Cinco mães da Literatura nacional
“Donela menina de pano
Linda boneca de pena
Vai parir não vai parar
Crianças de aquarela
Vai criar um coração
de um tamanho que não cessa
Vai cuidar da criação
A flor de filho a pedra e a água
A filha pede a madrugada
Tudo em volta gira e gera
Tudo em volta não espera (...)”.
(Mãe me diz quem é você – O Teatro Mágico)
Retratada em imagens, versos e músicas, poucos tipos foram mais explorados pela literatura universal do que as mães. Na literatura brasileira, as mães também ganharam papel de destaque em diversas narrativas e é por isso que o Mundo Educação apresenta para você cinco mães da literatura nacional que têm lugar garantido em nossa memória afetiva. Boa leitura!
Personagem do primeiro volume da trilogia O tempo e o vento, de Érico Veríssimo, Ana Terra é a personificação da valentia feminina
Ana Terra: Personagem da trilogia O tempo e o vento, do escritor Érico Veríssimo, Ana Terra é a protagonista do primeiro volume da saga que conta a formação histórica do estado do Rio Grande do Sul. Em O Continente, Ana Terra é apresentada logo no primeiro capítulo e a força de sua história, aliada à unidade temática da obra, permitiu que o capítulo fosse publicado em um volume separado. Ana Terra é a mulher forte que, depois de ter sua família assassinada pelos castelhanos, parte com o filho para o povoado de Santa Fé, espaço onde seus descendentes darão continuidade à narrativa.
Dona Glória e Capitu, personagens de Machado de Assis no livro Dom Casmurro, são duas mães bastante lembradas na literatura nacional
Dona Glória: A extremosa mãe de Bentinho, na literatura nacional mais conhecido como Dom Casmurro, é outra figura clássica. Viúva e com o filho único, para quem devota todo seu amor, Dona Glória faz uma promessa ingrata que prende Bentinho durante dois anos em um seminário para padres. A personagem de Machado de Assis é um tipo que desperta empatia em virtude de seu típico comportamento de boa mãe, embora preocupada em excesso e superprotetora.
Capitu: Esposa de Bentinho e mãe de Ezequiel, Capitu é um ícone da literatura brasileira. Envolvida em um dos maiores questionamentos da ficção nacional, que há mais de um século se pergunta se a personagem teria traído ou não o marido com o melhor amigo desse, Capitu é vítima da desconfiança de Bentinho, que os condena a um longo isolamento na Suíça.
Dona Lola, personagem de Maria José Dupré no livro Éramos Seis, é uma das mães mais lembradas e queridas da literatura brasileira
Dona Lola: Personagem de Maria José Dupré no livro Éramos Seis, Lola é uma típica dona de casa, esposa do comerciante Júlio e mãe de quatro crianças. Sua história é narrada a partir da infância dos filhos, que crescem e ganham destinos diferentes. Lola, ao final de sua vida, vê-se distante da família, representando assim várias mães que, por diversas circunstâncias da vida, ficaram com seus ninhos vazios.
Sinhá Vitória, personagem de Graciliano Ramos em Vidas Secas, representa, na literatura nacional, a força da mulher nordestina
Sinhá Vitória: Personagem de Graciliano Ramos em Vidas Secas, Sinhá Vitória é uma retirante que conduz os filhos, identificados na narrativa apenas como Menino mais novo e Menino mais velho, na fuga da seca do Nordeste. Esposa de um dos personagens mais famosos da literatura nacional, o retirante Fabiano, Sinhá Vitória é uma mulher esperta que, apesar das adversidades, cuida dos filhos e espera que na cidade grande eles tenham uma sorte diferente da que teve os pais.
*As imagens utilizadas no miolo do artigo são capas de livros dos autores citados.