Botulismo
O botulismo é uma doença causada pela bactéria Clostridium botulinum. Tal organismo se desenvolve em ambientes com baixas concentrações de oxigênio, geralmente com pH básico ou neutro, como no solo, fezes; e em alimentos embutidos, em conserva e enlatados, principalmente aqueles preparados em condições sanitárias precárias.
A infecção se dá pela ingestão de seus esporos. Dentre algumas horas a até oito dias, os sintomas começam a se manifestar, sendo que o período de duração e intensidade estão diretamente relacionados às concentrações da bactéria que foram ingeridas.
Suas toxinas, mais especificamente a A, B e E, provocam alterações no sistema nervoso; e o quadro de intoxicação faz com que o indivíduo apresente boca seca, visão dupla, sensibilidade à luz, queda das pálpebras e fraqueza muscular como as principais manifestações sintomáticas. O quadro pode evoluir para paralisias, dificultando a fala, deglutição e respiração. Em situações fatais, a pessoa perde a vida devido à paralisia das estruturas relacionadas à respiração, provocando seu sufocamento.
Considerando a gravidade dos fatos, é necessário se prevenir, fervendo alimentos embalados a vácuo, em vidros ou enlatados, antes do consumo; e não ingerindo aqueles em que o recipiente se apresenta enferrujado, estufado e/ou contendo água turva. Além disso, como o mel pode ser um reservatório destes esporos, é prudente a utilização somente daqueles cuja procedência é confiável.
Em casos de suspeita, é necessário buscar ajuda imediatamente. O diagnóstico é feito com base nos sintomas, histórico alimentar e exames comprobatórios, geralmente de sangue ou fezes.
Quanto ao tratamento, é necessário que o paciente seja internado, geralmente na UTI, para que sejam feitas as medidas necessárias para o controle dos sintomas, uma vez que a doença não é tratável com antibióticos. Provavelmente será ministrado o soro antibotulínico, como forma de frear a evolução do quadro.
Curiosidade:
A toxina botulínica, em virtude das propriedades estudadas, tem sido utilizada na medicina para diversos fins, no tratamento do estrabismo de espasmos involuntários.
Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia