Verbo “vir”
O verbo “vir”, da mesma forma que os outros verbos, é conjugado no presente, pretérito e futuro, e concorda com o sujeito simples ou composto. Além disso, ele é usado como sinônimo de “regressar”, “chegar a”, “acompanhar”, entre outros usos. No futuro do subjuntivo, a palavra “vir” é a forma da primeira e da terceira pessoa do singular do verbo “ver”.
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Resumo sobre o verbo “vir”
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Após sujeito composto, com ideia de gradação, “vir” também pode concordar com o substantivo mais próximo.
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Isso também pode ocorrer quando o sujeito composto aparece posposto ao verbo.
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O verbo “vir” é usado com o sentido de “chegar a”, “regressar”, “acompanhar”, “ter origem” etc.
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A primeira e a terceira pessoa do singular do verbo “ver”, no futuro do subjuntivo, dão-se na forma “vir”.
Conjugação do verbo “vir”
MODO INDICATIVO |
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PRESENTE |
PRETÉRITO IMPERFEITO |
PRETÉRITO PERFEITO |
Eu venho |
Eu vinha |
Eu vim |
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO |
FUTURO DO PRETÉRITO |
FUTURO DO PRESENTE |
Eu viera |
Eu viria |
Eu virei |
MODO SUBJUNTIVO |
||
PRESENTE |
PRETÉRITO IMPERFEITO |
FUTURO |
[que] Eu venha |
[se] Eu viesse |
[quando] Eu vier |
MODO IMPERATIVO |
INFINITIVO |
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AFIRMATIVO |
NEGATIVO |
PESSOAL |
Tu vem |
Não venhas tu |
[para] Eu vir |
Concordância do verbo “vir”
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Concorda com o sujeito:
Lídia veio passar o fim de semana comigo.
(Sujeito simples no singular, o verbo fica no singular.)
As amigas de Lídia vieram na segunda-feira.
(Sujeito simples no plural, o verbo fica no plural.)
Lídia e suas amigas vieram nos visitar.
(Sujeito composto, o verbo vai para o plural.)
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Sujeito composto, mas com ideia de gradação:
O vento, a chuva, o trovão vem sobre nós.
(Concorda com o substantivo mais próximo.)
ou
O vento, a chuva, o trovão vêm sobre nós.
(Vai para o plural, pois concorda com o sujeito composto.)
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Sujeito composto, posposto ao verbo:
Naquele tempo, vinham uma coruja e um morcego toda noite à nossa varanda.
(Vai para o plural, pois concorda com o sujeito composto.)
Naquele tempo, vinha uma coruja e um morcego toda noite à nossa varanda.
(Concorda com o substantivo mais próximo.)
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Diante de sujeito oracional, o verbo fica no singular:
Buscar um emprego não convencional vem sendo a opção das novas gerações.
Leia também: Como fica a conjugação do verbo reaver?
Usos do verbo “vir”
Usamos o verbo “vir” com o sentido de:
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“encaminhar-se em direção ao enunciador”:
Contei-lhe que Júlio viera até mim para pedir desculpas.
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“chegar a”:
As crianças viriam à escola no fim da tarde.
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“regressar”:
Ah, meu filho, vem logo para casa!
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“acompanhar”:
Venha comigo e não reclame.
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“ter origem”:
O rapaz veio do Japão, não é brasileiro.
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“mostrar-se”:
Lucas vinha todo orgulhoso de sua maquete.
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“nascer”:
O pai ficou feliz porque a filha veio com saúde.
Diferenças entre os verbos “vir” e “ver”?
O verbo “vir”, entre outros significados, é sinônimo de “chegar”, “regressar”, “ter origem” etc.:
Virei aqui no próximo sábado.
Já o verbo “ver” faz referência ao ato de olhar, enxergar, como no exemplo a seguir:
A pintora viu a parede e sugeriu a cor azul.
Atenção! O verbo “ver”, conjugado na primeira e na terceira pessoa do singular, no futuro do subjuntivo, fica assim:
Quando eu vir que você está pronta, a direção da empresa é sua.
Quando Cristiano vir que você fez o dever de casa, ficará feliz.
Quais são as diferenças entre “vim” e “vir”?
“Vim” é a forma que indica a primeira pessoa do singular, do pretérito perfeito do indicativo, do verbo “vir”:
Eu vim de muito longe!
