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Funções da linguagem

Emotiva, referencial, conativa, fática, metalinguística e poética: São seis as funções da linguagem, sempre inseridas em nossos atos comunicativos.
Cada função apresenta um objetivo específico na comunicação. Conhecê-las e identificá-las aprimora a compreensão global de um texto
Cada função apresenta um objetivo específico na comunicação. Conhecê-las e identificá-las aprimora a compreensão global de um texto

Comunicar-se. Eis uma aptidão nata do ser humano. O tempo todo estamos tentando estabelecer contato com as pessoas, seja por meio da fala, seja por meio da escrita. A interação com o outro acontece antes mesmo de aprendermos nossa língua materna, e desde a tenra idade, através de expressões faciais e até mesmo de sons incompreensíveis, lançamo-nos à incrível arte da comunicação.

Cada texto produzido, oral ou escrito, apresenta uma intencionalidade. Não pense que os atos de fala são desprovidos de um objetivo. Há um objetivo até mesmo nas famosas conversas de elevador, quando as pessoas, entediadas, travam um diálogo que muitas vezes parece ser pouco produtivo ou até mesmo dispensável. Pois bem, as funções da linguagem estão aí para nos explicar as minúcias de cada tipo de discurso e conhecê-las aprimora a comunicação, bem como o entendimento da finalidade de um texto. Mas você sabe quais são as funções da linguagem e para que servem? Bom, são seis as funções da linguagem, sendo que cada uma delas cumpre um objetivo bem específico em diferentes contextos comunicacionais. Vejamos:

Função emotiva: Nos textos em que a função emotiva predomina, percebemos que o discurso é construído na primeira pessoa, ressaltando assim a subjetividade da linguagem. O objetivo é conquistar a adesão do interlocutor por meio de uma mensagem que contempla o ponto de vista daquele que a emite:

“ […] Mas quem sou eu para censurar os culpados? O pior é que preciso perdoá-los. É necessário chegar a tal nada que indiferentemente se ame ou não se ame o criminoso que nos mata. Mas não estou seguro de mim mesmo: preciso amar aquele que me trucida e perguntar quem de vós me trucida. E minha vida, mais forte do que eu, responde que quer porque quer vingança e responde que devo lutar como quem se afoga, mesmo que eu morra depois. Se assim é, que assim seja [...]”. (Fragmento de A hora da estrela, de Clarice Lispector)

Função referencial: Com um discurso construído na 3ª pessoa e ausência de expressões que evidenciem a opinião do emissor, a função referencial tem como objetivo informar o interlocutor através de uma linguagem clara e objetiva:

“ […] Reunindo toda esta gama de trabalhos, o 1º Festival Percurso - Periferia e Cultura em Rede Solidária será realizado no 21 de junho no Capão Redondo, zona sul de São Paulo. Com o tema "Juventude periférica gerando renda, trabalho e desenvolvimento local", o festival terá exposição e venda de serviços e produtos dos empreendimentos econômicos solidários que fazem parte da “Rede de Empreendimentos Culturais Solidários da Periferia Urbana da Zona Sul de São Paulo [...]”. (Fragmento de uma notícia, disponível em Carta Capital)

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Função conativa: Nos tipos de textos em que a função conativa predomina, é possível perceber o uso da 2ª pessoa como maneira de interpelar alguém, além do emprego dos verbos no imperativo para convencer o interlocutor:

Na função conativa, predominam o discurso construído na 2ª pessoa e o uso dos verbos no modo imperativo
Na função conativa, predominam o discurso construído na 2ª pessoa e o uso dos verbos no modo imperativo

Função fática: Tipo de mensagem cujo objetivo é prolongar ou interromper uma conversa. Nela, o emissor utiliza procedimentos para manter contato físico ou psicológico com o interlocutor:

“(...) Olá, como vai ?

Eu vou indo e você, tudo bem ?

Tudo bem eu vou indo correndo

Pegar meu lugar no futuro, e você ?

Tudo bem, eu vou indo em busca

De um sono tranquilo, quem sabe …

Quanto tempo... pois é...

Quanto tempo...

Me perdoe a pressa

É a alma dos nossos negócios

Oh! Não tem de quê

Eu também só ando a cem

Quando é que você telefona ?

Precisamos nos ver por aí (…)”.

(Trecho da música Sinal Fechado, de Paulinho da Viola).

Função metalinguística: Linguagem utilizada para falar, explicar ou descrever o próprio código: esse é o principal objetivo da função metalinguística. Nas situações em que ela é empregada, geralmente na poesia e na publicidade, a atenção está voltada para o próprio código:

A função metalinguística está presente nos discursos em que a linguagem está voltada para o próprio código
A função metalinguística está presente nos discursos em que a linguagem está voltada para o próprio código

Função poética: Muito encontrada na Literatura, especialmente na poesia, a função poética apresenta um texto no qual a função está centrada na própria mensagem, rompendo com o modo tradicional com o qual vemos a palavra.

Encontrada na Literatura, especialmente na poesia, a função poética confere novos sentidos às palavras. Átomo divisível, 1997. Arnaldo Antunes
Encontrada na Literatura, especialmente na poesia, a função poética confere novos sentidos às palavras. Átomo divisível, 1997. Arnaldo Antunes

É importante lembrar que as funções da linguagem estão centradas nos elementos da comunicação (emissor, receptor, código, canal de comunicação e contexto) e cada uma delas assume um objetivo específico na comunicação. Entender o funcionamento da linguagem pode melhorar em muito nossas habilidades linguísticas. Bons estudos!

Publicado por Luana Castro Alves Perez
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