Coquetel antiaids
O HIV é um vírus transmitido principalmente por via sexual e é responsável por provocar uma doença grave e sem cura: a Aids. Nem todo paciente portador de HIV tem Aids, uma vez que só dizemos que uma pessoa apresenta a doença quando os sintomas surgem, fato esse que pode demorar vários anos.
Com o aumento exagerado do número de vírus no corpo do paciente, é fundamental iniciar medidas de tratamento, pois a multiplicação viral enfraquece o sistema imunológico e o paciente pode desenvolver a Aids. Quando a contagem de linfócitos T CD4+ cai consideravelmente, faz-se necessário o uso dos coquetéis antiaids.
Os coquetéis antiaids, compostos por medicamentos antirretrovirais, surgiram na década de 1980 e evitam que o vírus se multiplique desordenadamente, impedindo que o sistema imunológico do paciente fique seriamente prejudicado. É importante frisar que os coquetéis não matam o vírus, mas garantem maior tempo de vida.
Quando surgiram, os medicamentos antiaids eram extremamente caros, o que aumentava consideravelmente o número de mortes por Aids. A partir de 1996, o Brasil iniciou a liberação gratuita dos medicamentos, facilitando assim o tratamento e aumentando o tempo de vida dos pacientes.
Até o momento existem 21 medicamentos diferentes para o tratamento da Aids, sendo esses divididos em cinco classes: inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa, inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa, inibidores de protease, inibidores de fusão e inibidores da integrase. Apesar de agirem de formas diferentes, todos os medicamentos impedem a reprodução do vírus de alguma forma.
É importante frisar que, para garantir um melhor resultado, são combinados no mínimo três medicamentos para formar os coquetéis, e estes devem ser de pelo menos duas classes diferentes. A escolha do medicamento que fará parte do coquetel e sua dosagem variam de acordo com as condições do paciente no início do tratamento e podem mudar durante o processo.
Em razão da variedade de remédios, é comum o surgimento de efeitos colaterais, destacando-se diarreia, vômito, manchas pelo corpo, insônia e agitação. Além disso, o uso constante pode provocar problemas mais graves, acometendo os rins, fígado, ossos, e estômago, por exemplo.
Durante o tratamento com coquetéis antiaids, é fundamental não fazer uso de drogas e álcool. O uso dessas substâncias pode provocar interações graves, incluindo-se a possibilidade de morte. Alguns medicamentos também não podem ser usados concomitantemente com os coquetéis, principalmente antibióticos e antidepressivos. Percebe-se, portanto, que os pacientes que fazem uso desses produtos devem ser acompanhados por médicos e realizar a administração de maneira criteriosa.
Curiosidade: Em casos de abusos sexuais e profissionais de saúde que acidentalmente foram expostos ao vírus, o coquetel antiaids deve ser administrado como uma forma de prevenção.