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Senzala

As senzalas eram os alojamentos que aprisionavam os escravos durante o período colonial. Eram locais vigiados e trancados, nos quais os escravos viviam em péssimas condições.
Ruínas de uma senzala.
Ruínas da senzala da Fazenda do Engenho do Meio. As senzalas tinham forte relação com os engenhos de açúcar. [1]

Senzalas eram alojamentos que aprisionavam os escravos no Brasil durante o período colonial. Os relatos do período colonial retratam as senzalas como locais com péssimas condições de preservação que propiciavam a proliferação de doenças. Durante a noite, as senzalas eram trancadas para impedir a fuga dos escravos.

Não havia um padrão de senzala no Brasil, e cada senzala poderia ser construída de um jeito diferente. De maneira geral, a maioria das senzalas era construída de taipa e possuía paredes de barro.

Leia também: Racismo — uma consequência da escravidão que ainda afeta o Brasil e o mundo

Resumo sobre senzala

  • As senzalas eram os alojamentos que aprisionavam os escravos no Brasil durante o período colonial.

  • Essas construções não tinham um padrão, podendo ter múltiplas formas.

  • Em geral, eram construídas em taipa.

  • Algumas tinham cômodos separando escravos, enquanto outras eram em forma de galpão.

  • O termo “senzala” deriva de sanzala, do quimbundo.

Qual era a função das senzalas na história colonial do Brasil?

As senzalas são parte da história do Brasil durante o período colonial, sendo um dos grandes símbolos da escravidão em nosso país. Isso porque as senzalas eram os alojamentos que aprisionavam os escravos, e essas construções estão relacionadas, principalmente, com os engenhos. As senzalas abrigavam os escravos, independentemente de eles serem indígenas ou africanos.

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Origem da palavra “senzala”

A palavra “senzala” não tem origem no idioma português, mas é oriunda do quimbundo: sanzala. Essa palavra é traduzida como “residência de serviçais em propriedades agrícolas” ou “morada separada da casa principal” e era usada para se referir a um modelo de habitação coletiva que existia em regiões do continente africano.

Há de se pontuar que a sanzala africana não significa a mesma coisa que a senzala brasileira, uma vez que aqueles que residiam na sanzala africana eram pessoas livres, enquanto a senzala brasileira era o alojamento para os escravos, um local que simbolizava o cárcere e a violência da escravidão no Brasil.

Veja também: Qual a diferença entre a escravidão indígena e a escravidão africana?

Como era feita uma senzala?

Apesar de muitos imaginarem as senzalas de uma maneira bastante semelhante, sabemos que não havia nenhum padrão para as senzalas durante o período colonial. Havia senzalas feitas para abrigar dezenas de escravos, mas havia também grandes senzalas. Algumas possuíam pequenos espaços reservados que eram dedicados a casais de escravos e suas famílias.

O traço mais característico das senzalas é o fato de que a maioria delas era construída em taipa, ou seja, possuía as paredes de barro, e tinha um teto feito de palha. Fora isso, havia uma grande variedade nas características físicas de uma senzala. Algumas tinham janelas, mas outras não, o que fazia esses locais serem bastante escuros.

Alguns relatos falam que a luz e um pouco de ar entravam pelo espaço que havia entre o teto e as paredes da senzala. Outros apontam que havia um grande corredor no centro da senzala que permitia a circulação de ar de uma maneira adequada. Esse corredor poderia separar a senzala em duas alas, uma feminina e outra masculina.

As senzalas também, em grande parte, eram construídas longe da casa grande, e isso era proposital, porque garantia uma segurança extra ao senhor de engenho e a sua família em caso de fugas ou de revoltas de escravos. Poderiam também existir senzalas distintas para os escravos domésticos, separando-os dos escravos das lavouras.

Isso também era proposital e tinha como objetivo estabelecer uma hierarquia entre os próprios escravos, pelo fato de exercerem diferentes funções, contribuindo para que houvesse desunião entre eles. Por fim, dentro das senzalas eram alojados escravos de diferentes origens para que a comunicação entre eles fosse mais complicada, evitando fugas e rebeliões.

Como os feitores evitavam fugas nas senzalas?

Vimos que as senzalas eram alojamentos que aprisionavam os escravos, e isso se tornava mais perceptível durante a noite, quando os feitores trancavam a senzala. Esses feitores também vigiavam a senzala durante a noite para que não houvesse fugas. Havia também casos em que os escravos que eram acorrentados dentro das senzalas.

Saiba mais: Fugas, resistência e revoltas — como os escravos lutaram pela sua liberdade no Brasil

Como era a vida dentro das senzalas?

Não havia camas para os escravos nas senzalas, então alguns dormiam no chão, mas alguns improvisavam um colchão e dormiam em montes de palha. A refeição deles era realizada na senzala, e havia momentos também em que os escravos se reuniam na senzala e cozinhavam a própria refeição. As porções que ganhavam dos senhores de engenho nunca era suficiente, por isso os escravos tinham direito de dedicar um dia da semana a cuidar da própria plantação.

Não existem muitos relatos acerca do interior das senzalas, uma vez que os cronistas do período colonial não tinham interesse em relatar como viviam os escravos. No entanto, sabemos que não havia móveis no interior das senzalas.

Os relatos do período colonial destacam que as senzalas eram locais sujos e com cheiro ruim. Além disso, destaca-se a falta de interesse dos senhores de engenho em manter esses locais conservados. Como os escravos trabalhavam muito e se alimentavam de maneira inadequada, as senzalas se tornavam locais em que doenças se proliferavam.

Créditos da imagem

[1] Conde de Pacheco / Wikimedia Commons

Publicado por Daniel Neves Silva

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