uma eleição em 2002. Nessa ocasião, ele tentou eleger-se governador de Alagoas e foi derrotado.
Fernando Collor realizou nova tentativa de retomar sua carreira política quatro anos após, e, em 2006, conseguiu se eleger para senador ao obter 44% dos votos. O cargo de senador tem duração de oito anos, e ele candidatou-se para reeleição em 2014, novamente saindo vitorioso, obtendo quase 56% dos votos.
Crédito de imagem
[1] Wikimedia Commons (reprodução)
[2] Wikimedia Commons (reprodução)