Whatsapp icon Whatsapp

Literatura Portuguesa: origens

Trovador da lírica medieval
Trovador da lírica medieval

No século XII, momento em que os árabes foram expulsos da península Ibérica e o Estado português se formava, surgem os primeiros escritos da literatura portuguesa.
Esses escritos constituem a produção da primeira época medieval, também conhecida como Trovadorismo.

O Trovadorismo

Na primeira época medieval Portugal conheceu manifestações literárias tanto na prosa quanto no teatro, mas o que alcançou popularidade foi a poesia, pois a escrita era pouco difundida na época e a poesia era facilmente memorizada, assim era transmitida oralmente.
Quando os poemas eram cantados havia acompanhamento musical, com instrumentos de música e dança, por esse motivo os poemas foram chamados de cantigas. Os autores das cantigas eram os trovadores, nome que deu origem ao Trovadorismo. Esses trovadores pertenciam ao clero ou à nobreza, entre as camadas populares, quem cantava e executava as canções, mas não as criava, eram os jograis.

As cantigas foram cultivadas no gênero lírico e satírico e são organizadas em quatro tipos. No gênero lírico temos as cantigas de amor e as cantigas de amigo, no gênero satírico, as cantigas de escárnio e cantigas de maldizer.

Cantigas de amigo e cantigas de amor

As cantigas foram cultivadas nas cortes portuguesas por trovadores que eram nobres do sexo masculino, mas apresentam diferenças de forma e de conteúdo.

Cantigas de amor:
- eu lírico masculino
- ausência do paralelismo de par de estrofes e do leixa-pren.
- predomínio das idéias
- assunto principal: o sofrimento amoroso do eu lírico perante uma mulher idealizada e distante.
- amor cortês, convencionalismo amoroso
- ambientação aristocrática das cortes
- forte influência provençal.

Cantigas de amigo
- eu lírico feminino
- presença de paralelismo
- predomínio da musicalidade
- assunto principal: o lamento da moça cujo namorado partiu
- amor natural e espontâneo
- ambientação popular rural ou urbana
- influência da tradição oral ibérica.

Cantigas de escárnio e cantigas de maldizer

A primeira experiência da literatura portuguesa na sátira se reflete nas cantigas de escárnio e de maldizer, também possuem, em seus aspectos culturais, morais, lingüísticos, um importante valor histórico, como registro da sociedade medieval portuguesa.
As cantigas de escárnio e de maldizer exploravam recursos expressivos, voltando-se para a crítica de costumes, tinham como alvo os clérigos devassos, prostitutas, cavaleiros e nobres covardes na guerra, as soldadeiras, ironizando e satirizando-os.
As diferenças entre as duas cantigas não são muito evidentes, nas cantigas de escárnio o nome da pessoa satirizada, geralmente não é revelado. A linguagem é irônica, sutil e rica em ambigüidades. A cantiga de maldizer explicita o nome da pessoa satirizada fazendo uma crítica direta em forma de chacota. A linguagem é áspera, muitas vezes lasciva.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
Publicado por Sabrina Vilarinho
Assista às nossas videoaulas

Artigos Relacionados

Concretismo
Definição, como surgiu no Brasil e suas características gerais.
Gêneros literários
Saiba quais são os gêneros literários e suas características, bem como conheça os seus subgêneros.
Modernismo - Momento histórico da segunda fase
Como estava a história durante a segunda fase do Modernismo!
Modernismo - Primeira fase literária
Os acontecimentos da primeira fase na literatura modernista!
Realismo no Brasil
Conheça o que foi o realismo no Brasil. Leia a respeito do contexto histórico, seus desdobramentos e quais foram os principais autores realistas brasileiros.
Vanguardas europeias
Entenda o que foram as vanguardas europeias. Veja quais foram os movimentos de vanguarda e quais as suas principais características.
video icon
Escrito"Matemática do Zero | Retas paralelas cortadas por uma transversal " em fundo azul.
Matemática do Zero
Matemática do Zero | Retas paralelas cortadas por uma transversal
Nessa aula veremos o que são retas paralelas cortadas por uma transversal. Além disso, veremos as porpriedades e nomencaltura dos ângulos formados nessas duas retas cortadas por uma transversal: alternos internos, alternos externos, colaterais internos e colaterais externos.