Argumento
Antes de chegar à definição de argumento, vejamos um exemplo. Considere a seguinte afirmação: “A cidade de São Paulo pertence ao Brasil”. Será que essa afirmação é verdadeira? Vejamos algumas proposições importantes para chegarmos a uma conclusão:
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P1: A região Sudeste é uma região do território brasileiro;
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P2: O estado de São Paulo pertence à região Sudeste;
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P3: A cidade de São Paulo está dentro do estado de São Paulo.
Se a cidade de São Paulo está dentro do estado de São Paulo, então ela pertence à região Sudeste e, por consequência, está no território brasileiro. Logo a cidade de São Paulo pertence ao Brasil.
Após analisarmos todas as afirmações, é possível confirmar que a cidade de São Paulo realmente pertence ao Brasil. Mas só foi possível constatarmos a veracidade dessa afirmação após a análise das proposições P1, P2 e P3. No estudo da lógica matemática, essas proposições são conhecidas como premissas. A partir dessas premissas, chegamos a uma conclusão, que pode ser identificada como Q. Podemos agora definir “argumento”. Uma sequência de premissas que levam a uma conclusão é conhecida como argumento.
Um argumento constituído por premissas P1, P2,..., Pn e com uma conclusão Q
pode ser representado da seguinte forma:
P1, P2,..., Pn ? Q
Um argumento só será considerado válido se todas as premissas tiverem o valor lógico V, o mesmo da conclusão. Portanto, podemos afirmar que um argumento será válido se todas as premissas forem verdadeiras e levarem a uma conclusão também verdadeira. Um argumento não válido é conhecido como sofisma ou falácia.
Vejamos alguns exemplos:
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Toda leão é um felino;
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Nenhum felino nasce do ovo;
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Nenhum leão nasce do ovo;
Temos então composto um argumento, em que as afirmações 1 e 2 são as premissas e a afirmativa 3 é a conclusão. Podemos concluir que esse é um argumento válido. Vamos analisar outro exemplo:
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Em minha escola há meninos e meninas;
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Existem meninos que não gostam de estudar;
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Existem meninos da minha escola que não gostam de estudar.
Temos um argumento em que as afirmações 1 e 2 são as premissas e a afirmativa 3 é a conclusão. Mas a conclusão não é verdadeira, pois não temos premissas que validem a conclusão. Portanto, esse argumento não é válido e trata-se de um sofisma, ainda que o conteúdo seja verdadeiro.