Alguns destaques femininos na literatura brasileira

Destaques femininos na literatura brasileira não era algo recorrente antigamente. Felizmente, principalmente no século XX, esse cenário mudou.
Lygia Fagundes Telles e Lygia Bojunga são exemplos de grandes escritoras brasileiras que foram premiadas.

A literatura é uma das fontes que mais pode apresentar, e representar, a história de um país; e com o Brasil não seria diferente. Nosso primeiro registro literário é a carta de Pero Vaz de Caminha, documento sobre o descobrimento do Brasil, e, desde então, muito foi produzido por aqui. Percebemos que muitos autores conquistaram espaço de destaque, até a origem é marcada por isso, mas poucas autoras receberam devida importância. Isso quer dizer que as mulheres não têm interesse neste ofício? Isso quer dizer que os homens têm mais capacidade de desenvolver melhores obras literárias que as mulheres? Não. Definitivamente, não. E é isso que vamos conseguir afirmar.

Acesse também: Cinco mães da Literatura nacional

Historicamente, temos um marco que pode representar a abertura de portas para as escritoras brasileiras: o século XX. Talvez seja graças a esse período que muitas mulheres hoje podem nos encantar com suas percepções sobre o mundo.

Lygia Fagundes Telles (19/04/1923)

Esse nome não é estranho para muitas pessoas, mas poucos sabem que a participação desse ícone é muito mais que suas obras. Lygia foi premiada com o Prêmio Camões em 2005 e também é membro da Academia Paulista de Letras desde 1982, da Academia Brasileira de Letras desde 1985 e da Academia das Ciências de Lisboa desde 1987. O que isso significa? Todas essas conquistas nos faz crer que não foi questão de menos capacidade de escrita ou menor interesse pela literatura. Todos esses cargos que são ocupados pela autora são espaços que buscam modificar, para melhor, a nossa literatura e, consequentemente, a formação educacional e social dos brasileiros. E não podemos deixar de lado a sua escrita, muito elegante por sinal; as obras de Lygia retratam os temas clássicos e universais como a morte, o amor, o medo e a loucura. Seus trabalhos mais famosos são As Meninas, Ciranda de Pedra e a coletânea de contos Antes do Baile Verde.

Lygia Bojunga (26/08/1932)

Essa outra autora brilhante iniciou a vida profissional como atriz, com dedicação ao rádio e ao teatro, até voltar-se para a literatura. Sua produção sempre foi voltada para o público infantil e seus livros mais importantes foram: Os colegas (1972), Angélica (1975), A casa da madrinha (1978), Corda bamba (1979), O sofá estampado (1980) e A bolsa amarela (1981). Por essas obras recebeu, em 1982, o Prêmio Hans Christian Andersen, o mais importante prêmio literário infantil do mundo. Percebam que, mais uma vez, temos uma outra grande artista que se dedicou ao trabalho literário. O que nos leva a confirmar a ideia de que não é falta de interesse, muito menos de não ser capaz de realizar esse ofício.

Adélia Prado (13/12/1935)

É mais um dos grandes nomes da literatura nacional. Seus trabalhos, que seguem um diferente caminho de processo criativo, retratam o cotidiano guiados pela fé cristã e permeados pela diversão. Professora por formação, exerceu o magistério durante 24 anos antes de deixar a literatura tomar conta de sua vida. Seus livros mais famosos são Bagagem, O Pelicano e Miserere. Então, além de ser apaixonada pela arte da escrita, dedicou-se à educação, o que nos faz mais felizes em ressaltar que as mulheres têm sim habilidade e interesse por essa área do conhecimento.

Hilda Hilst (21/04/1930 – 4/02/2004)

Poeta, ficcionista, cronista e dramaturga brasileira. É considerada uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX. Seus livros e poemas retratam, muitas vezes, a relação das mulheres com seus desejos e sentimentos: do amor ao sexo. Suas obras mais famosas são: Cartas de Sedutor, Do Desejo, O Caderno Rosa de Lori Lamby e A Obsena Senhora D. Uma mulher interessada em quebrar imposições sociais da época quando a mulher pouco falava por sua perspectiva.

Cora Coralina (20/08/1889 – 10/04/1985)

Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985), é o destaque da poesia do estado de Goiás. Em 1903 já escrevia poemas sobre seu cotidiano, tendo criado, juntamente com duas amigas, o jornal de poemas femininos "A Rosa". Em 1910, seu primeiro conto, "Tragédia na Roça", foi publicado no Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás. Suas obras mais conhecidas são: O Tesouro da Casa Velha e Estórias da Casa Velha da Ponte. Ao observar a vida de Cora, o que podemos concluir é que a literatura foi sua vida, foi o registro de sua cultura, foi a vontade de se expressar; escrever para ela foi “simplesmente” a vontade de dizer para o mundo que ela estava ali.

Após essa leitura é extremamente valioso lembrarmos que não devemos julgar o livro pela capa, nem se é escrito por um autor ou uma autora. E que venham mais Adélias, Clarices, Lygias. A lista não para e não deve parar por aqui.

Publicado por Mariana do Carmo Pacheco
Geografia
Biomassa
Assista à videoaula e entenda o que é biomassa. Saiba quais são suas utilizações no mundo e sua importância.
Outras matérias
Biologia
Matemática
Geografia
Física
Vídeos