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Neocolonialismo

O neocolonialismo, muitas vezes chamado de imperialismo, foi o ciclo de colonização realizado pelas nações europeias nos continentes africano e asiático a partir do século XIX.
Quatro homens congoleses segurando um carrinho nos trilhos de uma mina.
Trabalhadores congoleses sendo explorados na extração de minérios de uma mina no Congo Belga.[1]

Neocolonialismo, chamado por muitos de imperialismo, foi o ciclo de colonização que afetou os continentes africano e asiático. Por meio dele, as nações europeias invadiram e exploraram as riquezas de suas colônias, cometendo diversas violências contra as populações desses estados.

Entre as principais potências neocoloniais, destacaram-se Reino Unido, França, Bélgica, Espanha, Portugal, Itália e Alemanha. O neocolonialismo foi justificado por uma série de ideologias racistas, como o “fardo do homem branco” e o darwinismo social. O continente mais afetado foi a África, dividida durante a Conferência de Berlim.

Leia também: Colonização do Brasil — exploração portuguesa da terra e da vida de indígenas e africanos

Resumo sobre neocolonialismo

  • O neocolonialismo foi o ciclo colonial que se iniciou no século XIX, sendo responsável pela ocupação da África e Ásia.

  • As nações europeias procuravam matérias-primas e mercados consumidores para dar continuidade ao seu processo de desenvolvimento industrial.

  • A burguesia industrial e os grandes banqueiros apoiaram o avanço neocolonial.

  • As principais potências neocoloniais foram: Reino Unido, França, Bélgica, Espanha, Portugal, Itália e Alemanha.

  • O neocolonialismo se deu com base em ideologias racistas, como o etnocentrismo e o darwinismo social.

Videoaula sobre neocolonialismo

Qual é o conceito de neocolonialismo?

O neocolonialismo é a forma como nos referimos ao ciclo colonial iniciado pelas potências europeias no século XIX. Esse novo ciclo se deu nos continentes asiático e africano, que foram transformados em colônias europeias e dominados economica, cultural e politicamente.

A respeito do neocolonialismo, os dois grandes destaques foram Reino Unido e França, as duas grandes potências coloniais do planeta. O neocolonialismo contou ainda com o envolvimento de outros países, como Bélgica, Portugal, Espanha, Alemanha e Itália. Além disso, muitos historiadores incluem o Japão, os Estados Unidos e o Império Otomano no grupo das nações neocolonialistas.

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Neocolonialismo ou imperialismo?

O neocolonialismo também pode ser chamado de imperialismo, justamente porque o domínio das nações europeias incluiu o controle político, econômico e cultural das regiões dominadas. Por meio do neocolonialismo, as nações europeias estabeleceram uma intensa exploração de suas colônias, explorando o trabalho das populações e roubando as riquezas materiais desses territórios.

Causas que levaram ao surgimento do neocolonialismo

O neocolonialismo e a ocupação dos continentes africano e asiático tiveram relação direta com a Revolução Industrial. Por meio dela, um grande desenvolvimento tecnológico aconteceu, permitindo o desenvolvimento das máquinas e, consequentemente, da indústria. Esse processo se iniciou na Inglaterra e se espalhou pelo continente europeu.

A Revolução Industrial permitiu que a produção de mercadorias fosse acelerada, uma vez que a mecanização do processo de produção agilizou a preparação das mercadorias. Isso gerou grandes lucros para as grandes indústrias da Europa, mas, para que esse processo continuasse em expansão, eram necessários novos mercados consumidores e matérias-primas.

Veja também: Revolução Industrial e as mudanças provocadas pelo capitalismo na sociedade

Objetivos do neocolonialismo

A ocupação de novos territórios se tornou, no século XIX, a forma ideal para os europeus obterem novos mercados consumidores e matérias-primas. A exploração de novas colônias forneceria matérias-primas em grande quantidade para as indústrias europeias, e a obtenção dessas matérias-primas seria um trabalho realizado pela mão de obra barata que existia nesses locais.

