O signo linguístico – traços que o caracterizam
Todo processo comunicativo constitui-se de dois elementos básicos: um é a linguagem, a qual representa o sistema de sinais convencionais que nos permite realizar tal procedimento. Dessa maneira, ela pode se manifestar de várias formas, como as aqui representadas:
Temos a linguagem não verbal, representada pelos sinais de trânsito, pelas placas de advertência, pela linguagem dos surdos-mudos, entre outros exemplos; como também a linguagem verbal, cujos sinais são representados pelas palavras propriamente ditas.
O outro elemento constituinte é a língua, que representa um sistema de signos convencionais (formado pelos conhecimentos que o usuário tem dos fatos gramaticais) usado pelos membros de uma determinada comunidade. Em razão disso é que temos a língua portuguesa, francesa, espanhola, alemã, etc. Dessa forma, esse grupo social convenciona um conjunto organizado de elementos representativos. E entre eles figura um de expressiva relevância – o chamado signo linguístico.
Para sermos mais precisos, partamos do seguinte exemplo:
Ao pronunciarmos a palavra gato, duas ocorrências manifestam-se simultaneamente:
A primeira forma uma imagem mental, psíquica, acerca do elemento em referência, assim manifestada:
= s.m. mamífero carnívoro doméstico da família dos Felídeos (Felis silvestres catus). O presente aspecto está condicionado à noção de significado, um dos elementos dos quais o signo se constitui.
A outra é representada por uma imagem gráfica, a qual se materializa por meio dos fonemas e, consequentemente, das sílabas, até formar a palavra na íntegra.
Temos, assim, uma imagem sensorial que, uma vez foneticamente representada, seria assim expressa:
/g/a/t/o = imagem sensorial, ora representada por meio de letras. Atribuímos a tal manifestação o conceito de significante, o outro elemento que integra o signo linguístico.
Ao invés de dizermos somente gato, poderíamos mencionar também “um gato”, fato esse que formaria uma sequência. Dessa forma, podemos perfeitamente antepor ao signo em referência (no caso, a palavra gato) outro signo (materializado pelo artigo indefinido um). Mas se em vez de tal artigo optássemos por “uma”, soaria no mínimo estranho, não é verdade?
Mediante tal constatação, vale ressaltar que o conhecimento de uma determinada língua não se restringe somente à identificação de seus signos, mas também ao uso adequado das leis combinatórias que regem tal língua, isto é, ao conhecimento dos fatos linguísticos como um todo.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras