Giorgia Meloni
Giorgia Meloni é uma política italiana conhecida por ter uma forte vinculação com a extrema-direita em seu país, manifestando posições que a associam com os neofascistas italianos. Ficou marcada por ter uma vida política inteira vinculada com um conservadorismo radical e iniciou sua associação com grupos neofascistas ainda na adolescência.
Esteve vinculada a diferentes partidos da direita e extrema-direita italiana, foi conselheira da província de Roma, foi ministra durante o gabinete de Silvio Berlusconi e uma das fundadoras do Fratelli d’Italia, um partido de extrema-direita. Levou o seu partido a tornar-se o mais votado nas eleições gerais italianas de 2022.
Saiba mais: Direita e esquerda — origens e vieses ideológicos
Origens de Giorgia Meloni
Georgia Meloni nasceu no dia 15 de janeiro de 1977, sendo originária da cidade de Roma, capital italiana. Ela cresceu em um distrito de Roma chamado Garbatella e desde muito jovem teve acesso a movimentos políticos neofascistas, ingressando neles quando tinha apenas 15 anos. Como Meloni é muito reservada com sua vida pessoal, não se sabem muitos detalhes sobre sua juventude.
Atuação política de Giorgia Meloni
Giorgia Meloni é conhecida por ser uma política de extrema-direita italiana, assim, toda a sua carreira política se deu em partidos políticos conservadores ou radicais de direita. Em 1992, ela aderiu à ala para jovens do Movimento Sociale Italiano (MSI), partido político de extrema-direita e conhecido por ser um partido neofascista, pois foi fundado por antigos membros do Partido Nacional Fascista.
Essa ala jovem do MSI era chamada de Fronte della Gioventú, mas anos depois Meloni aderiu ao Alleanza Nazionale (AN), um partido que nasceu no interior do MSI. Possuía posições menos radicais, mas ainda era um partido conservador.
Meloni começou a ganhar projeção política a partir de 1998, quando foi eleita conselheira do distrito de Roma. Além disso, conseguiu conquistar espaço no interior do AN, tornando-se um quadro influente e chegando até à presidência desse partido.
A partir de 2006, Giorgia Meloni tornou-se uma política na Itália, pois foi eleita para a Câmara dos Deputados, a câmara baixa do Parlamento italiano. Ela foi repetidamente eleita, concorrendo por diferentes províncias, e se estabeleceu como um ícone da extrema-direita em seu país.
Assumiu um ministério durante o gabinete de Silvio Berlusconi, político conservador e líder do partido Forza Italia. Giorgia Meloni foi indicada para a pasta da Juventude, permanecendo na função entre os anos de 2008 e 2011. Ela abandonou a posição quando Silvio Berlusconi renunciou ao cargo de primeiro-ministro.
Nesse período, ela fez parte do partido de Silvio Berlusconi, uma vem que o Forza Italia e o Alleanza Nazionale uniram-se para formar um novo partido conservador, o Il Popolo della Libertà (PdL). Entretanto, Meloni permaneceu nesse partido por pouco tempo.
Ascensão política de Giorgia Meloni
Em 2012, Meloni abandonou o PdL, porque teve alguns problemas dentro desse partido. Ela juntou-se a outros conservadores, com quem fundou o Fratelli d’Italia (FdI), sendo que esse partido é considerado de extrema-direita, porque possui visão conservadora radical e porque exalta práticas e posturas do fascismo italiano.
Ela tornou-se líder do partido em 2014. Entre os anos de 2014 e 2022, o FdI era considerado um partido de pequena expressão no cenário político italiano. Esse cenário foi sendo modificado aos poucos, e Meloni foi conquistando mais apoio. Ela chegou a candidatar-se para a Prefeitura de Roma, mas terminou em terceiro lugar, embora tenha alcançado uma expressiva votação.
O FdI, por sua vez, ainda permaneceu como um partido pequeno, e isso pôde ser percebido nas eleições gerais de 2018, quando o Fratelli d’Italia não obteve mais do que 5% dos votos para as vagas da Câmara dos Deputados e do Senado. Nesse ano, o FdI conquistou algumas cadeiras, fez parte de uma coalizão de centro-direita, mas esteve longe de exercer a maioria no Parlamento italiano.
Em 2022, o Fratelli d’Italia deu um grande salto de popularidade e obteve uma votação expressiva nas eleições gerais. O partido de Meloni obteve, sozinho, 26% dos votos, sendo o partido mais votado em toda a Itália. Além disso, formou uma coalizão de direita com o Lega, liderado por Matteo Salvini e pelo Forza Italia, liderado por Silvio Berlusconi.
Essa coalizão conservadora obteve mais de 50% dos votos e conseguiu conquistar 237 cadeiras de 400 na Câmara dos Deputados e 115 cadeiras de 200 no Senado. Com a maioria parlamentar, a direita e a extrema-direita governarão a Itália até as próximas eleições gerais. Como o FdI obteve a maioria dos votos, espera-se que Meloni seja indicada à posição de primeira-ministra da Itália, a primeira mulher da história a assumir a posição no país.
Veja também: Regimes totalitários — contextos políticos extremos dos quais o fascismo fez parte
Opiniões de Giorgia Meloni
A italiana Giorgia Meloni é vista com certa desconfiança por parte da comunidade internacional por causa de suas posições políticas. Ela é considerada uma admiradora velada de Mussolini, porque exalta certas práticas de seu governo, embora faça alguns comentários críticos ao mais famoso ditador italiano.
Seu histórico como militante de grupos neofascistas desde a sua adolescência também pesa negativamente para a política italiana. Por fim, ela defende posições homofóbicas, é contrária à imigração de africanos e outros imigrantes ao continente europeu, possui visões islamofóbicas, rejeita os valores do Iluminismo e é contra a integração continental da União Europeia.
Créditos da imagem:
[1] Pierre Teyssot e Shutterstock