Linfoma não Hodgkin
Linfomas são cânceres que aparecem nos linfonodos, estruturas do sistema linfático muito importantes no combate às infecções. Dependendo do prognóstico e do exame histológico, os linfomas podem ser divididos em dois grandes grupos: os linfomas de Hodgkin e os linfomas de não Hodgkin.
O linfoma não Hodgkin possui mais de 40 formas diferentes e, por razões ainda desconhecidas, o número de casos vem aumentando consideravelmente nos últimos anos, principalmente em pessoas acima de 60 anos e portadoras do vírus HIV.
Fatores de risco do Linfoma não Hodgkin
As causas do linfoma não Hodgkin ainda são desconhecidas, mas há alguns fatores de risco que podem levar ao aparecimento da doença, como:
→ Pessoas com o sistema imune comprometido em consequência de doenças genéticas hereditárias, usuários de drogas imunossupressoras e portadores de HIV têm maior risco de desenvolver linfomas. Pessoas infectadas pelo vírus Epstein-Barr, HTLV1 e pela bactéria H. pylori têm risco maior de desenvolver alguns tipos de linfoma;
→ A exposição a alguns agentes químicos, como inseticidas, herbicidas, fertilizantes, solventes e pesticidas, pode aumentar o risco de aparecimento do linfoma de não Hodgkin;
→ Essa doença é mais comum em pacientes do sexo masculino e pessoas idosas.
Depois de diagnosticada, a doença é classificada de acordo com o tipo de linfoma e o estágio em que se encontra. A classificação do tipo de linfoma leva em consideração o tipo da célula linfoide (se T ou B), o tamanho, a forma e o padrão vistos ao microscópio. Essa classificação pode ser feita em linfomas indolentes e linfomas agressivos.
Linfomas indolentes e linfomas agressivos
Os linfomas indolentes também chamados de baixo grau são um tipo raro de linfoma de não Hodgkin. Têm desenvolvimento lento, com poucos sintomas, são persistentes e têm origem a partir de linfócitos T maduros. Têm cura difícil porque as células não respondem bem à quimioterapia. Por vezes o linfoma é descoberto por acaso, em um exame de rotina ou em uma investigação de outra doença. O paciente pode conviver com esse linfoma por vários anos. Entre os linfomas indolentes podemos citar alguns tipos, como linfoma linfocílico ou leucemia linfocítica crônica; linfoma folicular; linfoma esplênico; linfoma Malt, micose fungoide ou síndrome de Sézary e linfoma de células do manto.
Os linfomas agressivos são também chamados de alto grau e podem surgir em qualquer idade, com maior incidência em adultos. São linfomas que evoluem rapidamente e respondem bem ao tratamento, com maiores chances de cura do que os linfomas indolentes.
Sintomas
O sintoma mais frequente do linfoma não Hodgkin é o aparecimento de ínguas indolores nas axilas, pescoço ou virilhas, quando não há nenhum tipo de infecção. Outros sintomas são suores noturnos, febre, coceira na pele, perda de peso, cansaço frequente, mal-estar geral e diminuição do apetite.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença é feito com a biópsia de uma pequena parte do gânglio ou da medula óssea (na qual o médico retira um pequeno fragmento da medula óssea por meio de uma agulha). Outros exames também podem ser necessários, como a punção lombar (em que é retirada uma pequena porção do líquido cérebro espinhal para verificar se o sistema nervoso central foi atingido pela doença), radiografias, tomografias, ressonância magnética e cintilografia, para determinar a localização e a extensão dos locais afetados pela doença.
Diagnóstico feito, segue-se o processo denominado estadiamento. No estadiamento, determina-se a extensão da doença no organismo do paciente. Nele são estabelecidos quatro estágios:
Estágio I: quando apenas um grupo de linfonodos foi afetado;
Estágio II: quando há envolvimento de dois ou três grupos de linfonodos do mesmo lado do diafragma;
Estágio III: quando há envolvimento de vários tipos de linfonodos acima e abaixo do diafragma;
Estágio IV: quando há envolvimento disseminado para outros órgãos, como fígado, ossos e pulmões.
Depois de definidos os estágios, é colocada a letra A ou B para definir os sintomas do paciente. A letra A é colocada quando a doença é assintomática para o paciente, enquanto que a letra B é colocada para indicar que o paciente tem os sintomas clássicos do linfoma.
Tratamento
O tratamento do linfoma é feito com quimioterapia e radioterapia. A imunoterapia por vezes é incorporada ao tratamento. Em alguns pacientes há a necessidade de se fazer transplantes de medula óssea.
Quando o linfoma ameaça o comprometimento do sistema nervoso (cérebro e medula espinhal), é necessária a injeção de drogas quimioterápicas diretamente no líquido cérebro espinhal, e/ou radioterapia que envolva cérebro e medula espinhal.