Conflitos e crise política na Tunísia

Uma grande onda revolucionária surgiu nos países árabes no final de 2010 com o objetivo de eliminar os governos autocráticos da região.  A Tunísia foi o primeiro país a inaugurar esse momento da história conhecido por Primavera Árabe. A população tunisiana se uniu para enfrentar o governo de Zine El Abidine Ben Ali, que entrou no poder em novembro de 1987.

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No dia 17 de dezembro de 2010, um jovem desempregado ateou fogo no próprio corpo na cidade de Sidi Bouzid, quando os policiais o impediram de vender vegetais na rua por não ter autorização. A população comoveu-se com o desespero do rapaz e organizou uma onda de protestos contra o desemprego no país. Além disso, a falta de liberdade política e a desigualdade social reforçaram a luta da população contra o presidente.

Ben Ali ordenou que os policiais fossem para as ruas e impedissem os protestos contra o seu governo. Entretanto, a população engrossou o movimento e enfrentou os soldados, que utilizaram armas de fogo contra os revoltosos. Esse embate foi marcado por extrema violência, os integrantes da oposição contabilizaram cerca de 60 mortos.

O presidente também ordenou que as faculdades e as escolas fossem fechadas durante a manifestação popular, tentando manter os jovens em casa para diminuir o número de integrantes do movimento. Ben Ali, ao perceber a força da população, realizou políticas para conter os protestos. Em 12 de janeiro de 2011, ele demitiu o ministro do interior, criou um comitê para investigar as corrupções e prometeu criar mais de 300 mil vagas de emprego.

Bem Ali afirmou também que iria conceder liberdade de imprensa e internet, combater os preços altos dos alimentos e estruturar um regime mais democrático para a população. Além disso, decidiu não alterar a constituição do país para permitir a própria reeleição. Foi com essas medidas que o governo tentou esquivar-se da pressão popular para permanecer no poder.

Todavia, os movimentos não cessaram, a pressão e os protestos continuaram contra Ben Ali, que acabou decidindo renunciar “temporariamente” seu cargo e depois se exilou na Arábia Saudita. Assim, o premiê Mohammed Ghannouchi assumiu a presidência do país com o objetivo de pacificar os ânimos da população e sistematizar uma sociedade mais democrática para os tunisianos.

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A onda de protestos na Tunísia foi liderada em grande parte por jovens desempregados que reivindicaram uma sociedade mais justa para as pessoas. Além do mais, a classe média, os trabalhadores e a intelectualidade do país também uniram forças contra o governo ditatorial de Ben Ali que renunciou ao cargo através do engajamento da população contra sua política.

Localizada ao Norte da África, a Tunísia foi o primeiro país a inaugurar a Primavera Árabe
Localizada ao Norte da África, a Tunísia foi o primeiro país a inaugurar a Primavera Árabe
Publicado por Fabrício Barroso dos Santos

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