Estresse hídrico

O estresse hídrico é um problema social enfrentado em várias regiões do mundo, que possuem riscos de desabastecimento total de água para as populações.
O estresse hídrico é um dos mais graves problemas socioambientais enfrentados pela humanidade

O estresse hídrico, em termos sociais, é uma expressão utilizada para fazer referência ao caso em que o consumo de água em uma determinada localidade é superior à sua capacidade de renovação, gerando o problema de escassez, a necessidade de importação do recurso e a adoção de políticas de redução do consumo. Existem várias regiões no mundo que sofrem com esse problema, que é considerado um dos mais graves em torno das relações humanas.

As causas do estresse hídrico são muitas e variam de região para região. Em síntese, o problema em questão é ocasionado pelos seguintes fatores:

- má distribuição da água no globo, havendo regiões com grandes populações e pouca água;

- clima desfavorável ou mudanças climáticas esporádicas ou permanentes;

- ausência de investimentos públicos em áreas pobres ou desabastecidas;

- má gestão dos sistemas de armazenamento, saneamento e distribuição de água;

- desperdício elevado tanto pelos serviços públicos quanto pelas práticas econômicas em geral;

- poluição, degradação ou esgotamento dos cursos d'água, etc.

Existe, ainda, certa preocupação em relação ao estresse hídrico global, uma vez que as fontes de água andam cada mais escassas em razão da não preservação ou degradação, ao passo em que o consumo vem se elevando tanto pelo crescimento populacional quanto pelo desenvolvimento de economias emergentes.

Segundo a empresa de consultoria britânica Maplecroft, existem algumas regiões do planeta em graves situações de estresse hídrico ou com grande vulnerabilidade natural para a falta de água generalizada. A maior parte dessas localidades encontra-se em áreas desérticas, áridas e semiáridas do norte da África e do Oriente Médio.

Em muitos casos, existem ocorrências de escassez física da água gerada não pela má disponibilidade do recurso, mas sim pela dificuldade econômica enfrentada por alguns países que não dispõem de verbas públicas para oferecer água à população. Esse é o caso de alguns países da África Subsaariana, sobretudo alguns territórios historicamente marcados por conflitos, ditaduras sangrentas e guerrilhas internas.

Não é preciso ir muito longe para visualizar situações em que o consumo de água é superior ao montante disponível, pois existem casos de estresse hídrico no Brasil. Em algumas partes do sertão nordestino e, mais recentemente, na região metropolitana de São Paulo, o problema é mais do que visível. Em 2014, ligaram-se os alertas em torno da falta de água na maior cidade do país, São Paulo, que viu as suas reservas gradativamente diminuírem, com uma taxa de reposição muito inferior ao consumo. Foi necessário utilizar até mesmo as cotas de volume morto dos sistemas de abastecimento.

De todo modo, é preciso realizar medidas no Brasil e no mundo para combater a falta d'água, o que requer a preservação dos rios e reservas subterrâneas, além da conservação de recursos naturais que ajudam na perpetuação do ciclo da água, tais como as áreas de florestas e domínios naturais em geral. Segundo a ONU, existe a possibilidade de, até 2020, o estresse hídrico atingir cerca de 18 milhões de pessoas em todo o planeta.

Publicado por Rodolfo F. Alves Pena
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