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Superpopulação de cnidários

No Japão, as águas-vivas vêm comprometendo a pesca
No Japão, as águas-vivas vêm comprometendo a pesca

As águas-vivas, animais pertencentes ao Filo Cnidaria, costumam ser o terror de alguns banhistas, em todo o mundo, já que possuem estruturas urticantes, capazes de causar sérias queimaduras.

Dados confirmam que, nos últimos anos, esses animais têm sido vistos com maior frequência, e também em maior quantidade. No Japão, por exemplo, desde 2002, a superpopulação das águas-vivas da espécie Nemopilema nomurai compromete a pesca: uma das principais atividades econômicas do país. Com tamanho que varia entre um e dois metros de diâmetro, e mais de duzentos quilos, são capazes de destruir redes de pesca, matar peixes e, como era de se esperar, ferir seres humanos. Esse fenômeno, hoje de frequência anual, ocorria anteriormente em intervalos de 40 em 40 anos.

No Brasil, as caravelas portuguesas das espécies Physalia physalis e Olindia sambaquiensis e as águas-vivas Tamoya haplonema e Chiropsalmus quadrumanus, são os cnidários que mais causam acidentes. Elas migram das Ilhas Malvinas, no sul do Atlântico, em busca de águas mais quentes para se reproduzir, propiciando seu aparecimento, principalmente nas praias de Santa Catarina, Paraná e litoral sul de São Paulo. Há, também, registros de que espécies exóticas têm aparecido em nosso país, possivelmente “de carona” em cascos de navios ou nas águas de lastro. Tal informação se torna mais relevante se considerarmos que espécies oriundas de outras regiões podem competir e até mesmo predar espécies nativas...

Acredita-se que esses eventos têm ocorrido com maior frequência em razão do aumento da temperatura das águas, relacionado às mudanças climáticas, e também em consequência da pesca indiscriminada, já que, com a redução da população de peixes, a disponibilidade de alimentos passa a ser maior, aumentando as possibilidades de sobrevivência e de reprodução dos cnidários. Além disso, a caça de seus principais predadores, as tartarugas marinhas, também propicia o descontrole de sua população.

Considerando que, basicamente, a nossa espécie é responsável por superpopulações e extinções de espécies, esse fato pode ser importante na reflexão de que nossa forma de vida é insustentável e, obviamente, não estamos ilesos de suas consequências.

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Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia

Publicado por Mariana Araguaia de Castro Sá Lima

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