Já “vir” é um termo que pode ser usado nos seguintes casos:
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infinitivo pessoal do verbo “vir”, na primeira ou terceira pessoa do singular:
Por eu vir tão cedo, acabei sendo escolhido.
Por ela vir tão cedo, acabou sendo escolhida.
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futuro do subjuntivo do verbo “ver”, na primeira ou terceira pessoa do singular:
Quando eu vir que você tomou jeito, paro de pegar no seu pé.
Quando ele vir que você tomou jeito, para de pegar no seu pé.
→ Videoaula: “Vim” ou “vir” — qual a diferença?
Exercícios resolvidos sobre o verbo “vir”
Questão 01
Leia a letra de música “Como vai você?”, dos compositores Antônio Marcos e Mário Marcos:
Como vai você?
Eu preciso saber da sua vida
Peça a alguém pra me contar
Sobre o seu dia
Anoiteceu e eu preciso só saber
Como vai você?
Que já modificou a minha vida
Razão de minha paz já esquecida
Não sei se gosto mais de mim
Ou de você
Vem, que a sede de te amar
Me faz melhor
Eu quero amanhecer ao seu redor
Preciso tanto me fazer feliz
Vem, que o tempo
Pode afastar nós dois
Não deixe tanta vida pra depois
Eu só preciso saber, como vai você?
MARCOS, Antônio; MARCOS, Mário. Como vai você? In: CARLOS, Roberto. Roberto Carlos. Rio de Janeiro: CBS, 1972.
O verbo “vir”, em destaque nas duas últimas estrofes, está conjugado no:
a) presente do indicativo.
b) presente do subjuntivo.
c) pretérito imperfeito do indicativo.
d) pretérito imperfeito do subjuntivo.
e) imperativo afirmativo.
Resolução:
Alternativa “e”
Ao utilizar a forma “vem”, o eu lírico está se dirigindo a um interlocutor, ou seja, está solicitando ou ordenando que tal pessoa venha, portanto, o verbo está no imperativo afirmativo.
Questão 02
Leia, a seguir, um fragmento da novela “Pela noite”, de Caio Fernando Abreu:
— Como não, cara? Não tem o que entender. Tudo muito simples: a partir de agora você se chama Santiago e eu me chamo Pérsio. Certo, Santiago? Que que foi, não gosta do nome? É um nome fantástico, bicho. Além do Nasar, que você gosta, tem o outro Santiago, o da Catedral, [...]; é uma dupla homenagem. Como a Simone Clarice do Rubem Fonseca, naquela história, como era o nome? Corações Solitários, era isso? Sem falar em Santiago do Chile, que Deus salve e guarde Allende. Aff, uma tripla homenagem. — Vinha caminhando em direção ao sofá. Que tripla que nada: quádrupla, God! que palavrinha, quá-dru-pla. Tem ainda Santiago de Compostela, lembra da Via-Láctea? Na Espanha, acho que na Espanha, será Galícia? — Parou bem à frente dele, sem sapatos, as meias berrantes, listradas de azul, amarelo, uma bandeira sueca, quase tocando as pontas dos seus tênis muito brancos. — Mais ainda, muito, muito mais. Tem Santiago do Boqueirão, no Rio Grande do Sul, terra de macho, tchê, quase fronteira com a Argentina, já ouviu falar? Pois tem, quer ver no mapa? Tive um amigo de lá, o Ruy, onde andará o Ruy Krebs? — Deu um salto no ar, arregalando os olhos. — Impossível que você não goste desse nome, rapaz. É uma quín-tu-pla homenagem. E mais, tem mais, nossa, sêxtupla: aquele Santiago pescador do Hemingway. Se procurar tem mais ainda. Santiagos não faltam.
ABREU, Caio Fernando. Pela noite. In: ______. Triângulo das águas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983.
Sobre a ocorrência do verbo “vir”, em destaque no parágrafo, é possível afirmar:
a) O verbo “vir” está conjugado no pretérito perfeito.
b) O verbo “vir” está conjugado no pretérito mais-que-perfeito.
c) O verbo “vir” está conjugado no pretérito imperfeito do indicativo.
d) O verbo “vir” é impessoal, isto é, não apresenta sujeito.
e) O sujeito do verbo “vir” é o substantivo próprio “Santiago”.
Resolução:
Alternativa “c”
A conjugação do verbo “vir”, no pretérito imperfeito do indicativo, é: eu vinha, tu vinhas, ele ou ela vinha, nós vínhamos, vós vínheis, eles ou elas vinham.