Estresse
O estresse é um problema de saúde muito comum nos dias atuais, sendo chamado, por alguns, de mal do século. O termo foi introduzido na área da saúde pelo fisiologista Hans Selye, em 1936, para se referir a uma resposta do organismo a algum fator estressante. O estresse pode atingir pessoas de qualquer faixa etária, sexo e nível social, e está bastante relacionado, atualmente, com o nosso modo de vida, que inclui, por exemplo, rotinas de trabalho extenuantes e a pressão para conseguir atingir o “sucesso” em diferentes ramos da nossa vida. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o estresse atinge cerca de 90% da população mundial.
Nosso corpo é submetido frequentemente a agentes estressores, que são os responsáveis por desencadear o estresse. Esses agentes podem ser, por exemplo, situações inevitáveis que ocorrem em nossa vida, pequenos acontecimentos do dia a dia ou circunstâncias que nos causam grande pressão por um longo período de tempo. Uma das principais formas de evitar o estresse é justamente evitando esse agentes estressores. Entretanto, a adoção de hábitos de vida mais saudáveis, organização da rotina e a prática de atividades prazerosas são também formas de lidar melhor com o estresse.
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O que é o estresse?
O estresse pode ser definido como uma reação do nosso corpo diante de agentes estressores, que são estímulos ou eventos que provocam o estresse. Esses agentes provocam uma excitação emocional que leva a um processo de adaptação, marcado por uma série de alterações, como o aumento da produção de adrenalina. A secreção desse hormônio afeta importantes funções do organismo, desencadeando, por exemplo, o aumento dos batimentos cardíacos, sudorese e irritabilidade. Desse modo, o estresse pode afetar o indivíduo como um todo, causando desgaste físico e mental e prejudicando a sua qualidade de vida.
Quando um agente estressor age intensamente sobre uma pessoa, as alterações provocadas no organismo podem ser tão fortes que podem levar, até mesmo, à morte, em decorrência de um infarto ou acidente vascular encefálico, por exemplo. Vale salientar também que o agente estressor pode não ser intenso, mas prolongado, desencadeando problemas a longo prazo.
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Fases do estresse
As manifestações do estresse costumam ser classificadas em três fases: fase de alerta, fase de resistência e fase de exaustão.
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Fase de alerta: surge assim que o indivíduo entra em contato com o agente estressor. Nesse momento o indivíduo pode apresentar boca seca, dor no estômago, tensão muscular, aumento dos batimentos cardíacos, agitação, entre outros sintomas.
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Fase de resistência: aparece após a fase de alerta, e o corpo tenta voltar ao seu estado de equilíbrio. Nesse momento, o organismo pode conseguir eliminar o problema ou se adaptar ao fator estressor. Como sintomas dessa fase, podemos destacar um mal-estar generalizado, desgaste físico, alterações de apetite, emoção aflorada, irritabilidade e diminuição da libido.
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Fase de exaustão: ocorre como consequência de um fracasso na fase de resistência, havendo o comprometimento físico do indivíduo. Ele pode apresentar insônia, hipertensão arterial, alteração nos batimentos cardíacos, tonturas frequentes, dificuldades sexuais, diarreias frequentes, alterações de humor, apatia, dificuldade para trabalhar, queda na produtividade, entre outros sintomas.
Vale destacar que alguns autores consideram quatro fases no processo de estresse. Essa outra fase seria a “quase exaustão”, em que o indivíduo não consegue resistir ao estressor, porém ainda não está tão acometido como na fase de exaustão.
Agentes estressores
Os agentes estressores são os responsáveis por desencadear o estresse. Vários são os agentes estressores a que estamos expostos todos os dias, como a rotina de trabalho, o trânsito caótico, a poluição sonora, entre outros. Esses agentes, de cunho ambiental, podem ser classificados em:
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Acontecimentos vitais: eventos que ocorrem normalmente durante a vida de uma pessoa, como a morte de uma pessoa querida ou o nascimento de um filho. Esses acontecimentos podem ser classificados como dependentes, quando o indivíduo tem papel fundamental para que esse acontecimento ocorra, ou independentes, quando o acontecimento ocorre mesmo sem participação do indivíduo, ou seja, é inevitável.
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Acontecimentos diários menores: relacionam-se com pequenos eventos que ocorrem no nosso dia a dia, tais como ficar um grande período em uma fila, enfrentar horas no trânsito ou uma reforma que gera um grande barulho. Apesar de parecerem acontecimentos muito pequenos para desencadear alterações graves no organismo, a constância desses acontecimentos pode ser extremamente prejudicial.
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Situações de tensão crônica: circunstâncias que persistem por um longo tempo e afetam de maneira muito negativa a vida de uma pessoa. Os relacionamentos abusivos, por exemplo, enquadram-se nesse grupo de estressores.
Vale destacar também que existem fatores estressores de origem orgânica, isto é, possuem origem química ou estão relacionados com conflitos pessoais, sendo considerados, por essa razão, uma ameaça contínua.
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Como controlar o estresse?
Infelizmente, os agentes estressores são muitos nos dias atuais, não sendo fácil evitá-los. Porém, podemos adotar medidas que minimizem o impacto desses agentes em nossa vida e, desse modo, reduzir o estresse. Veja a seguir algumas dicas:
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Pratique atividades físicas;
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Aprenda a realizar exercícios de controle da respiração e técnicas de relaxamento;
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Cuide bem da alimentação;
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Elimine o consumo de cigarro e álcool;
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Não ultrapasse seus limites;
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Aprenda a dizer não;
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Aprenda a gerenciar melhor seu tempo;
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Tenha boas noites de sono;
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Introduza em sua rotina atividades que lhe deem prazer;
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Se se sentir sobrecarregado e sem forças para enfrentar o dia a dia, procure ajuda médica;
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Utilize medicamentos apenas se forem recomendados pelo seu médico. O uso de calmantes e antidepressivos, por exemplo, podem ser perigosos.