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Artrópodes

Artrópodes são animais pertencentes ao Filo Arthropoda, um filo que agrupa organismos que se destacam pela presença de apêndices articulados e um exoesqueleto quitinoso, que protege o corpo do animal contra perda de água e predadores. O grupo dos artrópodes é bastante rico em espécies, com mais de um milhão de espécies descritas. Pesquisadores, no entanto, acreditam que esse número pode ser muito maior, sendo estimada a existência de cerca de um bilhão de bilhões (1018) de artrópodes no planeta.

Esses animais são encontrados em praticamente todos os lugares, existindo espécies terrestres e aquáticas de água doce e salgada. Como exemplos de artrópodes, podemos citar as abelhas, lacraias, escorpiões, aranhas, lagostas e caranguejos.

Leia também: Inseto é artrópode?

Características gerais dos artrópodes

Os gafanhotos são exemplos de artrópodes, animais invertebrados que possuem exoesqueleto.
Os gafanhotos são exemplos de artrópodes, animais invertebrados que possuem exoesqueleto.

Os artrópodes são animais invertebrados, não apresentando, portanto, crânio e coluna vertebral. Além de serem invertebrados, todos os artrópodes apresentam as características a seguir.

  • São triblásticos: apresentam três folhetos embrionários (endoderme, mesoderme e ectoderme).

  • São celomados: apresentam celoma, uma cavidade corporal revestida por tecido derivado da mesoderme.

  • São protostômios: o blastóporo origina a boca.

  • Possuem simetria bilateral: o corpo desses animais pode ser dividido em duas metades iguais.

  • Apresentam corpo segmentado com apêndices articulados: os artrópodes possuem apêndices articulados, os quais estão presentes aos pares no corpo do animal. Esses apêndices são modificados para desempenhar diferentes funções, sendo observados apêndices que atuam, por exemplo, na locomoção, alimentação, defesa, percepção sensorial e reprodução.

  • Possuem exoesqueleto de quitina: o corpo desses animais é revestido por um esqueleto externo formado por quitina. O exoesqueleto desses animais funciona como ponto de fixação para músculos que promovem a movimentação dos apêndices e garante proteção contra perda excessiva de água e predadores. O exoesqueleto, apesar de toda a sua importância, limita o crescimento dos artrópodes. Para garantir seu crescimento, o artrópode deve trocar seu exoesqueleto e produzir um maior. Esse processo leva a um grande gasto de energia e deixa o animal vulnerável até o endurecimento completo do novo esqueleto externo.

Leia também: Muda ou ecdise em artrópodes

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Fisiologia dos artrópodes

Os artrópodes são animais que apresentam digestão extracelular e um sistema digestório completo. A circulação é aberta, sendo observado, portanto, que o hemolinfa (fluido corporal que circula pelo corpo do animal) não corre exclusivamente no interior de vasos, sendo lançado em lacunas que circundam os tecidos e órgãos do animal.

A respiração dos artrópodes varia de uma espécie para outra, uma vez que observamos a presença desses animais em diferentes locais. Dentre as estruturas especializadas nas trocas gasosas, podemos destacar:

  • brânquias — ocorrem em espécies aquáticas;

  • pulmões foliáceos — podem ser observados em aracnídeos;

  • sistemas traqueais — encontrados na maioria dos insetos.

Assim como as estruturas responsáveis pelas trocas gasosas, as estruturas responsáveis pela excreção também variam entre os grupos de artrópodes. São estruturas relacionadas com a excreção:

  • túbulos de Malpighi (estruturas que se encontram associadas ao intestino);

  • glândulas antenais (poros excretores que liberam resíduos na base das antenas);

  • glândulas coxais (poros excretores que se abrem nas coxas).

O sistema nervoso dos artrópodes é constituído por um cérebro anterior dorsal, o qual é seguido de um cordão nervoso ventral que apresenta inchaços ganglionares nos segmentos. Os artrópodes apresentam diferentes órgãos dos sentidos, dentre os quais se destacam estruturas olfativas, olhos e antenas, as quais se relacionam com diferentes funções, como tatear um local, detectar substâncias químicas e até mesmo captar sons.

Os artrópodes se reproduzem de maneira sexuada, mas há espécies que apresentam reprodução assexuada. As abelhas, por exemplo, produzem zangões por partenogênese, um mecanismo assexuado. Os artrópodes, geralmente, apresentam fecundação interna e o desenvolvimento pode ser direto ou indireto, ou seja, sem ou com metamorfose, respectivamente.

Classificação dos artrópodes

Os artrópodes podem ser classificados de diferentes formas. Com base em evidências moleculares e morfológicas, os artrópodes atuais estão classificados em três linhagens:

  • quelicerados;

  • miriápodes;

  • pancrustáceos.

No grupo dos quelicerados, estão incluídos animais como aranhas, carrapatos, escorpiões e ácaros. Centopeias e lacraias estão no grupo dos miriápodes. Por fim, no grupo dos pancrustáceos, estão inseridos animais como camarões, lagostas, gafanhotos e moscas.

