Divisão da história
A divisão da história é uma ferramenta didática e metodológica utilizada pelos historiadores para dividir a história humana em cinco períodos de acordo com a passagem do tempo. De acordo com essa periodização, a história possui os seguintes períodos:
-
Pré-História;
-
Idade Antiga;
-
Idade Média;
-
Idade Moderna;
-
Idade Contemporânea.
Essa divisão possui marcos, mas é bastante criticada por ser eurocêntrica e por pensar a história com base excessiva no tempo cronológico. A história brasileira também é dividida em diferentes períodos, sendo eles: Pré-cabralino, Colonial, Monárquico e Republicano.
Leia também: Por que a história é importante?
Resumo sobre a divisão da história
-
A divisão da história é uma ferramenta didático e metodológica usada pelos historiadores.
-
Tem como finalidade facilitar a assimilação dos conteúdos em história.
-
Divide a história em cinco períodos: Pré-História, Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea.
-
A história do Brasil também tem a sua própria periodização: Pré-Cabralino, Colonial, Monárquico e Republicano.
-
A divisão da história recebe críticas por ser considerada muito eurocêntrica e dar grande ênfase à cronologia.
O que é a divisão da história?
A divisão da história é uma ferramenta metodológica que estabelece a divisão do tempo cronológico em períodos, de maneira a fragmentar a história em fases e facilitar a assimilação e a aprendizagem dos seus conteúdos. A divisão clássica da história no Brasil estabeleceu cinco grandes períodos.
A periodização da história se estabeleceu de maneira muito lenta ao longo do tempo e utiliza marcos que são entendidos como pontos de passagem para grandes transformações. A divisão pode sofrer variações fora do Brasil, e essa periodização, apesar de clássica e consolidada, é bastante criticada por suas limitações.
Fases da história
Essa periodização da história estabeleceu a existência de cinco fases:
-
Pré-História (alguns historiadores apontam que se iniciou por volta de 3 milhões de anos atrás e se encerrou por volta de 4000 a.C.);
-
Idade Antiga (3500 a.C.-476 d.C.);
-
Idade Média (476-1453);
-
Idade Moderna (1453-1789);
-
Idade Contemporânea (iniciou-se em 1789 e segue em andamento).
→ Pré-História
A Pré-História é considerada pelos historiadores o período que estuda o surgimento dos hominídeos e sua evolução até o surgimento do homo sapiens sapiens, a atual espécie de seres humanos. Esse período acompanhou a lenta evolução das espécies e o lento desenvolvimento do modo de vida dos seres humanos e a luta pela sobrevivência.
Entende-se que a Pré-História se estendeu até por volta de 3500 a.C., quando os historiadores acreditam que surgiu a primeira forma de escrita da humanidade, a escrita cuneiforme, desenvolvida pelos sumérios. Como a Pré-História foi um período cronologicamente enorme, os historiadores estabeleceram uma subdivisão dentro desse período em Paleolítico, Neolítico e Idade dos Metais.
Esses diferentes períodos retrataram de maneira genérica o nível de sofisticação dos seres humanos ao longo do tempo cronológico. Para saber mais sobre a Pré-História, clique aqui.
→ Idade Antiga
A Idade Antiga se iniciou com o surgimento da escrita cuneiforme e presenciou o surgimento e o desaparecimento de diferentes civilizações em diferentes partes do planeta. Algumas das civilizações mais importantes desse período foram Egito Antigo, Mesopotâmia, Grécia e Roma. Para fins educacionais, essas civilizações costumam ser estudadas.
Entretanto, a Antiguidade não foi marcada apenas por essas civilizações porque diversas outras surgiram nesse período, tais como hebreus, fenícios, persas, celtas, cartaginenses, chineses, diferentes povos germânicos, hititas, elamitas, entre outras civilizações. O encerramento da Idade Antiga acompanhou a desagregação do Império Romano do Ocidente.
O Império Romano entrou em crise a partir do século III, levando sua parte ocidental a se desagregar lentamente, sendo ocupada por diferentes povos germânicos, que migravam para o interior do território romano. A derrubada do rei romano Rômulo Augusto pelos hérulos, em 476 d.C., foi o marco que encerrou esse período. Para saber mais sobre a Idade Antiga, clique aqui.
→ Idade Média
A Idade Média, ao menos na Europa Ocidental, foi marcada pela fusão das culturas germânica e latina. Esse período foi dividido em duas grandes fases, a Alta Idade Média (séculos V ao X) e a Baixa Idade Média (séculos XI ao XV), possuindo, cada qual, suas próprias características, embora haja também semelhanças entre os períodos.
