Diferenças entre a voz passiva analítica e a voz passiva sintética
Observe as orações abaixo:
(1) O culpado sempre é descoberto.
(2) Descobre-se sempre o culpado.
Como é possível perceber, esses dois enunciados encontram-se na voz passiva, ou seja, ambos apresentam um sujeito paciente que sofre a ação verbal. No entanto, nota-se também que a estrutura dos verbos é diferente nessas orações. Isso deve-se ao fato de que em (1) há a construção da voz passiva analítica, e, em (2), ocorre a voz passiva sintética. Vamos analisá-las mais detalhadamente a seguir.
a) Voz passiva analítica: é expressa por uma locução verbal formada pelo verbo ser + particípio passado do verbo principal.
O gato foi retirado da árvore pelo bombeiro.
O culpado sempre é descoberto.
Perceba como ocorre a construção do verbo ser (foi/é) com o particípio passado dos verbos retirar (retirado) e descobrir (descoberto).
É importante ressaltar que somente os verbos transitivos diretos, que sintaticamente têm como complemento verbal objetos diretos, podem expressar a voz passiva.
b) Voz passiva sintética ou pronominal: é formada pelo acréscimo do pronome pessoal se, na função de partícula apassivadora, a uma forma verbal na 3ª pessoa.
Não se vê uma pessoa nesta sala.
Descobre-se sempre o culpado.
Note a presença da partícula apassivadora (se) junto ao verbo na construção da voz passiva sintética.