A divisão mais conhecida e trabalhada nos livros didáticos, no entanto, é aquela que agrupa os artrópodes em cinco grupos:

  • aracnídeos;

  • insetos;

  • crustáceos;

  • quilópodes;

  • diplópodes.

Neste texto utilizaremos a classificação em cinco grupo por ela ser a mais difundida.

Aracnídeos

Esses animais apresentam corpo dividido em cefalotórax e abdome e não apresentam antenas. Possuem:

  • quatro pares de patas;

  • um par de quelíceras (apresentam, geralmente, um formato de gancho e são bastante afiadas);

  • um par de pedipalpos.

Em algumas aranhas, as quelíceras estão associadas às glândulas de veneno e o animal as utiliza para capturar suas presas. Os pedipalpos, por sua vez, apresentam diferentes funções, participando da alimentação, reprodução, defesa e sensibilidade. Podemos citar como exemplos de aracnídeos os carrapatos, ácaros, escorpiões e aranhas.

Os aracnídeos apresentam quatro pares de patas.
Os aracnídeos apresentam quatro pares de patas.

Insetos

Os insetos apresentam corpo dividido em cabeça, tórax e abdome, um par de antenas e três pares de patas. Em algumas espécies, observa-se a presença de asas, as quais podem ser encontradas em um ou dois pares.

Também apresentam peças bucais adaptadas aos diferentes tipos de alimentação que possuem, sendo possível distinguir, por exemplo, aparelhos bucais sugadores, mastigadores e lambedores.

Os insetos apresentam três pares de patas.
Os insetos apresentam três pares de patas.

Muitos insetos apresentam metamorfose durante o seu desenvolvimento, possuindo, portanto, desenvolvimento indireto. A metamorfose pode ser completa ou incompleta. Na metamorfose incompleta, o indivíduo jovem possui aparência que lembra o adulto, porém é menor e imaturo sexualmente. Já os que apresentam metamorfose completa possuem estágios larvais bem diferentes do estágio adulto. Vale salientar também que algumas espécies não realizam metamorfose. Como exemplos de insetos, podemos citar a barata, abelha, borboleta, gafanhoto e mosca.

Leia também: Principais diferenças entre os grupos de artrópodes

Crustáceos

Os crustáceos apresentam corpo dividido em cefalotórax e abdome, dois pares de antenas (são o único grupo que possuem dois pares de antenas) e número de patas variável. Possuem três ou mais pares de apêndices modificados como peças bucais. Como exemplos de crustáceos, podemos citar lagostas, caranguejos, camarões e lagostins.

Os crustáceos apresentam número de patas variável.
Os crustáceos apresentam número de patas variável.

Quilópodes

Os quilópodes ou centípedes apresentam o corpo dividido em cabeça e tronco, bem como um par de antenas e um par de patas por segmento. Vivem no ambiente terrestre, são carnívoros e possuem apêndices que injetam veneno e que auxiliam na captura da presa. Como exemplos, podemos citar as lacraias.

Os quilópodes apresentam um par de patas por segmento.
Os quilópodes apresentam um par de patas por segmento.

Diplópodes

Os diplópodes ou milípedes apresentam corpo alongado e um par de antenas. Alguns autores dividem seu corpo em cabeça e tronco, enquanto outros dividem em cabeça, tórax e abdome. São animais terrestres e se alimentam de vegetais. Diferentemente dos quilópodes, apresentam dois pares de patas por segmento. Como exemplo, podemos citar os embuás.

Os diplópodes apresentam dois pares de patas por segmento.
Os diplópodes apresentam dois pares de patas por segmento.

Importância econômica e ecológica dos artrópodes

Os artrópodes apresentam grande importância econômica e ecológica. No que diz respeito à importância ecológica, esses animais ocupam praticamente todos os habitats do planeta, participando, portanto, de diferentes cadeias alimentares, sendo fonte de alimento para diferentes espécies e se alimentando de várias outras.

Além disso, muitas espécies de artrópodes atuam na polinização de vegetais, sendo esse o caso de várias espécies de abelhas. Há também artrópodes que vivem em associação com vegetais, garantindo sua proteção, como a relação vista entre uma espécie de formiga e as acácias. Enquanto a acácia fornece alimento para a formiga, esta lhe confere proteção contra predadores.

Economicamente os insetos são também importantes. As abelhas, por exemplo, além de garantirem a polinização de espécies que fornecem alimento para os seres humanos, também produzem uma série de produtos de valor econômico, tais como o mel e o própolis.

Vale destacar também os artrópodes que causam grandes prejuízos a lavouras, como é o caso de gafanhotos. Não podemos nos esquecer ainda dos mosquitos, que causam prejuízos econômicos e à nossa saúde. Eles são responsáveis por várias doenças aos seres humanos, como a dengue e a febre amarela.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos
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