Formação dos conglomerados internacionais
Um conglomerado é um agrupamento empresarial formado por duas ou mais empresas não necessariamente pertencentes ao mesmo ramo. Nesse sentido, quando falamos em conglomerados internacionais, referimo-nos às grandes companhias internacionais e suas redes subsidiárias, que atuam tanto em um mesmo setor da economia – às vezes concorrentes entre si – quanto em áreas distintas.
Em resumo, podemos dizer que a formação dos conglomerados internacionais é uma tendência apresentada pelo sistema capitalista desde o início do século XX com a emergência do Capitalismo Financeiro. Posteriormente, com a consolidação do processo de Globalização e da era informacional, esse processo foi intensificado e formaram-se grandes oligopólios comerciais em todo o mundo, ou seja, mercados controlados por pouquíssimos grupos de investidores.
Geralmente, o processo de crescimento dos grandes grupos ocorre a partir das fusões entre empresas, processo que chamamos de truste. Em outros casos, ocorre apenas a simples compra de ações de uma empresa por outra ou por um mesmo grupo de empresários, formando uma rede que, posteriormente, é formalizada. Embora muitos governos imponham restrições ou até proíbam a fusão entre empresas e a formação de conglomerados muito concentrados, esse processo encontra-se cada vez mais frequente.
Em alguns casos, formaram-se companhias tão gigantescas em termos de estrutura e riqueza que o capital por elas movimentado é superior ao de vários países, havendo empresas que, se tivessem seu patrimônio convertido em PIB, estariam entre as maiores economias do mundo. Um estudo realizado pelo site PolicyMic evidenciou que apenas 10 empresas – ou, na verdade, conglomerados comerciais – controlam praticamente tudo o que o consumidor consome, embora esse nível de consumo varie de país para país. O produto do estudo resultou em um quadro chamado “Illusion Of Choice” e que pode ser acessado neste link, embora já se encontre um pouco desatualizado.
Desse modo, existem muitos críticos que se opõem à formação dos conglomerados internacionais, que se estruturam no meio industrial e comercial, mas que se estendem também para o meio bancário e financeiro, formando verdadeiros gigantes institucionais. As principais críticas, nesse caso, acusam o modelo concentrador do sistema capitalista atual, que impõe à dinâmica local os padrões de consumo mundiais. Vale lembrar, no entanto, que essas críticas não são um consenso, e o debate, muitas vezes, é acirrado.