Tipos e gêneros textuais
Tipos e gêneros textuais são classificações inerentes a qualquer texto. Os tipos textuais são: narrativo, descritivo, argumentativo, expositivo ou injuntivo. Já os gênero textuais são: a carta argumentativa, a reportagem, a notícia, o diário, o bilhete etc.
Leia também: Exemplos e características de textos narrativos
Resumo sobre tipos e gêneros textuais
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O gênero textual é a identificação de um texto utilizado em nossas práticas sociais de comunicação.
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O tipo textual está relacionado à função de narrar, descrever, argumentar, expor ou orientar.
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Existem cinco tipos de texto:
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narrativo;
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descritivo;
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argumentativo;
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expositivo;
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injuntivo.
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Existem inúmeros gêneros de texto, com formato e função específicos, tais como:
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artigo científico;
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artigo de opinião;
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carta do leitor;
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cartaz;
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charge;
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comentário;
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crônica;
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diário;
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editorial;
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e-mail;
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ensaio literário;
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entrevista;
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fórum;
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história em quadrinhos;
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letra de música;
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manual de instruções;
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notícia;
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panfleto;
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piada;
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propaganda;
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receita culinária;
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receita médica;
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relatório;
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reportagem;
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resenha;
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tirinha etc.
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O que é tipo e gênero textual?
Cada texto pode ser classificado em tipo e gênero. Existem cinco tipos textuais, com características e objetivos específicos. Já os gêneros textuais são diversos e apresentam estrutura e funções próprias. A classificação em tipo e gênero é feita para textos verbais, não verbais, escritos e orais.
Quais as diferenças entre tipo e gênero textual?
O tipo textual pode apresentar uma destas funções:
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narrar;
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descrever;
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argumentar;
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informar;
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orientar.
Portanto, um texto, segundo sua tipologia, vai apresentar, predominantemente, um desses objetivos. Mas, além dessa classificação, um texto também apresenta um gênero. Existem diversos gêneros textuais. Cada gênero apresenta uma estrutura própria e tem uma função comunicativa específica.
Por exemplo, o gênero textual receita de bolo possui uma estrutura própria e tem a função de orientar alguém a fazer um bolo. Portanto, a receita de bolo é um tipo textual injuntivo, aquele que orienta. Desse modo, o gênero especifica ou discrimina um texto, pois o nomeia: receita de bolo, piada, charge etc.
Note que os gêneros textuais estão presentes em nosso dia a dia, pois fazem parte de nossas interações sociais. Assim, eles existem em prol de uma comunicação eficiente, já que, para cada objetivo de comunicação, utilizamos um gênero específico. Já a tipologia textual está limitada a apenas cinco tipos específicos de texto.
Quais são os tipos e gêneros textuais?
Existem cinco tipos textuais:
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narrativo: relata um fato e, portanto, possui narrador, personagens, tempo e espaço;
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descritivo: descreve pessoa, animal, objeto, paisagem ou ambiente;
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argumentativo: defende uma ou mais ideias;
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expositivo: apresenta caráter informativo;
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injuntivo: orienta, aconselha ou ordena.
Cada tipo de texto pode ser usado na construção de determinado gênero textual. Ao classificar um texto em gênero, nós nomeamos e, consequentemente, identificamos esse texto. Assim, em nossa prática social, utilizamos inúmeros gêneros de texto, como, por exemplo:
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anúncio publicitário;
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artigo científico;
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artigo de opinião;
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aula;
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autobiografia;
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bilhete;
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biografia;
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bula de remédio;
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carta aberta;
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carta argumentativa;
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carta pessoal;
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carta do leitor;
-
cartaz;
-
charge;
-
comentário;
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crônica;
-
diário;
-
editorial;
-
e-mail;
-
ensaio literário;
-
entrevista;
-
fórum;
-
história em quadrinhos;
-
letra de música;
-
manual de instruções;
-
notícia;
-
panfleto;
-
piada;
-
propaganda;
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receita culinária;
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receita médica;
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relatório;
-
reportagem;
-
resenha;
-
tirinha etc.
Leia também: Texto dissertativo-argumentativo — o gênero que cai na redação do Enem
Exercícios sobre tipos e gêneros textuais
Questão 1
(Enem)
Caminhando contra o vento,
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou
O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bombas e Brigitte Bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou
VELOSO, C. Alegria, alegria. In: Caetano Veloso. São Paulo: Phillips, 1967 (fragmento).
É comum coexistirem sequências tipológicas em um mesmo gênero textual. Nesse fragmento, os tipos textuais que se destacam na organização temática são:
A) descritivo e argumentativo, pois o enunciador detalha cada lugar por onde passa, argumentando contra a violência urbana.
B) dissertativo e argumentativo, pois o enunciador apresenta seu ponto de vista sobre as notícias relativas à cidade.
C) expositivo e injuntivo, pois o enunciador fala de seus estados físicos e psicológicos e interage com a mulher amada.
D) narrativo e descritivo, pois o enunciador conta sobre suas andanças pelas ruas da cidade ao mesmo tempo que a descreve.
E) narrativo e injuntivo, pois o enunciador ensina o interlocutor como andar pelas ruas da cidade contando sobre sua própria experiência.
Resolução:
Alternativa D.
Na letra de música em questão, há elementos narrativos tais como personagem (o eu lírico), ações desse personagem, tempo (dezembro) e lugar (por onde ele se desloca). O texto também apresenta elementos descritivos, já que descreve uma paisagem sob o sol de quase dezembro, além de mostrar detalhes das bancas de revista, que recebem o sol, além de apresentarem, obviamente, jornais e revistas com caras de presidente, a atriz francesa Brigitte Bardot etc.
Questão 2
(Enem)
O produtor de anúncios publicitários utiliza-se de estratégias persuasivas para influenciar o comportamento de seu leitor. Entre os recursos argumentativos mobilizados pelo autor para obter a adesão do público à campanha, destaca-se nesse texto:
A) a oposição entre individual e coletivo, trazendo um ideário populista para o anúncio.
B) a utilização de tratamento informal com o leitor, o que suaviza a seriedade do problema.
C) o emprego de linguagem figurada, o que desvia a atenção da população do apelo financeiro.
D) o uso dos numerais “milhares” e “milhões”, responsável pela supervalorização das condições dos necessitados.
E) o jogo de palavras entre “acordar” e “dormir”, o que relativiza o problema do leitor em relação ao dos necessitados.
Resolução:
Alternativa E.
No inverno é difícil acordar para quem tem casa e agasalho, e difícil dormir para quem não os tem. Assim, os antônimos “acordar” e “dormir” colocam juntas duas realidades diferentes, a do leitor e a dos necessitados. Esse é um recurso argumentativo que busca convencer o leitor a aderir à campanha, pois busca despertar a sua empatia, ou seja, fazer com que ele se coloque no lugar dos necessitados.
Fontes:
ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M.; PONTARA, Marcela. Português: contexto, interlocução e sentido. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2016. v. 1-2.
ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M. Produção de texto: interlocução e gêneros. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2015.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2010.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (orgs.). Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. p. 19-36.