Operar ou ser operado?
Antes que passemos adiante, abordando acerca dos pressupostos que demarcam a temática em questão, analisemos primeiramente o que nos revela o “Dicionário Online de Português”, o qual enfatiza sobre os aspectos semânticos relacionados ao verbo operar:
v.t. Fazer alguma coisa; produzir; executar; obrar; realizar.
Fazer uma operação de cálculo, de química.
Submeter alguém a uma operação cirúrgica.
— V.i. Produzir efeito.
— V.pr. Acontecer, suceder, realizar.
Noções constatadas, vejamos o que comumente ouvimos por aí:
- Fulano operou ontem
- Não sabia, operou de quê?...
Assim prossegue a discussão entre os interlocutores, embora sem se atentarem ao fato de que cometeram um “desvio” em relação ao uso do verbo em pauta. Dessa forma, cabe afirmar que quem opera é, sem dúvida, o profissional de saúde, o médico, por excelência. Nesse sentido, voltando aos aspectos linguísticos, caso o sujeito da oração for o paciente, o verbo operar deverá permanecer na voz passiva, isto é: “fulano foi operado”, ou ainda, “fulano operou-se”. Lembrando que nesse caso o pronome “se” atua como partícula apassivadora.
Mediante os pressupostos aqui elencados, opte sempre por dizer que uma determinada pessoa foi operada ou operou-se, mas nunca profira que ela “operou”, pois tal procedimento somente se atribui ao profissional que executa a ação.