Impressionismo
O Impressionismo é um movimento artístico associado à pintura francesa. As primeiras obras do estilo apareceram em 1874. Elas apresentam pinceladas rápidas, traços imprecisos e retratam paisagens. Assim, não apresentam a nitidez das obras realistas. Os principais nomes do Impressionismo são os artistas franceses Monet, Degas e Renoir.
Leia também: Realismo — detalhes sobre o movimento artístico ao qual o Impressionismo se opõe
Resumo sobre o Impressionismo
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O Impressionismo é um movimento artístico fortemente associado à arte da pintura.
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As pinturas impressionistas apresentam traços imprecisos, tons neutros e pinceladas rápidas.
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Os franceses Degas, Manet, Monet e Renoir são os principais artistas impressionistas.
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A influência do Impressionismo na literatura é percebida nos poemas simbolistas.
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No Brasil, o Impressionismo conta com artistas como Eliseu Visconti e João Timótheo da Costa.
O que é o Impressionismo?
O Impressionismo é um movimento artístico ocorrido no século XIX, associado à pintura.
Principais características do Impressionismo
As pinturas impressionistas mostram paisagens simples. Elas consistem nas impressões do artista sobre o ambiente representado. E devem apenas provocar sensações nos receptores, não valorizam a racionalização ou crítica social. Elas são marcadas pela subjetividade e evidenciam o cotidiano da época.
→ Técnicas do Impressionismo
Os artistas impressionistas pintavam ao ar livre, em espaços abertos. Utilizavam traços imprecisos, em oposição à nitidez realista. Destacavam os efeitos da luz solar sobre os objetos e imprimiam em algumas pinturas a ilusão de movimento. Além disso, eles utilizavam cores de tons neutros e pinceladas rápidas.
Artistas do Impressionismo
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Édouard Manet (1832-1883) — França.
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Edgar Degas (1834-1917) — França.
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Claude Monet (1840-1926) — França.
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Berthe Morisot (1841-1895) — França.
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Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) — França.
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Mary Cassatt (1844-1926) — Estados Unidos.
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Max Liebermann (1847-1935) — Alemanha.
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Joaquín Sorolla (1863-1923) — Espanha.
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Olga Boznańska (1865-1940) — Polônia.
Obras do Impressionismo
- Impressão, nascer do sol (1872), de Claude Monet.
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Caça de borboleta (1874), de Berthe Morisot.
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A primeira bailarina (1878), de Edgar Degas.
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Passeios de barco no rio Sena (1879), de Pierre-Auguste Renoir.
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Fuga de Rochefort (1881), de Édouard Manet.
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Flower girls (1889), de Olga Boznańska.
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Tempo de verão (1894), de Mary Cassatt.
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O terraço do restaurante Jacob em Nienstedten no Elba (1902), de Max Liebermann.
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Menina (s. d.), de Joaquín Sorolla.
Literatura impressionista
As obras literárias simbolistas dialogam com a estética impressionista. Assim, elas são antirrealistas, apresentam alienação social, despertam as sensações por meio do uso da sinestesia e possuem caráter sugestivo. A literatura simbolista pode apresentar elementos religiosos, além de valorizar a intuição e o mistério.
É recorrente na subjetiva poesia simbolista o uso de reticências para marcar a imprecisão. Os poemas são metrificados, apresentam rimas e exploram a musicalidade. Já a poesia em prosa simbolista é rica em plurissignificação, mistério, erotismo e misticismo. Um exemplo de poema simbolista é o soneto Sinfonias do ocaso, do poeta brasileiro Cruz e Sousa (1861-1898):
Musselinosas como brumas diurnas
Descem do ocaso as sombras harmoniosas,
Sombras veladas e musselinosas
Para as profundas solidões noturnas.
Sacrários virgens, sacrossantas urnas,
Os céus resplendem de sidéreas rosas,
Da Lua e das Estrelas majestosas
Iluminando a escuridão das furnas.
Ah! por estes sinfônicos ocasos
A terra exala aromas de áureos vasos,
Incensos de turíbulos divinos.
Os plenilúnios mórbidos vaporam...
E como que no Azul plangem e choram
Cítaras, harpas, bandolins, violinos… |1|
Impressionismo no Brasil
O pintor alemão Georg Grimm (1846-1887) foi o introdutor do Impressionismo na pintura brasileira em 1884. Grimm era professor na Academia Imperial de Belas Artes, sediada no Rio de Janeiro. Dessa forma, ele apresentou a estética impressionista aos seus alunos. Tal estética está presente em obras de:
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Giovanni Castagneto (1851-1900).
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Antônio Parreiras (1860-1937).
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Eliseu Visconti (1866-1944).
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Lucílio de Albuquerque (1877-1939).
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João Timótheo da Costa (1878-1932).
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Arthur Timótheo da Costa (1882-1922).
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Mário Navarro da Costa (1883-1931).
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Georgina de Albuquerque (1885-1962).
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Henrique Cavalleiro (1892-1975).
