Bíblia

A Bíblia é adotada como livro sagrado por diferentes denominações religiosas.

Em seu significado original, o termo bíblia vem da palavra grega “biblos” que significa “papel, livro, papiro” e pode ser utilizado para todo e qualquer conjunto de textos sagrados que contém os ensinamentos fundamentais de qualquer tipo de religião. Entretanto, o uso desse termo acabou sendo também utilizado para se nomear o principal livro adotado pelas religiões cristã e judaica. Contendo sessenta e seis livros, a Bíblia é tida como uma das publicações mais vendidas ao redor do mundo.

Estes livros são organizados em duas partes distintas: Antigo Testamento, também conhecidas como as “Escrituras Hebraicas” e adotadas por praticantes do judaísmo e do cristianismo; e do Novo Testamento, ou “Escrituras Gregas”, que agrega os textos escritos pelos apóstolos que seguiram a Jesus Cristo no século I. Os judeus não reconhecem essa parte final da Bíblia e somente os cristãos a consideram de fundamental importância na elaboração de seus princípios religiosos.


No campo da prática religiosa judaico-cristã, a leitura da Bíblia tem função primordial no conhecimento das orientações e valores de ambas as denominações. O valor sagrado atribuído à Bíblia se deve à crença de que as suas narrativas teriam sido diretamente inspiradas por Deus aos homens. Por tal razão, apesar das várias divergências interpretativas, a Bíblia assume uma função doutrinadora essencial e ficou também conhecida como a “Palavra de Deus”.

Pesquisas históricas apontam que a elaboração do texto bíblico foi provavelmente realizada no período situado entre 1200 e 1100 a.C.. Nessa época, os feitos dos primeiros patriarcas hebreus e o desenvolvimento da civilização hebraica foram temas centrais das primeiras páginas do texto bíblico. Antes desse período, a indefinição da escrita entre os hebreus estabeleceu o desenvolvimento de uma tradição oral repassada para várias gerações.

As primeiras versões escritas da Bíblia surgiram durante o governo do rei Davi (1025 – 985 a.C.) e foram desenvolvidas graças ao trabalho dos escribas que se detinham à tarefa de reproduzir várias cópias do texto bíblico. Por volta do século VIII a.C., o surgimento dos profetas trouxe outra característica à criação dos outros textos bíblicos. A conservação do que era dito por tais lideranças religiosas ganhava um registro escrito por meio do trabalho de recolhimento e conservação dos discípulos.

Por volta do século II a.C., praticamente todos os livros que compunham o Antigo Testamento estavam devidamente acabados. Poucos anos depois da morte de Jesus Cristo, a disseminação da religião cristã trouxe à tona a necessidade de se preservar e copiar os relatos proferidos pelos discípulos e outros seguidores que falaram sobre o tempo em que Cristo viveu. Dessa forma, seriam elaborados os Evangelhos, que foram seguidos pelos outros livros que comporiam o Novo Testamento.

Mesmo sendo um dos mais conhecidos livros em todo o planeta, com uma impressão média de 20 milhões de exemplares ao ano, devemos salientar que alguns críticos levantam o fato dela também ser um dos “best-sellers” menos lidos ao redor do mundo. Além disso, os judeus e as diversas denominações cristãs empregam o uso de versões diferentes da Bíblia que geralmente se distinguem pelo número de livros utilizados.

Apesar de ter uma função de natureza essencialmente religiosa, a Bíblia não deve ser simplesmente ignorada para o desenvolvimento de estudos de natureza científica. Para a História, tomando as limitações necessárias à leitura de qualquer fonte documental, esse conjunto de livros serve como uma rica fonte de compreensão dos hebreus, do pensamento filosófico antigo e outras populações que habitaram a região do Oriente Médio.

Por Rainer Sousa
Mestre em História

Publicado por Rainer Gonçalves Sousa
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