A Europa Ocidental medieval se formou da crise romana, sendo marcada, a princípio, pela ruralização da Europa e pelo enfraquecimento do comércio. Uma das grandes marcas da Idade Média foi o feudalismo, sistema político, econômico, social, cultural e ideológico que viveu seu auge entre os séculos XI e XIII.
A partir do século XI, houve um crescimento do comércio e um crescimento das cidades, dando uma nova dinâmica à cultura e à vida na Europa medieval. Esse período foi marcado pelo poderio da Igreja Católica e por conflitos marcantes, como as Cruzadas e a Guerra dos Cem Anos. A queda de Constantinopla, em 1453, para os otomanos foi o marco que encerrou esse período. Para saber mais sobre a Idade Média, clique aqui.
→ Idade Moderna
A Idade Moderna foi marcada como um período de enorme abertura da Europa, sobretudo comercial. Nessa época, os europeus começaram a explorar o oceano, chegando a novos locais, como o continente americano. A economia europeia foi baseada no mercantilismo, prática econômica de transição entre o feudalismo e o capitalismo.
A Idade Moderna também ficou marcada pela centralização do poder nas mãos dos monarcas por meio do absolutismo, o que fez do monarca uma figura com amplos poderes e apoiada por um grupo de burocratas. A crítica a esse sistema político deu origem ao iluminismo, movimento intelectual que questionou não apenas o poder do monarca como também defendeu a racionalidade.
Foi inclusive o iluminismo que motivou um dos principais acontecimentos da história: a Revolução Francesa. Os historiadores entendem que a queda da Bastilha, em 1789, evento que iniciou essa revolução, foi o marco de encerramento da Idade Moderna. Para saber mais sobre a Idade Moderna, clique aqui.
→ Idade Contemporânea
A Idade Contemporânea, por sua vez, é um período que segue em andamento. Esse período ficou marcado pela queda do absolutismo no continente europeu e por enorme desenvolvimento tecnológico a partir da Revolução Industrial. No século XIX, inúmeras invenções surgiram, dando um salto de qualidade na vida da humanidade.
As contradições do capitalismo passaram a ser questionadas por meio da ideologia socialista. Essa ideologia, que defende a superação do capitalismo, chegou ao poder de muitos países, começando pela Rússia, em 1917. A disseminação do socialismo estabeleceu a polarização que conhecemos como Guerra Fria.
A Idade Contemporânea também ficou marcada pelos regimes totalitários — fascismo, nazismo e stalinismo — e pelas duas grandes guerras. Para saber mais sobre a Idade Contemporânea, clique aqui.
Qual é a divisão da história do Brasil?
A história brasileira também passa por uma periodização que busca agrupar os acontecimentos de nossa história de maneira cronológica. Os períodos são estes:
-
Pré-História brasileira ou Período Pré-Cabralino (tudo antes de 1500): cobre a história brasileira antes da chegada dos portugueses aqui, em 1500. Sendo assim, nesse período se estuda a chegada dos primeiros humanos ao Brasil e seus estilos de vida.
-
Período Colonial: acompanha a colonização do Brasil realizada pelos portugueses.
-
Período Monárquico: o Brasil já era uma nação independente, porém era uma monarquia. Foi subdivido em: Primeiro Reinado, Período Regencial e Segundo Reinado.
-
Período Republicano: o Brasil se transformou em uma república, sendo governado por presidentes. Foi subdivido em: Primeira República, Era Vargas, República de 1946, Ditadura Militar e Nova República.
Leia também: História da América — fatos que marcaram a trajetória do continente americano
Críticas à divisão da história
Apesar de clássica e consolidada, a divisão da história é entendida apenas como uma ferramenta para cumprir uma finalidade didática. É bastante utilizada, mas isso não significa que ela está isenta de críticas, pois muitos historiadores questionam o papel dela.
As principais críticas vão no sentido de que essa periodização é eurocêntrica, pois foca nos acontecimentos que se passaram no continente europeu, ignorando as transformações que se passavam em outros locais do planeta.
Além disso, muitos historiadores questionam o peso excessivo que essa periodização dá à cronologia, muitas vezes ignorando que as transformações não são lineares nem instantâneas.
Fontes
FRANCO JUNIOR, Hilário. A Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2006.
HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
LE GOFF, Jacques. As raízes medievais da Europa. Petrópolis: Vozes, 2011.
LE GOFF, Jacques. A História deve ser dividida em pedaços? São Paulo: Editora Unesp, 2015.