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Antônio Garcia Bento (1897-1929).
Impressionismo x expressionismo
Impressionismo |
Expressionismo |
Século XIX |
Século XX |
Origem francesa |
Origem alemã |
Apresenta alienação social |
Faz crítica social |
Impressão do artista acerca do momento presente |
Expressão da visão particular do artista acerca da realidade |
Pinceladas rápidas |
Pinceladas fortes |
Ausência de nitidez |
Distorção da realidade |
Pós-Impressionismo e Neoimpressionismo
→ Pós-Impressionismo
Entre 1880 e 1905, alguns pintores franceses passaram a se interessar mais pela expressão da emoção e pelos efeitos de luz e cor que permitiam dar maior expressividade às pessoas e aos objetos pintados. Apesar de serem mais independentes e cada um buscar seu estilo individual, eles foram chamados pelo crítico inglês Roger Fry (1866-1934) de “pós-impressionistas”. Os três pós-impressionistas mais famosos são:
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o francês Paul Cézanne (1839-1906);
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o francês Paul Gauguin (1848-1903);
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o holandês Vincent van Gogh (1853-1890).
→ Neoimpressionismo
O Neoimpressionismo, como o próprio nome sugere, é um novo Impressionismo. No entanto, em vez de os pintores usarem as pinceladas rápidas que dão pouca nitidez às obras impressionistas, eles utilizavam pontinhos coloridos. Assim, produziam efeitos de cor, luz e harmonia. Seus dois principais representantes são:
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o francês Georges Seurat (1859-1891);
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o francês Paul Signac (1863-1935).
Veja também: Surrealismo — movimento artístico que rompeu com a busca pelo sentido nas representações
Origem e história do Impressionismo
O Impressionismo é um movimento estético francês, surgido em 1874. O nome do movimento se deve à pintura de Monet intitulada Impressão, nascer do sol. A princípio, as obras impressionistas foram vistas com maus olhos pelos críticos de arte da época, os quais valorizavam mais a estética realista.
Exercícios resolvidos sobre Impressionismo
Questão 1
Analise as pinturas a seguir:
As pinturas de Renoir e de Bouguereau pertencem a movimentos artísticos diferentes. Uma é impressionista, enquanto a outra é realista. O que diferencia uma obra da outra é:
A) a imprecisão impressionista em oposição à nitidez realista dos traços.
B) o caráter urbano impressionista em oposição ao ambiente bucólico realista.
C) a temática social presente na pintura de Renoir e ausente na pintura de Bouguereau.
D) as referências greco-latinas presentes na pintura impressionista e ausentes na realista.
E) a idealização na obra de Renoir em oposição à religiosidade da obra de Bouguereau.
Resolução:
Alternativa A.
O Impressionismo é uma estética antirrealista. Enquanto a pintura impressionista apresenta contornos imprecisos, a pintura realista é marcada pela nitidez dos traços. No mais, tanto o Impressionismo quanto o Realismo podem retratar tanto paisagens urbanas quanto bucólicas.
Questão 2
Analise as pinturas a seguir:
PINTURA 1
PINTURA 2
PINTURA 3
PINTURA 4
PINTURA 5
É uma obra impressionista apenas a:
A) pintura 1.
B) pintura 2.
C) pintura 3.
D) pintura 4.
E) pintura 5.
Resolução:
Alternativa C.
A obra de Claude Monet retrata uma paisagem, com traços imprecisos e pinceladas rápidas. No mais, a pintura 1 é romântica; a 2, neoclássica; a 4, renascentista; e a 5, barroca.
Notas
|1| CRUZ E SOUSA. Broquéis. Porto Alegre: L&PM, 2011.
Fontes
ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Literatura: tempos, leitores e leituras. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2021.
AMARAL, Emmeline Beatriz Gomes do. Museologia, gênero e arte: o caso da artista plástica Georgina de Albuquerque no Museu Carlos Costa Pinto. 2018. TCC (Bacharel em Museologia) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2018.
CHAIMOVICH, Felipe. O Impressionismo e o Brasil. Disponível em: https://mam.org.br/exposicao/o-Impressionismo-e-o-brasil/.
CRUZ E SOUSA. Broquéis. Porto Alegre: L&PM, 2011.
MEDVEDEV, Iuri Pavlovich; MEDVEDEVA, Daria Aleksandrovna; SHEPHERD, David. A polifonia do círculo. Bakhtiniana, São Paulo, v. 11, n. 1, p. 99-144, jan./ abr. 2016.
RIBEIRO, Claudete. Arte e resistência: Vincent Willem van Gogh. 2000. Tese (Livre docência) – Instituto de Artes, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, 2000.
SANT’ANNA, Patricia; TREVISAN, Paulo Sérgio. Estética e história da arte. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S. A., 2017.
SANTOS, Fernando Barotti dos; REIS, Émilien Vilas Boas. A interpretação do espaço pela arte: o Impressionismo e sua experiência com a paisagem. Revista Húmus, Porto Alegre, v. 11, n. 32, 2021.