Muda ou ecdise em artrópodes

A muda ou ecdise é um processo que ocorre nos artrópodes e está relacionado com o crescimento desses animais. Os artrópodes são animais que apresentam como uma de suas principais características a presença de um exoesqueleto quitinoso, uma estrutura importante para sua proteção, mas que impede o animal de crescer de maneira contínua (forma de crescimento observada na maioria dos animais). Devido a essa limitação de crescimento, os artrópodes devem realizar mudas periódicas, que consistem na troca do exoesqueleto antigo por um novo. 

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O que é exoesqueleto?

Um exoesqueleto é o que chamamos de esqueleto externo, ou seja, uma estrutura que está disposta por fora do corpo do animal. Nos artrópodes, o exoesqueleto é, geralmente, espesso e rígido, sendo formado de proteína e quitina (um polissacarídeo). Essa espécie de capa protetora é importante não só para proteger o animal mas também como ponto de fixação para músculos. O exoesqueleto é secretado pela epiderme e é formado por uma epicutícula externa fina e uma pró-cutícula espessa. A pró-cutícula, quando desenvolvida, consiste numa exocutícula externa e uma endocutícula interna.

O exoesqueleto dos artrópodes protege-os, mas deve ser trocado para garantir o desenvolvimento desses animais.

Como ocorre a muda ou ecdise?

A muda é um processo que ocorre nos artrópodes e é controlada por dois hormônios: a ecdisona e o hormônio inibidor da muda. Enquanto a ecdisona é responsável por estimular a ocorrência do processo, o hormônio inibidor da muda interrompe-o. O aumento do hormônio ecdisona promove o início da muda, o que desencadeia, inicialmente, a separação da epiderme do exoesqueleto.

A epiderme inicia então a secreção de uma nova epicutícula, e pró-enzimas liberadas ativam-se e iniciam a digestão da endocutícula velha. Os produtos provenientes da digestão da endocutícula são absorvidos pela nova epicutícula. Inicia-se a secreção de uma nova pró-cutícula, estando, nesse momento, o animal envolvido por dois exoesqueletos. O espaço entre os dois exoesqueletos é preenchido por um líquido formado por água, enzimas secretadas pela epiderme e componentes do exoesqueleto antigo que está sendo digerido.

Na figura é possível observar o animal deixando o seu exoesqueleto antigo.

O exoesqueleto antigo abre-se em regiões pré-determinadas, e o animal sai de dentro do antigo exoesqueleto. O novo exoesqueleto ainda é mole e enrugado e aos poucos vai acomodando o animal em crescimento. Nesse período observa-se o consumo de água ou ar que incha o corpo do animal e o exoesqueleto não endurecido. O novo exoesqueleto vai então endurecendo e abrigando o artrópode em seu novo tamanho.

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Por que a muda é importante para o artrópode?

A muda é importante para o artrópode, pois permite que o animal consiga crescer, apesar da limitação causada pelo exoesqueleto. Entretanto, é importante destacar que ela é um processo que deixa o animal vulnerável, pois, além de gastar muita energia, logo após sua formação, o exoesqueleto é mole, o que acaba facilitando a predação. Além disso, após a muda, o animal torna-se pouco ativo, ficando, muitas vezes, imóvel, comportamento que também favorece a predação.

Diferença entre o crescimento de outros animais e o de um artrópode

Observe no gráfico a diferença entre o crescimento de um artrópode e o de outros animais.

Na maioria dos animais, como os seres humanos, observa-se um crescimento contínuo, sendo verificado um aumento de tamanho enquanto nos desenvolvemos e uma interrupção desse crescimento quando atingimos nossa maturidade.

Nos artrópodes, no entanto, observamos períodos de crescimento intercalados com períodos sem aumento de tamanho. O crescimento dos artrópodes é observado logo após a muda, quando eles ficam maiores e mais pesados. Entre as mudas temos períodos chamados de instares. Vale destacar que alguns artrópodes realizam mudas apenas até atingirem a maturidade sexual, enquanto outros realizam-nas por toda sua vida.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos
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