Além disso, essa mão de obra não estava organizada em sindicatos e movimentos de trabalhadores, como ocorria na Europa, o que facilitava a exploração desses trabalhadores. Ainda, essas regiões colonizadas se tornavam novos mercados consumidores, uma vez que a Europa não conseguia absorver tudo que era produzido. Isso tornava a exploração colonial extremamente vantajosa para as nações europeias.

Esse cenário gerou um grande interesse por parte das nações europeias, e “justificativas” começaram a ser defendidas para tornar aceitável a ocupação e exploração dos dois continentes. A expansão colonial foi vista como bons olhos pela burguesia europeia, especialmente aquela vinculada às indústrias e aos grandes bancos. Isso mobilizou os Estados europeus a ocuparem tais regiões.

Como as nações europeias “justificavam” o neocolonialismo?

A exploração neocolonialista foi uma das maiores atrocidades cometidas pela humanidade, e as violências às quais as populações dos continentes africano e asiático foram sujeitas foram inúmeras. Por isso, as potências europeias estabeleceram teorias que procuravam “justificar” essa exploração. Entretanto, todas essas explicações partiram de visões etnocêntricas e racistas que vigoravam no século XIX.

O etnocentrismo foi o ponto de partida para entendermos as ideologias que justificavam o neocolonialismo. Isso porque os europeus viam a si mesmos como povos superiores, dotados dos “valores da civilização”, e apenas o modo de vida deles — cristão e baseado em sociedades industriais — era entendido como civilização.

Sendo assim, povos da África e da Ásia não compartilhavam os “valores da civilização”, sendo, portanto, obrigação dos europeus levá-los a eles. Os europeus entendiam que africanos e asiáticos eram povos atrasados, ignorantes e selvagens e, por isso, deveriam ensiná-los a como viver melhor.

O que os europeus tentaram, na verdade, foi estabelecer forçadamente o seu padrão civilizatório. Essa ideia de eles se sentirem na obrigação de levar os seus “valores civilizatórios” de maneira forçada para outros povos foi nomeada como “fardo do homem branco”, e, junto dela, estava a questão religiosa.

Os europeus se sentiam compelidos a levarem o cristianismo para outros povos, considerados pagãos. A religião foi um elemento fundamental da ideia de civilização para os europeus, e a vocação missionária do cristianismo foi abertamente efetivada pelas potências a fim de explorar e mapear, sobretudo, o continente africano.

As justificativas europeias também se baseavam no darwinismo social, uma interpretação deturpada e racista das teorias desenvolvidas por Charles Darwin. Segundo essa teoria, existiam sociedades e povos mais fortes que outros, sendo dever dos mais fortes dominar os mais fracos. Essa ideia foi amplamente utilizada para embasar a atividade neocolonial.

Neocolonialismo na África e a Conferência de Berlim

O neocolonialismo foi responsável pela colonização da África e da Ásia, embora o continente que mais sofreu as consequências dessa atividade tenha sido o africano. Isso porque grande parte do território africano caiu nas mãos dos europeus. A corrida pela ocupação da África se deu por meio de ações da Bélgica, de Portugal e da França.

Dessa forma, inúmeras nações europeias procuraram estabelecer uma colônia em território africano, o que causou conflitos entre as potências da Europa. Para organizar a ocupação do continente africano, foi realizada a Conferência de Berlim, evento que debateu questões relativas à ocupação, estipulou a divisão do território e organizou a navegação em rios africanos e o comércio lá realizado.

Esse evento ocorreu entre 1884 e 1885, dando início ao auge do neocolonialismo, que se estendeu até 1914, entretanto, até a década de 1970, ainda existiam colônias europeias na África. Para saber mais sobre esse tópico, clique aqui.

Neocolonialismo no continente asiático

No caso da Ásia, destacou-se a colonização da China e da Índia pelo Reino Unido. A colonização inglesa foi violenta e marcada por grande exploração das populações locais. Houve também uma grande colônia inglesa na Ásia, a Indochina Francesa. O Japão também ficou marcado como uma potência neocolonial, embora de caráter regional, expandindo sua ambição para a Coreia e China. Para saber mais sobre esse tópico, clique aqui

Publicado por Daniel Neves Silva

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