Invasão alemã na Noruega em 1940
A invasão da Noruega ocorreu entre os meses de abril e junho de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, e garantiu aos alemães o controle do país. Após o desembarque de cerca de 100 mil soldados em solo norueguês, a Alemanha venceu a pequena resistência formada pelas tropas norueguesas e pela coalização enviada por Reino Unido e França.
Preparativos da invasão à Noruega
Logo após garantir o domínio sobre a Polônia, os planos alemães voltaram-se para os Países Baixos e França. A ideia de Hitler era que a invasão desses países acontecesse em novembro de 1939. Isso não ocorreu, pois o líder nazista constatou que os estoques de combustível e minérios da Alemanha eram insuficientes para garantir uma campanha longa, como também as reservas de munições do exército alemão estavam no limite. Além disso, questões climáticas impediram o uso da aviação de guerra e, consequentemente, adiaram a realização dos planos iniciais.
Após esse adiamento do projeto nazista para janeiro de 1940, novos contratempos forçaram outra mudança de planos em relação à França e aos Países Baixos. Holandeses e franceses souberam do objetivo alemão e posicionaram as tropas na fronteira, reforçando a sua defesa. Assim, o plano invasor precisou ser refeito.
Adiada a invasão desses países, o almirante Erich Raeder convenceu Hitler a considerar a invasão da Noruega como uma alternativa. Para isso, Raeder convidou o norueguês pró-nazista Vidkun Quisling para ajudá-lo a persuadir o líder da Alemanha. Eles argumentaram, então, que a campanha norueguesa seria importante, pois:
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Garantiria um flanco estratégico a partir de bases aéreas instaladas na Noruega, o que permitiria atacar embarcações britânicas no Mar do Norte;
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Garantiria o controle sobre o escoamento da produção sueca de ferro no porto norueguês de Narvik.
Baseando-se nessa argumentação, Hitler ordenou a preparação das tropas alemãs em 1º de março de 1940. A invasão à Noruega, porém, só aconteceu, de fato, em 9 de abril de 1940.
Batalha pela Noruega
Estátua em Narvik homenageia os soldados poloneses que lutaram contra os nazistas pelo controle da cidade
A invasão da Noruega foi iniciada somente no dia 9 de abril de 1940, quando as tropas alemãs desembarcaram em solo norueguês. Antes disso, aconteceram conflitos no mar entre a Kriegsmarine (marinha de guerra alemã) e a Marinha Real britânica. Isso fez com que a Noruega se posicionasse ao lado dos Aliados – até então, formados por Reino Unido e França, mas que, em 1941, contaram também com a adesão de EUA e URSS. A Alemanha representava o Eixo, composto também por Itália e, a partir de 1941, por Japão.
Quando os planos alemães de invasão da Noruega estavam prestes a se concretizar, Reino Unido e França mobilizaram-se, ainda que desorganizadamente, para impedir essa intenção da Alemanha. Assim, a Marinha britânica minou o mar norueguês nas proximidades de Narvik e enviou embarcações para Scapa Flow (Escócia) e para as proximidades da costa norueguesa. O objetivo era proteger o litoral norueguês e impedir qualquer tentativa de invasão.
Apesar de ter afundado metade das embarcações da Kriegsmarine enviadas para a Noruega, a Marinha britânica não conseguiu impedir a invasão. A Alemanha desembarcou cerca de 100 mil soldados em várias partes da Noruega e rapidamente garantiu o controle de importantes cidades, como Trondheim, Bergen e Stavanger. Oslo foi dominada por meio de paraquedistas alemães que pousaram na cidade.
A resistência norueguesa foi desorganizada, pois os exércitos não estavam mobilizados quando a invasão se iniciou. A Noruega só conseguiu mobilizar suas forças dois dias depois, com o alistamento de cerca de 40 mil noruegueses para a guerra. Tropas britânicas, francesas e polonesas foram enviadas para ajudar na resistência, mas fizeram pouco. A ajuda aliada também foi muito desorganizada e dias depois foi evacuada sob ordem da cúpula britânica.
Após a invasão alemã, o rei Haakon fugiu para o interior da Noruega e, no dia 7 de junho, embarcou rumo ao exílio no Reino Unido. Vidkun Quisling foi nomeado chefe de Estado norueguês pelos nazistas. Seu nome tornou-se sinônimo de traição no país e, tanto no inglês quanto no norueguês, a palavra “quisling” entrou para o dicionário com o significado de “traidor à pátria”.
Rendição norueguesa
A rendição norueguesa aconteceu em 10 de junho de 1940. Isso fez da Noruega o segundo país que mais tempo resistiu a uma invasão alemã na guerra, atrás apenas da União Soviética. O controle da Noruega possibilitou à Alemanha posição estratégica para realizar o apoio aéreo durante a invasão da União Soviética. Além disso, essa tática alemã conseguiu coagir a Suécia a manter o abastecimento de ferro no porto de Narvik.
Para os britânicos, a retirada da Noruega gerou embaraço. A posição do primeiro-ministro Neville Chamberlain foi abalada a ponto de a população do Reino Unido demandar uma nova pessoa para a função. A pressão levou-o a renunciar ao cargo no dia 10 de maio de 1940. Chamberlain foi sucedido por Winston Churchill.
As perdas alemãs na guerra foram sensivelmente baixas: 5.296 soldados morreram. Além disso, a marinha alemã perdeu cerca de vinte embarcações e outras dez ficaram gravemente danificadas. Entretanto, a invasão da Noruega custou caro à Alemanha, pois cerca de 350 mil soldados foram direcionados para manter o controle do país. Esse número elevado é considerado uma perda de força militar importante, que poderia ter sido utilizada em outros frontes da guerra.