Diferença entre desertificação e arenização

Os processos de desertificação e arenização diferenciam-se nas composições dos solos e do clima em suas áreas de ocorrência.
O desgaste e a perda dos solos podem provocar inúmeros danos ambientais e sociais

Frequentemente entendidos como sinônimos, os termos desertificação e arenização possuem distinções em relação aos conceitos e às características. Ambos são fenômenos geomorfológicos que provocam alterações nos solos, porém existem alguns critérios para distingui-los.

A principal diferença entre desertificação e arenização está na composição climática, relacionada com o índice de pluviosidade da região em que eles se manifestam. Além disso, a composição dos solos também é um fator importante a ser considerado.

A desertificação é a degradação dos solos em áreas de clima árido, semiárido e subúmido, em que o índice de chuvas costuma ser baixo, geralmente bem inferior a 1400 mm anuais de chuva. Nesses casos, os níveis de evaporação são maiores do que os de precipitação.


Exemplo de solo em processo de desertificação

A arenização é a remoção da cobertura vegetal e superficial de solos que já são arenosos, ou seja, que já apresentam uma predisposição a se transformarem em areais, sendo comuns em zonas de climas mais úmidos. Quando o homem remove as áreas de vegetação e as chuvas “lavam” a camada superficial, os solos tornam-se mais expostos e inicia-se o seu processo de destruição. Isso ocorre porque os níveis de precipitação são maiores que os de evaporação e infiltração.


Área com estágio avançado de arenização

No Brasil, o problema da desertificação abrange, de forma mais destacada, algumas zonas localizadas na região Nordeste. Já a arenização atinge algumas cidades do Rio Grande do Sul.

Podemos dizer que, de certa forma, ambos os processos são eventos naturais, mas que se intensificam ou se aceleram em função das atividades humanas, relacionadas com a utilização intensiva ou inadequada dos solos. Dentre as causas, podemos destacar: retirada excessiva de água dos solos, desmatamento, uso agrícola ou pecuário intensivo, impermeabilização em áreas urbanas, dentre outros.

Os processos de desertificação e arenização são danosos não apenas para o meio, com a perda das características naturais e da biodiversidade, mas também para as atividades econômicas, sobretudo em função da improdutividade dos solos. Por esse motivo, medidas de prevenção e correção são necessárias, como o uso moderado dos recursos hídricos em áreas de risco e o correto manejo agrícola nessas regiões.

Publicado por Rodolfo F. Alves Pena
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